Família várzea: dois jogadores colocaram filhos antes do futebol
UOL Esporte
Para ser jogador de futebol, muitas você precisa abrir mão de muita coisa. Quem nunca ouviu relatos de que a família acaba em segundo plano? Ou já percebeu que mãe de jogador raramente faz o almoço de domingo para o filho?
Na várzea você encontra o outro lado dessa moeda. Jogadores que tinham a oportunidade de viver da bola, mas fizeram a opção consciente pela bola. Dois deles foram campeões da Copa Kaiser, o principal torneio de futebol amador de São Paulo, em 2013.
O primeiro deles é o lateral Caio Vilela. Até o ano passado, ele era jogador do Sertãozinho. Jogou até o Campeonato Paulista. Quem o vê em campo percebe que ele poderia estar jogando torneios profissionais. Mas acabou desistindo e encontrou lugar no Leões da Geolândia, da zona norte da capital paulista.
“Foi uma decisão pessoal. Acabei me separando e, se fosse continuar essa vida de viagens, iria ficar longe do meu filho. Decidi parar, para ficar mais perto”, conta o jogador, sem arrependimentos. Hoje, um ano depois, ele está fazendo faculdade de administração.
O meia Bruno, também do Leões da Geolândia, tem outra história, mas também ligada à família. Ele jogou nas categorias de base de grandes times de São Paulo. Mas, quando fez 18 anos, sua namorada ficou grávida. “Não tinha jeito. Com o futebol eu não iria conseguir sustentar a família. Parei e encontrei um emprego. Não me arrependo”, diz o jogador, um dos responsáveis pelo título do Leões da Geolândia. Foi dele, por exemplo, o passe para o atacante Capetinha marcar o gol da equipe na final da Copa Kaiser.