Papo de Varzea

Teto de gastos na várzea. É possível?

UOL Esporte

Copa Kaiser de futebol amador

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Nos últimos dias, alguns Amigos da Várzea (a caixa alta é uma referência a um grupo de discussão no Facebook) discutiram sobre a escalada de custos em que o futebol amador de São Paulo mergulhou. Um deles fez o seguinte depoimento: “Não quero mais saber. Não quero mais passar raiva. Não quero mais ouvir de jogador que não sabe bater lateral e não acerta passe de meio metro que quer receber”.

Como a coluna do Jogador Infiltrado mostrou na semana passada, o pagamento aos jogadores no futebol de várzea é uma realidade. O problema, porém, não é o pagamento em si. Mas o fato de os clubes acharem que o pagamento é a solução de todos os problemas.

Sempre que ligo para um dirigente e pergunto “Vocês pagam para os jogadores?” a resposta é parecida: “Não pagamos ninguém”, “Aqui ninguém recebe”. A verdade é que a maioria paga, sim, alguma coisa. Nem que seja uma ajuda de custo. Uma chuteira. Um uniforme.

Gratificar o esforço dos jogadores não é ruim. Os clubes que podem devem se orgulhar disso. O que não pode ser feito é achar você resolve todos os seus problemas pagando mais do que seu rival. Times que fizeram isso nos últimos anos não tiveram sucesso.

Outra frase que se ouve muito é “eu não pago e, mesmo assim, bato de frente com quem paga”. O que isso quer dizer? Que todos têm orgulho de ver um time jogando com garra e intensidade. Na minha opinião, isso é o que os times devem procurar. Jogadores dispostos a honrar a camisa. E o pagamento, aqui, não é o diferencial. O que faz a diferença entre quem vence e perde é o amor pelo esporte, não o tamanho do envelope que está esperando no vestiário.

As soluções envolviam estabelecer alguns limites, como o teto para o pagamento por jogo e a proibição do pagamento das luvas (o dinheiro que os atletas ganham para mudar de time). Nenhuma delas é perfeita. E todas dependeriam de acordos de cavalheiros.

No fim das contas, é isso que falta: união entre os varzeanos. O problema existe. Está incomodando. Todos devem conversar. O mais importante: quem está envolvido deve ser sincero. Você está disposto a perder um jogador para outro clube mesmo tendo os meios para fazer uma oferta melhor?