Papo de Varzea

Independência ou morte: Pioneer e Família 100 Valor empatam no feriado da Independência
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Um dia depois da comemoração da Independência, teve rodada pelas oitavas de final da Copa Kaiser. No Estádio Nicolau Alayon, quem tentava se libertar da ditadura dos resultados eram Pioneer, da Vila Guacuri, e Família 100 Valor, do Jardim Panamericano, na região do Jaraguá.  O empate em 0 a 0, porém, não foi o suficiente: as duas equipes deixaram a definirção das vagas do Grupo OF-2 para o próximo domingo.

Apesar da ausência de gols, o jogo tinha qualidade. De um lado estava o Pioneer, da Zona Sul, campeão de 2010. Do outro, a surpresa do campeonato, o Família 100 Valor, da Zona Oeste. Em campo, os dois times se equiparavam. Bem montados, com muita técnica. O Família tem um time um pouco mais jovem, mas competitivo. Bateu de frente com o Pioneer, um plantel que mescla novos talentos com experiência.

 

Melhores lances do jogo

Logo aos três minutos, o Família mostrou seu valor em três lances seguidos. No primeiro, o meia Pocotó jogou para o artilheiro Klever Lê, que, dentro da área, dominou de costas para o zagueiro José Adriano, que fungava em seu cangote. Conseguiu o giro e chutou com perigo. A bola foi na rede, pelo lado de fora. Aos sete minutos, Dica recebeu na linha de fundo e, mesmo sem ângulo, arriscou. O goleiro Leandro rebateu para o meio da área e a zaga afastou. Aos nove minutos, outro ataque com perigo. O experiente Róbson saiu cara a cara com o goleiro, mas perdeu a oportunidade de chutar a gol. Preferiu cruzar, para desespero da torcida. O time estava explorando a velocidade nas pontas, fazendo a bola correr no meio campo.

O primeiro ataque efetivo do Pioneer veio apenas aos 12 minutos. Rodrigo Piu desviou de cabeça para Ricardo. Mas a bola foi longa e ele teve de disputar com o zagueiro Índio e com o goleiro Júlio Cesar, que levou a melhor. A partir dos 15 minutos, o jogo começou a ficar mais pegado e algumas entradas mais duras apareceram. O árbitro Salim Fender Chaves teve bastante trabalho: como se diz na gíria, só tinha cobra criada em campo. Figuras muito rodadas no futebol de várzea, como Wagnão, Willians e Diego pelo Pioneer, Robson e Índio pelo Família 100 Valor.

No início da etapa complementar, o Pioneer toma a iniciativa. Anderson Magrão, que entrou no intervalo, recebeu no bico esquerdo da área. Driblou o zagueiro e bateu forte, em direção ao gol. O goleiro tirou com a pontinha dos dedos, para escanteio. Aos oito, novamente o Pioneer chegou. O time dava mostras de que voltara dos vestiários com mais atitude. Juninho fez jogada pela esquerda e bateu de fora da área. A bola passou por cima.

Aos 12 minutos, quem apareceu foi o jovem jogador Salgado, do Família 100 Valor. Na primeira bola que recebeu, partiu pra cima desde o meio campo. Parecia correr na cadência da bateria Chapa Quente, que apoiava o 100 Valor. Fez um salseiro, deixando três marcadores para trás. Na linha da grande área, chutou. A bola bateu na cabeça de Diego e foi parar longe.

Mesmo assim, o Pioneer estava melhor no segundo tempo e agredia. Aos 17 minutos, Magrão achou Rodrigo Piu na grande área. Ele bateu forte e o zagueiro Dentinho se jogou na bola para desviar. Dois minutos depois, mais pressão “pioneeira”, aproveitando os rebotes das bolas rifadas pelo adversário. Em um desses lances, o centroavante Anderson Magrão entrou driblando na zona do agrião e tocou para Michel, mas ele foi travado na hora do chute. O Família ainda tentava nos contra-ataques. Aos 27 minutos do segundo tempo, Salgado recebeu com açúcar na área e temperou tudo com um lindo chapéu no zagueiro rival, José Adriano. Só que o goleiro Leandro foi esperto e mergulhou no pé do jovem atacante, salvando o Pioneer. Depois disso, não houve tempo para mais nada e o placar ficou mesmo zerado.

Na próxima rodada, marcada para o dia 15, o lema é vitória ou morte no Grupo OF-2. O Pioneer precisa bater o 1º de Maio. O Família 100 Valor, um pouco mais tranquilo, pode até empatar contra o Nápoli, da Vila Industrial.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Marcelo Costa. Jornalista e funcionário público, ele está sempre atrás da melhor história nos campos da cidade. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Clubes de várzea iniciam caminhada para criar um megacampeonato independente a partir de 2014
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Desde que o Papo de Várzea começou, ouço pedidos de união da várzea. Uma das maiores reivindicações é voz para organizar o futebol amador. Em São Paulo, o embrião para essa organização pode nascer até o final do ano.

Representantes de grandes clubes da várzea paulistano estão reunindo um grupo de mais de 60 clubes para criar uma liga amadora, chamada “Clube dos 60”. Já estão sendo recrutados representantes de toda a cidade. A oficialização da iniciativa deve acontecer no fim de setembro, após uma reunião com todos os envolvidos.

O objetivo é criar, já em 2014, um campeonato amplo, reunindo times de toda a cidade. Ninguém falou abertamente, mas o objetivo é criar uma alternativa à Copa Kaiser, o principal campeonato de futebol amador da cidade. Para isso, eles atenderiam uma das maiores reivindicações dos participantes do torneio da cervejaria: a premiação para os vencedores – hoje, a Kaiser não cobra taxa de inscrição, fornece bolas e uniformes, mas não premia em dinheiro os vencedores.

Segundo os representantes ouvidos pelo blog, mais ações devem ser adotadas. Um pacto entre os clubes para limitar gastos com atletas, por exemplo, já foi discutido. A implementação de um acordo do gênero, incluindo punições para quem desrespeitar as regras, porém, ainda precisam ser melhor detalhada.

O Clube dos 60 já teria, inclusive, pré-acordos com três empresas interessadas em patrocinar a liga e ganhado apoio de órgãos públicos, como as Secretarias de Esporte municipal e estadual, além de Federação Paulista de Futebol.


Tabelou, driblou o zagueiro e acertou o ângulo: os chutes mais bonitos da várzea
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Tabelou com o atacante, driblou o zagueiro e, de fora da área, acertou o ângulo.Quem nunca sonhou em marcar um golaço de fora da área, daqueles em que a bola pega na veia e estufa as redes? O Papo de Várzea selecionou os lances mais bonitos da Copa Kaiser para mostrar que, mesmo na várzea, o brasileiro é mestre em acertar belos chutes.

Veja os outros vídeos dos melhores momentos da Copa Kaiser em 2013:

Veja as melhores cobranças de falta do futebol de várzea 

Goleiro sofre: veja os frangos mais inacreditáveis da várzea

 


Palestra Itália da várzea: Madrid mudou de nome na época da Segunda Guerra
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A história do Palmeiras e a do Cruzeiro você conhece. Nomes iguais, colônia italiana, Segunda Guerra Mundial e uma mudança de nome que nunca foi desfeita. Na várzea de São Paulo, um time dos mais antigos tem uma história parecida para contar. Mas, no caso do Madrid, a tradição foi respeitada.

O time foi fundado no dia 1º de maio de 1937 no bairro da Mooca, em São Paulo, por imigrantes. As cores do time, o vermelho, o amarelo e o roxo, remetem à Espanha. Mas ao contrário do que o nome sugere, porém, não era um clube exclusivamente espanhol – na Mooca dos anos 30, era quase impossível conseguir montar um time sem incluir italianos…

A ligação óbvia com a Espanha e, de tabela, com a Itália, custou caro ao clube. Em 1942, o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial. No mesmo ano, o presidente Getúlio Vargas proibiu nomes ligados a países do Eixo. Tecnicamente, a Espanha era, como o Brasil, uma aliada. Mesmo assim, a diretoria do Madrid resolveu seguir o Palmeiras e trocar de nome.

“Na época, ter um nome estrangeiro era muito negativo. Com a Guerra, nomes como Espanha e Madrid, mesmo estando do mesmo lado, eram vistos com desconfiança. Por isso, a diretoria resolveu mudar o nome. O Madrid virou Tigre Varzeano”, conta Gaetano Carreri Neto, que foi jogador do Madrid desde a década de 40 e hoje é diretor do clube.

A Segunda Guerra terminou 1945. Teoricamente, com o fim dos conflitos terminaria, também, a restrição aos nomes estrangeiros. O Madrid, porém, ficou mais sete anos como Tigre Varzeano. A mudança veio apenas dez anos depois da imposição do governo Vargas.

Hoje, o clube segue em atividade, aos 76 anos. Disputa a Copa Kaiser e chegou às oitavas de final. É um dos 20 melhores time amadores de São Paulo.


Leões da Geolândia é o primeiro classificado para as quartas de final da Copa Kaiser
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O Leões da Geolândia, da Vila Medeiros, surpreendeu na Copa Kaiser e é o primeiro time classificado para as quartas de final da Copa Kaiser,o principal torneio de futebol amador de São Paulo. Neste domingo, o time da Zona Norte venceu a segunda partida seguida, chegou aos seis pontos no grupo OF-3 e garantir a classificação antecipada.

A vítima foi o Vila Izabel, de Osasco. No campo do Caju, na Zona Oeste, o Leões, campeão metropolitano de 2005, venceu por 3 a 1 um dos times mais copeiros do torneio. O herói foi o atacante Tatu, que seria barrado da partida, mas acabou começando como titular. Ele foi o autor do primeiro gol, ainda nos primeiros minutos de jogo, que atordoaram o Vila Izabel. Animado, o Leões abriu 2 a 0 antes dos 15 minutos e, a partir daí, só precisou administrar o placar.

O Vila marcou, de falta, ainda no primeiro tempo. No segundo, o técnico Tião Almeida, bicampeão do torneio, deu uma bronca em seu time e conseguiu fazer pressão, mas o Leões aproveitou um contra-ataque para selar o placar e garantir a classificação. No outro jogo da chave, o Jardim São Carlos venceu a primeira, 2 a 1 sobre o Madrid, da Móoca, e chegou aos quatro pontos – o Vila tem um e o Madrid segue zerado.

Confira o relato completo aqui: Leões da Geolândia é o primeiro classificado para as quartas de final da Copa Kaiser