Papo de Varzea

Histórias do país da Copa: ele viajou 2 mil km para jogar na várzea

Papo de Várzea

A Copa do Mundo começou. Pelos gramados de estádios novos em folha vão desfilar craques milionários. Todos os olhos do mundo estão focados em nosso país. Mas o Brasil não é o país do futebol por causa disso. É por causa do que heróis que jogam, a cada fim de semana, em campo de terra batida, cheios de buracos. Nos próximos disso, vamos contar a história de alguns desses heróis.

O goleiro que viajou 2 mil quilômetros para jogar em um time amador

fabio

No fim de semana, terminou a Copa Kaiser. No gol de um dos finalistas estava Fábio CataCoco. Nunca ouviu falar? Eu também nunca tinha ouvido. Mas sua história é longa. Aos 40 anos, ele jogou em times de Pernambuco antes de jogar no exterior.

Viveu por anos no Paraguai e, por lá, atuou no 12 de Octubro. Jogou a Libertadores uma vez. Até mesmo atuou ao lado de Salvador Cabañas, o astro paraguaio que eliminou o Flamengo em uma Libertadores. Foi depois do acidente do atacante, baleado na cabeça em uma briga de bar.

A história a ser contada, porém, não é essa. Aos 40 anos, ele é treinador. Dirigiu uma equipe no estadual pernambucano neste ano. Mora no Recife. Mesmo assim, viajou mais de 2000 km para jogar pelo Leões da Geolândia, da Vila Medeiros.

“É a segunda vez que defendo o time. Na primeira, eu estava em recuperando de uma lesão no joelho, tinha decidido parar de jogar. Voltaram a fazer o convite agora e aceitei. Vale muito a pena”, conta. “O futebol amador em São Paulo é muito organizado. Essa final (que reuniu oito mil pessoas no estádio Nicolau Alayon, na Barra Funda) mostra isso. Tem muito torneio de terceira, segunda divisão que não tem a mesma estrutura”.

O único problema é o sentimento de falta de segurança. “Às vezes, você tem medo de entrar em campo. Mas a gente supera”.

Por Bruno Doro (Foto de Rodrigo Campos/Copa Kaiser)