Papo de Varzea

Pressão: treinador já partiu para cima dos “técnicos do alambrado”
Comentários Comente

UOL Esporte

Você já ouviu a frase que o Brasil tem milhões de técnicos de futebol, certo? Pois saiba que, nas arquibancadas, é muito fácil achar especialistas. “Toca na lateral”, “marca em cima”, “joga pela esquerda”… No futebol profissional, é fácil ignorar. Os estádios são grandes, a distância da arquibancada até o banco de reservas é enorme e o barulho da torcida é grande. Na várzea, não. Os dois vídeos desse post mostram isso.

No futebol amador, a relação torcedor-time é muito mais próxima. O jogador ouve o cara gritando da arquibancada. E, em alguns casos, segue o que eles estão orientando. A troca de informações é muito maior. E esse é um dos motivos que levam os torcedores fanáticos pelos times de várzea a declararem que preferem o time do bairro a Corinthians ou Palmeiras…

 

Mas é claro que isso causa problemas. O blog já ouviu, mais de uma vez, relatos de ténicos que deixam as equipes amadoras por não aguentar essa interferência das arquibancadas. Um deles, inclusive, queria partir para a briga com os torcedores.

A solução foi inusitada: dois técnicos o substituíram. O que ficava em campo era um ex-jogador, respeitado pelos torcedores. O auxiliar tinha um perfil mais técnico, ficava dos alambrados e fazia as análises táticas. Um era o porta-voz. O outro, a análise técnica. Quem conhece a história, sabe que deu muito certo.
 


Preleções na várzea vão do técnico participativo ao linha dura
Comentários Comente

UOL Esporte

Quer conhecer o estilo de um técnico? É só acompanhar a sua preleção. No domingo passado, no Nacional, duas vertentes se encontraram. E os vídeos das duas preleções mostram isso.

 

Vamos começar com o Nápoli, da Vila Industrial. Para quem não conhece, o técnico é o Lombardinho, radialista e filho do ex-locutor do SBT. Um detalhe que pouca gente sabe é o envolvimento dele com futebol.

Estudioso, ele começou como técnico em times amadores do ABC, mas chegou até mesmo a treinar uma equipe profissional. Aprendeu bastante e usa tudo no futebol amador. Está em seu primeiro ano no Nápoli, mas seu trabalho já é evidente. Seu time tem a melhor campanha do torneio e ainda é dono da melhor defesa.

Quem ouviu a preleção entendeu o motivo para o sucesso. Lombardinho faz o estilo mais técnico, linha dura, daqueles que sabem exatamente o que seus jogadores podem fazer em campo.

 

O rival do Nápoli era o Inajar de Souza, do Jardim Cachoeirinha. No início do ano, poucos apostavam que a equipe poderia chegar tão longe. Quem estava dentro do grupo, porém, sabia que existia, talento para tanto. E o segredo para isso era usar seu potencial, como ele mesmo fala.

O Inajar é um time de várzea ao pé da letra. Nada de estrelas do futebol profissional. A força é o elenco, é um time de pegada, daqueles que, se você bobear, será atropelado, nem que seja na base da vontade. Como a preleção sugere, no Inajar as coisas não tem aquela pegada técnica e linha dura do Nápoli. O sambinha pré-jogo prova isso.

 

Mas se engana quem pensa que essa descontração é sinônimo de desconhecimento. Ouviu os alertas sobre o jogo aéreo do Nápoli? Pois em campo, a jogada que definiu o jogo foi justamente uma cabeçada. O centroavante França ganhou de cabeça e marcou o gol da vitória por 1 a 0 do Nápoli sobre o Inajar. Você pode ver o gol aqui: Nápoli vence Inajar: a visão do torcedor em jogo de várzea.


Agenda da semana: feijoada e semifinalistas da Copa Kaiser?
Comentários Comente

UOL Esporte

Copa Kaiser pode ter seus primeiros semifinalistas

No domingo, a grande atração no futebol amador de São Paulo é a Copa Kaiser. Na segunda rodada das quartas de final, os semifinalistas já podem ser definidos.

Danúbio/Freguesia do Ó x Jardim São Carlos/Guaianases

11h30 no estádio do Nacional, na Barra Funda

Campeão de 2007, o Danúbio está forte nesse ano. Após a vitória sobre o Pioneer, na primeira rodada, pode garantir a classificação para a semifinal. Do outro lado, o São Carlos deve entrar mordido após perder para o 100 Valor na semana passada. O jogo promete ser quente.

Família 100 Valor/Jardim Panamericano x Pioneer/Vila Guacuri

13h no estádio do Nacional, na Barra Funda

O 100 Valor é a grande surpresa da temporada e enfrenta, pela segunda fase seguida, o Pioneer. Nas oitavas, também no gramado do Nacional, o resultado foi um empate em 0 a 0. Se a história se repetir, será um desastre para o campeão de 2010.

Leões da Geolândia/Vila Medeiros x Inajar de Souza/Jardim Cachoeirinha

13h no Magnólia, na Vila Maria

No duelo entre dois times que saíram da Zona Norte, o Leões da Geolândia tem a chance de provar porque é o grande destaque do torneio nas duas últimas fases. O time verde é forte e provou isso na rodada passada, ao bater o forte Vila Izabel. No último duelos dos dois, porém, foi o Inajar quem dominou: venceu por 3 a 0, no mesmo Magnólia…

Nápoli/Vila Industrial xVila Izabel/Osasco

13h no Americano, da Vila Formosa

O melhor time do torneio até agora tem a chance de se classificar. Apostando na defesa, o Nápoli do técnico Lombardinho tem mostrado uma regularidade que nenhum outro time da Copa Kaiser até agora mostrou. Uma vitória basta para a classificação, mas o rival é bom. O Vila Izabel conta com a base do time que foi campeão de 2011 pelo Classe A, jogadores que sabem o que fazer quando o jogo é decisivo.

Endereços aqui.

 

Super Copa Vila Izabel

Em Osasco, segue a disputa da Copa Vila Izabel. Cinco jogos estão programados para o Ninho da Coruja (Av. dos Eucaliptos, S/nº – Alto de Quitauna – Osasco):

 Sábado 28/9

14h – XI Garotos x São Jorge

15h15 – Peri Novo x 100 Juízo

16h30 – Furacão x IDM

 Domingo 29/9

11h30 – Dha Q Brada x 3 Corações

13h – Vila Nova Paquetá x Vila Pires

 

Feijoada com Pagode Classe A

No sábado, rola a segunda edição da Feijoada do Bar do Sinval, na Barra Funda. Mas o que isso tem a ver com a várzea? Bom, uma das atrações da festa é o Pagode Classe A, do clube que está disputando as semifinais da Série B da Copa Kaiser… Rola no sábado, a partir de 12h, na Rua Dr. Ribeiro de Almeida, 151, na Barra Funda. Os ingressos custam R$ 20,00.


Segunda é dia de futebol de várzea? Para pizzaiolos e feirantes, sim
Comentários Comente

UOL Esporte


O que você, leitor, faz entre 10h e 18h de uma segunda-feira? Trabalha? Estuda?

Saiba que, enquanto você começa a semana, um grupo de pessoas está reunido em um campo de várzea na zona leste de São Paulo jogando futebol. E trate de esquecer o preconceito. Esse post trata de trabalhadores quase heroicos, com rotinas duríssimas e horários ingratos.

Os personagens são pizzaiolos e feirantes que, a cada segunda-feira, disputam um torneio de futebol de várzea no campo do Americano, atrás do cemitério da Vila Formosa, na zona leste de São Paulo. E o motivo da escolha tão incomum do dia das disputas é simples.

Quem trabalha em pizzarias em São Paulo encara uma rotina dura. São seis dias por semana, normalmente entrando às 16h, com fim do expediente só de madrugada. Quem encara as feiras-livres vive uma rotina quase oposta, começando a montar barracas de madrugada e deixando o batente só no fim da tarde. A segunda-feira é o único dia em que esses trabalhadores ganham folga.

Como todo mundo gosta de jogar futebol, era natural que alguém encontrasse um horário no campinho do bairro e reunisse os colegas de trabalho para um racha. “Trabalhando aos sábados e domingos, não tinha como jogar bola. Na segunda, a maioria dos amigos estava de folga e não tinha nada para fazer. Foi aí que um deles descobriu o campo e começamos a fazer alguns rachas”, conta o Jose Roberto Nunes Cardoso, pizzaiolo de 36.

Da pelada entre amigos para a criação de um campeonato, a evolução foi rápida. “Começamos como brincadeira, há dez anos. Eram 20 amigos jogando um rachão. Mas a coisa foi crescendo e o campeonato se organizou. Os times foram aparecendo, mais gente apareceu para jogar. Hoje, já temos 12 times participantes e o número só não é maior porque não temos mais horários”, conta o organizador Francisco Bezerra, o Dodô – que é também o dono do Planeta Futebol Clube, um dos maiores campeões da competição.

As partidas são de 35×35 e começam sempre às 10h. São disputados cinco jogos por dia e os vencedores levam premiação em dinheiro. Esse detalhe começou a atrair os “profissionais” da várzea, aumentando a diversidade de ocupações dos participantes. Mesmo assim, a maioria deles ainda é pizzaiolo ou feirante.

É o caso de José Roberto. Hoje ele é pizzaiolo, mas quando começou a jogar bola às segundas, era feirante. “Eu vim da Bahia com 18 anos. Até tentei fazer teste na Portuguesa, mas acharam que eu era velho demais para ficar na base. Acabei trabalhando na feira, em uma barraca de panelas. Depois disso, os amigos foram convidando e fui trabalhar com cozinha. Fui esfiheiro, forneio. E sou pizzaiolo há oito anos”.


Bela Vista é o terceiro colocado na Copa Carioca
Comentários Comente

UOL Esporte

No domingo, foram realizadas as finais da 2ª Copa Vila Carioca, organizada pela equipe do Bela Vista, do Ipiranga. Na decisão do terceiro lugar, o time da casa venceu por 1 a 0 o Garotos, da Vila Nair.

A partida começou truncada, com as equipes se respeitando em campo. Foi um jogo limpo, sem pontapés ou entradas violentas. O primeiro ataque foi do Bela Vista, aos cinco minutos. Diego Preto recebeu lançamento na ponta esquerda, dominou e bateu colocado. A bola passou perto do ângulo do goleiro Marcos.

A resposta do Garotos veio rápido, aos nove minutos. Em contra-ataque,  a zaga do Bela Vista falhou. Jean, da intermediaria, chegou batendo de primeira e a bola passou raspando a trave do goleiro Bacinho, do Bela Vista.

O Bela Vista voltou ao ataque aos 18 minutos. Elton bateu lateral rápido para Valter. Ele fez o giro em cima do zagueiro e bateu forte. Passou arranhando o travessão. O goleiro Marco só ficou olhando, torcendo para que a bola fosse para fora.

O Garotos quase marcou aos 24. Bruno arriscou o chute do meio campo. A bola tinha endereço certo, mas o goleiro Bacinho foi buscar no ângulo. Fez grande defesa, espalmando para escanteio e evitando que o placar fosse aberto.

Aos 27, outro bom ataque do Bela Vista. Valter, da ponta-esquerda, cruzou. A zaga do Garotos cortou mau e, no rebote, Elton chutou. Um dos zagueiros se jogou na frente da bola, tirando o perigo.

No fim da primeira etapa, em uma bobeira da zaga do Garotos, o Bela Vista abriu o marcador. Diego Preto recebeu lançamento sozinho, teve a frieza para esperar o goleiro e tocou no cantinho.

A segunda etapa começou com o Garotos em busca do empate. Quase aconteceu logo no primeiro ataque. Didi recebeu lançamento na ponta direita e bateu cruzado. Thiago Barriga se jogou na bola, que cruzou a frente do gol e saiu em tiro de meta.

Novamente, o Garotos chegou com perigo ao ataque, agora com bola parada, aos 20 minutos. Pato bateu falta e o goleiro Bacinho foi no segundo andar, saiu socando. A bola ficou viva dentro da área, Vitor aproveitou e bateu firme. A zaga do Bela Vista, atenta, se jogou na frente da bola, evitando o gol de empate.

A resposta do Bela Vista veio rápido. Aos 22, Nenê recebeu lançamento na ponta direita, levou para a linha de fundo e cruzou. O atacante Valter bateu fraco e o goleiro Marcos  fez a defesa com os pés, evitando o gol.

Aos 25, o Garotos perdeu a chance de empatar a partida. O atacante Thiago Barriga dominou, colocou na frente e o goleiro Bacinho fez pênalti. O árbitro da partida, Vander Almeida, marcou. Pato chamou a responsa e bateu forte. O goleiro Bacinho se redimiu e fez grande defesa. Comemorou como se tivesse feito um gol.

Nos minutos finais, o Bela Vista ainda teve outra boa oportunidade. Elton recebeu lançamento e arriscou uma bomba. O goleiro Marcos fez a defesa, novamente com os pés, colocando para escanteio.

O texto foi feito pelo parceiro do blog Eduardo Lima. Segurança, ele faz questão de correr pelos campos aos fins de semana atrás das melhores partidas. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Este é o “Voz do Terrão”. É o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com