Da Copa Kaiser ao Brasileirão, com parada na Suíça: a história de Matteus, novo volante do Atlético-PR
UOL Esporte
O sonho de qualquer moleque é jogar futebol em um clube grande. Mas, na maioria das vezes, o caminho para isso é o mais difícil possível. O meio-campista Matteus que o diga.
Na semana passada, foi apresentado como reforço do Atlético-PR. Chegou, finalmente, à primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Prêmio para dois anos em que o “diamante da várzea” pastou para conseguir brilhar.
Para quem não conhece, Matteus é cria das escolinhas do Pioneer, da Vila Guacuri. Ele era o grande maestro do time que foi campeão da Copa Kaiser de 2010 – a edição São Paulo e a nacional. Antes disso, tinha ajudado o Água Santa, time que hoje está disputando a Série B do Paulista (o equivalente à quarta divisão estadual), ao bicampeonato invicto da Divisão Especial do Amador de Diadema, um dos torneios mais difíceis do futebol de várzea brasileiro.
Com ele em campo, os azuis da Zona Sul ficaram 93 partidas invictos. Seu impacto era tanto que, no torneio de 2012, o primeiro sem o meio-campista, o Pioneer deixou a Copa Kaiser ainda na segunda etapa.
Foi um ano antes, em 2011, aliás, que começou o calvário do jogador. Após 2010, ele passou a chamar atenção de empresários. No ano seguinte chegou a proposta que mais agradou. No meio daquela Kaiser, ele aprontou o passaporte e foi tentar a sorte na Suíça.
O problema é que saiu da divisa entre São Paulo e Diadema machucado. Uma lesão muscular o incomodou durante os seis meses de avaliação no Zurich, da capital suíça. Não ficou. Ao voltar, a dúvida: será que o futebol profissional era para ele? Após seis meses no frio, tentar mais um pouco no Brasil não era problema.
E as coisas começaram a dar certo – mais ou menos… Disputou o Paulistão de 2012 pela Portuguesa Santista. O time jogou a “Bezinha” de São Paulo e não foi nada bem. Das dez partidas, perdeu sete e empatou as outras três. Matteus foi titular do time em nove partidas. O desempenho individual, porém, valeu e, no fim do ano, ele já estava no Independente, de Limeira.
No time do interior, já deslocado para a função de segundo volante, finalmente chamou a atenção dos grandes. Dos 25 jogos do Independente, foi titular em 16. Acabou o torneio como o quarto artilheiro da equipe, com três gols.
Agora, o desafio é conquistar espaço no Atlético-PR. “Vir para um time grande como Atlético Paranaense é uma oportunidade excelente em minha vida. Cada dia que passa tenho que trabalhar e me dedicar nos treinamentos. Quando a oportunidade aparecer, tenho que estar bem para desenvolver meu trabalho”.
Se depender da torcida do Papo de Várzea, quando a chance aparecer, ele não sai mais do time!