Jogadores caros, campos ruins, confiança: campeonato é amador, mas preocupações são profissionais
UOL Esporte
A Etapa 3 da Copa Kaiser começa neste domingo. Todos sabem que o campeonato é amador. Mas as preocupações dos times estão muito mais próximas do profissional. Tem dirigente quebrando a cabeça para evitar jogadores claros. Artilheiro preocupado com campos ruins. E técnico trabalhando a motivação do elenco.
Carlão Carbone e os jogos mais quentes do domingo
Zona Norte: ''Não é jogo de 1ª divisão, mas é clássico dos bons'' |
Flamengo/Vila Maria x Inter Biricutico/Jardim São Luiz Às 13h, no Cecília Meireles |
Zona Sul: ''Times que têm feito muitos gols. Emoção não deve faltar'' |
Pionner/Vila Guacuri x Festpan/Heliópolis Às 13h, no CDM Doroteia |
Zona Leste: ''Clássico quente, de duas quebradas de responsa'' |
Coroado/Guaianases x Unidos da Pacarana/AE Carvalho Às 13h, no 1º de Maio, no Jardim Santo André |
Zona Oeste: ''Briga de cachorro grande, briga de gigantes'' |
Danúbio/Freguesia do Ó x Vila Izabel Às 13h, no campo do Comercial |
Como, a partir de agora acaba o rodízio e os times passam a jogar toda semana, vamos a um Leste, Oeste, Norte e Sul alternativo. A matéria é de Bruno Doro. Os jogos indicados, de Carlão Carbone. Divirta-se:
Jogadores caros
Aqui, só uma explicaçãozinha: a partir da Etapa 3, todos os participantes podem inscrever três novos jogadores para seu elenco. Os jogadores profissionais, que já puderam ser inscritos anteriormente, com limite de idade ou vinculados a federações de outros estados, agora estão vetados: quem quiser jogar precisa ser amador – ou ter sua inscrição como profissional revertida.
Na prática, isso reduz o universo de atletas que as equipes amadoras podem buscar. Quem está disponível ou não se enquadra nas características técnicas desejadas ou está acima do orçamento – seja pelos bichos pagos ou pelo custo de, por exemplo, reverter sua inscrição como profissional. É o caso do Nove de Julho, da Casa Verde (que enfrenta, no domingo, às 13h, no campo do Benfica, da Vila Maria, o Líder Madeiras, do Brás). “Para dizer a verdade, está difícil encontrar jogador. Todos acertaram para jogar a Série A da Kaiser. Os que sobraram, foram para a Série B”, explica o diretor Henrique.
A equipe da Zona Norte, porém, precisava encontrar jogadores: na Etapa 2, perdeu três titulares por lesão. O meia Walter sofreu um estiramento muscular, o lateral Fernandinho lesionou seriamente o joelho e o atacante Fabinho quebrou a mão. Dos três, só o meia tem chance de jogar antes da próxima fase. “Encontramos três jogadores. Dois, eram profissionais. Um deles estava na Portuguesa. Mas, além de todos os outros gastos, ainda temos de revertê-los na Federação. Os custos só aumentam”.
Campos melhores
Mas nem tudo está ruim para quem joga essa nova fase. Alguns jogadores estão comemorando o afunilamento da competição, com menos times e, consequentemente, campos melhores. “Na fase anterior, a gente jogou em campos muito ruins. E como nosso time é de passe, ficou complicado. No domingo, o campo é melhor. Vai ajudar. Nosso rendimento vai melhorar”, fala o baiano Uochiton Baraúna, atacante do Jardim São Carlos – que venceu seus cinco primeiros jogos, mas perdeu os 100% na última rodada da Etapa 2 ao empatar com o 1º de Maio do Tatuapé.
A comemoração faz sentido quando você olha onde o São Carlos vai jogar contra o MEC, da Cidade Tirandentes, no domingo às 13h: no estádio Nicolau Alayon, do Nacional, na Barra Funda – único gramado natural usado no torneio, em que a maioria dos campos é de terra batida (nos outros, o que vale é a grama sintética).
Pressão psicológica
Essa nova fase vai testar, também, a preparação de dois times que só sabem o que é vencer. Apenas o Praça, de Pirituba (que vai jogar no domingo contra o Ilha da Madeira, às 13h, no Campo do Caju), e o Ajax, da Vila Rica (que estreia na nova fase contra o América, da Vila Iolanda, às 13h, no campo do Flor de Vila Formosa), tem 100% de aproveitamento até agora na competição. E, nessa dupla, a pressão maior está em cima do time da Zona Leste, atual campeão do torneio.
“É difícil para os jogadores entenderem que, como campeões, nós estamos mais visados por todos os outros times. Demoramos para nos ajustar a essa situação. Acho que, nas últimas duas partidas, evoluímos bastante. Mas tivemos de conversar muito até que todos comprassem ideia. Mas posso avisar: se alguém quiser ganhar do Ajax, vai ter de ter muita vontade”, avisa o técnico Róbson Melo.