Papo de Varzea

Jogador infiltrado: vestiário de futebol virou salão de beleza

UOL Esporte

Jogador de futebol é vaidoso. É só você olhar para as fotos dos profissionais. Brincão, cabelo espetado com gel, luzes, camisetas coladas, decote V… Na várzea é igualzinho. Entrada de vestiário é quase um desfile de moda. O desavisado olha e acha que uma galera de funk (ou hip-hop dos EUA) está entrando para dar uma força.

E quando o jogo começa, então? Vocês já perceberam que não tem mais chuteira preta em campo? É um desfile de carnaval. O uniforme do time é vermelho e preto e você vê goleiro com o pé azul, atacante de verde-limão e volante de rosa. Os Matusaléns dos times não gostam. Torcem o nariz para chuteira extravagante, para penteado diferente. Se o cara tingir o cabelo, então, sai da frente…

Sabe o que é pior? Essa garotada vira influência e todo mundo entra na onda. Quando você menos espera, tem gente falando de gel, pasta fixadora e dando dica de como deixar a cabeleira no formato desejado. Afinal de contas, não é fácil jogar com o moicano para cima por uma hora e meia, no sol.

Todo vestiário tem um desses entendidos. Um jogador que sabe tudo de cosméticos e sabe que o produto X é melhor porque fixa o cabelo por mais tempo e que creme X não maltrata tanto o couro cabeludo. É como entrar em um salão de beleza.

Sem contar, é claro, cenas ainda mais constrangedoras. Há alguns anos, jamais imaginaria ver meus dois zagueiros passando creme nas pernas. Hoje, eles não só se lambuzam depois do jogo, como até mesmo depilam o peito. Todo mundo olha para os Cristianos Ronaldos e Neymares da vida e adotam esse jeito metrossexual de ser.

E sabe quem gosta? A patroa! Afinal, que mulher não gosta de ver o negão chegando em casa lisinho?