Papo de Varzea

Com campo lotado, São Carlos e Vila Izabel empatam em 0 a 0
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Mais um grande jogo no futebol amador pela Copa Kaiser. Nesse domingo, Jardim São Carlos, de Guaianases, e Vila Izabel, de Osasco, empataram em 0 a 0 no CDC Flor da Mocidade do Burgo Paulista, na zona leste, válido pela primeira rodada do grupo OF- 3. As torcidas fizeram a festa em um jogo em que os goleiros se destacaram. Fizeram defesas extraordinárias e alegraram o grande público presente.

Jovem, a equipe do Jardim São Carlos vem em uma sequência de bons resultados. Nos últimos cinco anos, foi campeão das copas Pedreira, Vila Nova, São Carlos e Milton Leite. No ano passado, fez uma boa campanha na Kaiser, chegando em 8º lugar.

Mais experiente, o Vila Izabel se reforçou neste ano. Uma das principais novidades defendeu o Classe A na temporada passada: Fabiano Assunção foi a campo neste domingo no sacrifício, com a perna direta lesionada.

O duelo começou às 13h20, com as duas equipes bem determinadas. As torcidas, motivadas, lotaram os arredores do campo. O São Carlos foi para cima, mostrando força, mas pecou não só nas finalizações, mas também no último passe. Ainda assim, levou mais perigo do que o rival na primeira etapa.

Quem começou assustando foi o Vila Izabel. Aos 11 minutos, Fabiano Assunção arriscou de fora da área, em uma bomba que passou rente ao travessão. Na resposta, o São Carlos pressionou e teve três chances de finalizar para o gol. Em uma delas chegou na risca: Rinaldo, que estava impossível no jogo, cobrou escanteio com perfeição aos 19 minutos e acertou a cabeça de Rafa, que subiu mais que todo mundo e cabeceou pro chão. O goleiro Hebert tirou em cima da linha, salvando sua equipe.

No segundo tempo, o Vila Izabel marcou melhor a saída de bola do adversário e teve boas oportunidades de gols, mas encontrou, do outro lado, o grande goleiro Marinz em um dia inspirado. O São Carlos não chegou tantas vezes com perigo. Em uma delas, aos quatros minutos, em jogada do lateral Ivan, o centroavante Luizinho mergulhou, mas não alcançou.

Mais determinado, o Vila Izabel se deu bem mantendo as jogadas no campo do adversário. A grande oportunidade veio aos 17 minutos. Róbson invadiu a grande área, escapou de dois marcadores e rolou para Alan. Ele chutou, mas o goleiro do São Carlos se lançou na frente e fez um milagre, colocando para escanteio. A defesa valeu a Marinz o prêmio de melhor do jogo.

Na outra partida do grupo, o Leões da Geolândia/Vila Medeiros venceu o Madrid/Moóca por 2 a 0.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Sebastião Vieira. Formado em jornalismo, ele aproveita os fins de semana para retratar o cenário do futebol de várzea de São Paulo. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Duelo entre surpresas termina com vitória do 100 Valor sobre o 1º de Maio
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O Família 100 Valor, do Jardim Cachoeirinha, e o 1º de Maio, do Tatuapé, são duas das maiores surpresas da Copa Kaiser neste ano. No domingo, as duas equipes se encontraram no Agostinho Vieira, na Vila Brasilândia. O resultado foi um jogo tenso, mas muito bom. O 100 Valor venceu por 1 a 0 e praticamente garantiu a classificação. Detalhe para o goleirão do 1º de Maio, uma figura que entrou em campo como gladiador.


Após sorteio, Pioneer joga pela quarta vez no Nacional
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Na manhã desta segunda-feira, com presença do Papo de Várzea, rolou o sorteio do local dos jogos da segunda rodada das oitavas de final da Copa Kaiser (você pode conferir aqui onde seu time joga). E uma coincidência marcou o processo: o Pioneer, da Vila Guacuri, vai jogar pela quarta vez consecutiva no estádio do Nacional, na Barra Funda.

Desta vez, o rival será o Família 100 Valor/Jardim Panamericano – nas outras partidas no local, o time da zona sul não teve tanta sorte assim, com um empate em 0 a 0 contra o Bafômetro, uma vitória por 2 a 0 sobre o Turma do Baffô e uma derrota por 1 a 0 para o Nápoli. O outro jogo no local é Inajar de Souza/V. Cachoeirinha x Bafômetro/Heliópolis.

Junto com o sorteio, estão liberadas, também, as apostas no Bolão UOL da Copa Kaiser. O endereço é esse: . Você já apostou?

Na primeira rodada, alguns resultados surpreenderam e pouca gente acertou muitos placares em cheio – somente 13 pessoas, por exemplo, acertaram os 2 a 0 do Leões da Geolândia sobre o Madrid. O líder é o usuário Vitor0001, que conseguiu 39 pontos – bem mais do que os 27 aqui do editor, que ocupa a 52ª posição…

E você está participando do Bolão UOL da Copa Kaiser? Não? É só entrar nesse endereço http://uol.com/blddkS e se cadastrar (inclusive via Facebook).


Inajar vence o Coroado e começa oitavas com o pé direito
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Abertura do mês, abertura, também, das oitavas de final da Série A da Copa Kaiser, uma fase interessante por um detalhe: depois de cinco etapas jogando apenas contra adversários de suas regiões, agora os 12 classificados vão encarar rivais de todas as outras áreas da cidade. Nesse contexto, O Inajar de Souza, do Jardim Cachoeirinha, da Zona Norte, venceu o Coroado, de Guaianases, da Zona leste, por 2 a 1.

Foi uma festa bonita, com baterias, fogos, bandeiras e “buzinaços” na chegada dos “busões” das torcidas. Ao mesmo tempo, foi uma partida tensa, pois o futebol move emoções, mesmo na várzea. Além d alguns princípios de bate-boca entre torcedores, nenhum problema mais grave foi registrado fora do campo.

Dentro das quatro linhas, as duas equipes mostraram estilos diferentes. Era a fúria do índio Inajar contra a força do morro do Coroado. O time de Guaianases é mais técnico, aposta no toque de bola. O do Jardim Cachoeirinha é mais marcador, mais pegador. O primeiro tempo foi movimentadíssimo do inicio ao fim.

Nos primeiros 20 minutos, a marcação no meio-campo foi forte. Após o tempo técnico, para hidratação em meio ao forte calor, o jogo recomeçou com emoção. O goleador Ronaldinho, do Coroado, estava bem marcado, em um esforço coletivo dos defensores do Inajar, que colavam no atacante dependendo do lado do campo. Mesmo assim, ele deixou o seu aos 23 minutos do segundo tempo. Camisa 5, Evandro roubou a bola, desceu pela lateral esquerda e tocou. A bola encontrou Ronaldinho livre. Ele mirou e fuzilou, sem chances para o goleiro Vitor.

Dois minutos depois, o Inajar igualou a contagem. O bom Buda (pleonasmo?) recebeu no bico esquerdo da área. Com faro de gol apurado, chutou por baixo e a bola foi parar no fundo da rede. Na saída de bola, novo ataque do Inajar. Peterson driblou dois marcadores na direita, adentrou a  grande área. Veio outro marcador, ele caiu, mas não desistiu. Conseguiu a conclusão, de trivela. A bola saiu.

Aos 34 minutos, foi a vez do Coroado. Alexandre Avelino, o Ronaldinho, dominou e mandou uma bola venenosa, perto do gol. Nos acréscimos, aos 37min (na Kaiser, cada tempo dura 35 minutos), o Inajar chegou de novo. Sassá fez o cruzamento, a bola passou por toda  área e Jon tentou escorar. Tocou na bola, mas não conseguiu colocar força. O goleiro Tiago, do Coroado, fez a defesa com facilidade.

O segundo tempo começou frenético. Aceso, o Coroado aproveitou a queda de produção do Inajar nos 15 minutos iniciais. Isso não impediu, porém, que o time da Zona Norte tivesse um momento de perigo aos quatro minutos. Peterson recebeu na esquerda, cortou Gilson na entrada da área e chutou firme. O goleiro pegou.

Nos dois minutos seguintes, o Coroado desperdiçou duas chances. Primeiro, Gilson avançou pela direita e cruzou rasteiro. O alvo era o centroavante Diego. Ele se jogou na direção da bola, mas não alcançou. Depois, Ronaldinho tocou para o meia da equipe, Punk, chutar forte da entrada da área. O apelido, aliás, cria uma dupla interessante no Coroado: Punk e Moicano mostram entrosamento com a camisa do time de Guaianases…

Aos 10 minutos, o Coroado voltou ao ataque, aproveitando a falha de marcação do rival que criava uma avenida do lado direito. Robson fez o drible e chutou. A bola bateu na zaga e, na sobra, Ronaldinho concluiu, para fora.

Aos 15, foi a vez do Inajar de Souza atacar com precisão. Buda dominou no lado esquerdo e, fora da área, usou a canhotinha de ouro em um chute cruzado. Acertou o gole e virou o jogo. O técnico do Coroado, Flavio da Silva, teve que mexer no time para buscar uma reação.

Aos 18 minutos, saiu o troncudo Punk para a entrada do franzino Augusto, que, apesar do físico, joga muita bola. A mudança aumentou o bombardeio coroadense. Aos 22, o lateral Gilson mandou na área e Ronaldinho, de peixinho, cabeceou para bela defesa do goleiro.

O clima esquentou de vez aos 26 minutos, depois de uma entrada mais dura em cima de Augusto. O jogador, magrinho, se levantou e enfrentou o zagueirão rival, com direito a encarada. Acabou levando o amarelo – que foi mostrado também para Du, do Inajar. Aos 29, o capitão do Coroado e dono absoluto do meio de campo, Evandro, tocou por cima para Ronaldinho, que, já dentro da grande área, chutou fraco, em cima do goleiro.

Aos 33, Jorginho, do Inajar, lançou do seu campo de defesa. Encontrou Jon na corrida, mas o zagueiro conseguiu desviar para escanteio no último segundo. O time do Coroado se cansou no final, principalmente no setor defensivo. Ao Inajar bastou segurar o jogo, com uma cera irritante, e esperar o apito final do árbitro Salim Fender Chaves.

O outro jogo do Grupo OF-1 foi no campo do Caju, no Jaguaré. Terminou em 3 a 0 para o Danúbio/Freguesia do Ó sobre o Bafômetro/Heliópolis.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Marcelo Costa. Jornalista e funcionário público, ele está sempre atrás da melhor história nos campos da cidade. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Jogador de várzea dá aula sobre paixão no esporte
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Quando vemos os 22 jogadores em campo, a cada domingo, é fácil esquecer que atletas também fazem esforços gigantescos para defender seus times. É o caso de Didi, atacante do Classe A. Ele está sem carro, vai aos jogos de ônibus, sempre chega atrasado. Deixa a família em casa, sente saudade. Mas, como ele diz, é a vida que escolheu.

 

São pessoas assim, humildes, que tem orgulho do time que defendem, que jogam por amor ao esporte e não pelo status que vem junto com o título de ''jogador de futebol'', que fazem da várzea algo tão bonito.


Danúbio brilha e estreia nas oitavas da Copa Kaiser com vitória por 3 a 0
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As oitavas de final da Copa Kaiser começaram neste domingo com um resultado surpreendente: com os 12 melhores times amadores de São Paulo em 2013 reunidos, o Danúbio, da Freguesia do Ó, conseguiu fazer 3 a 0 no Bafômetro, de Heliópolis. Nos outros duelos, rolou o equilíbrio que todos esperavam. Confira o relato completo aqui: Danúbio brilha e estreia nas oitavas da Copa Kaiser com vitória por 3 a 0


Quadrados, losangos e trapézios: várzea se vira em campos bizarros
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Essa é mais uma matéria bem legal, publicada no ano passado, que merece ser relembrada:

Entre quadrados, losangos e trapézios, futebol de várzea se vira em campos bizarros em São Paulo

As regras do futebol são claras. Para disputar uma partida oficial de futebol é necessário um retângulo de 90 a 120 metros por 45 a 90 metros, com duas traves de cada lado. Mas, para quem joga futebol na várzea, tudo isso é relativo.

Pela cidade de São Paulo, jogadores amadores ignoram a formalidade e exibem categoria mesmo em campos com formatos bizarros. Quadrados, losangos, trapézios e até pentágonos, tudo vale quando a bola rola. Quem percebeu isso foi o jornalista José Ricardo Yoshiga Souza, que mostra sua pesquisa na página no Estrelas da Várzea.

Por lá, é possível conferir que campos importantes do futebol amador de São Paulo, como o Benfica, da Vila Maria, que fica entre as pistas expressa e do meio da Marginal do Tietê e recebe jogos da Copa Kaiser, o principal torneio de futebol amador da cidade, tem um formato “alternativo”: as linhas de fundo tem 69 metros e as laterais, 92 e 66 metros.

José Ricardo usa ferramentas simples para os cálculos: as imagens vêm do serviço de mapas do Google e ele usa um software de manipulação de imagens para limpar as linhas e calcular proporções. “A ideia era contar histórias que aconteciam na várzea. Foi quando entrei no Google Maps para ver quantos campos existiam para começar as visitas. Foi aí que vi um campo muito engraçado no Capão Redondo, todo torto e com medidas totalmente fora do padrão. Eu disse: achei o que eu queria”, lembra.

O projeto nasceu em 2010, após uma conversa de bar. “De tanto ouvir as pessoas falando dos grandes times, eu resolvi criar alguma coisa para lembrar da base do futebol, de onde muitos jogadores que hoje estão no topo saíram. Fiz uma pesquisa rápida e percebi que os assuntos da várzea eram tratado só como confrontos e resultados. Queria fazer algo diferente e engraçado. Lembrei de um amigo que era técnico de um time de várzea, substituiu um jogador, que ficou bravo e minutos depois voltou com um revólver na mão para tirar satisfação. É triste, mas engraçado. Queria contar essas histórias. Mas aí vi os campos e encontrei o foco para o projeto”.

Primeiro, o Estrelas da Várzea foi um blog, que segue no ar, mas sem atualização. Depois, migrou para o Facebook, mas o link está fora do ar. “As pessoas olham os campos, comentam e fazem sugestões. Alguns dos campos mais inusitados foram descobertos com essas dicas. E as pessoas que jogam nesses locais costumam gostar muito quando veem o seu campo em destaque”.

Um dos problemas que José Ricardo enfrenta é a atualização do serviço de mapas do Google. A maioria das imagens do Brasil não é atual. Principalmente porque, por projetos do poder público, muitos campos da várzea paulistana estão deixando de ser terrão para adotar a grama sintética.

“É um fenômeno muito rápido. Em um dos campos que visitei, achei que estava no local errado. Quando visualizei, era terrão, as linhas eram tortas. Ao chegar lá, já tinham passado um trator, levantado um muro, colocado grade, construído vestiário. A cada visita as coisas mudam. E ainda tem esse problema da grama sintética. Os terrões que ainda não viraram sintético, estão pleiteando a mudança. Eu não sou contra a grama propriamente dita, mas ao jogo de poder político que a instalação envolve. Você perde a essência das coisas”, reclama Zé Ricardo.

AS ESTRELAS OCULTAS NA VÁRZEA

Além da página sobre os campos, o projeto de José Ricardo resultou também em um vídeo sobre a escolinha Arco Verde, que funciona em um campo na Cidade Dutra. Lá, dois personagens, Gamela e Boreta, contam como suas vidas, e as das crianças da escolinha, são moldadas pelo futebol.

Gamela é o administrador do campo, que já desistiu de lançar craques. “Uma série de empresários aparece nos campos de várzea, promete mundos e fundos, conversa com as crianças, vai embora e nunca mais aparece. E ele contou que, se fala que o garoto pode virar jogador e, no fim das contas, não dá certo, a criança e a família da criança vão cobrar. Por isso, hoje ele sempre fala em formar pessoas”, diz Zé Ricardo.

Boreta é o zelador do campo. Ele que faz a manutenção do espaço, incluindo as linhas de marcação do campo. O processo é artesanal, a mão. E explica porque, pelo alto, os campos não são exatamente os retângulos perfeitos que a regra pede.

Ficou curioso? Assista o vídeo aqui: http://vimeo.com/41915087