Como varzeano gosta de uma história, a primeira explicação foi hilária. “É um saci”. A explicação faz sentido. Personagem do folclore brasileiro, o saci é aquele garoto negro, que não tem uma perna. Travesso e brincalhão, ele é um protetor da natureza. O redemoinho em questão é seu meio de transporte. E como uma série de times adotam a personagem como mascote, sua presença em campo não seria assim tão surpreendente…

A explicação científica também vale. O fenômeno que o campo do Jardim Miriam viu se chama redemoinho de poeira e é formado em dias quentes e sem vento. Como o sol castiga o terrão, o ar próximo ao solo vai esquentando, esquentando, esquentando até que fica mais leve que a camada de ar logo acima. Com isso, esse ar sobe, carregando poeira, e forma essa espiral, parecida com um tornado (mas sem força).

Pesquisando, chegamos a um blog de meteorologia interessante, chamado Metsul, de profissionais do Rio Grande do Sul, que explica melhor. O texto diz que “a aparência do fenômeno, também conhecido como dust devil, já fez muita gente chamá-lo de tornado. Mas tornados não ocorrem com céu azul e sem nuvens. Nada mais é do que um redemoinho, muito comum em áreas com tempo muito seco”.

Segundo eles, o fenômeno não costuma ser perigoso: “Estes dust devils se caracterizam por ventos de rotação muito rápida que se tornam visíveis por areia. A grande maioria deles não provoca danos, mas a MetSul tem o histórico de ao menos dois casos com danos aqui no Rio Grande do Sul”. Um deles aconteceu em uma escola em Lajeado, em que o vento arrancou telhas e cumeeiras.

No jogo na zona sul de São Paulo, realizado no dia 15 de dezembro, ninguém se feriu.

Por Bruno Doro

PS: obrigado ao Tiago, presidente do Apocalipse, pela imagem. E valeu Sindy Santos, do Explosão, pela dica…