Papo de Varzea

Voz do Terrão: Caçulas, Imperial e Unidos do Nízia empatam em 0 a 0
Comentários Comente

UOL Esporte

No último domingo começou a Série B da Copa Kaiser. Com a alegria de sempre, a bola rolou às 11h47 para o primeiro jogo da Segundona no estádio Chácara do Conde, no Bairro Vila Natal/Grajaú, na região de Santo Amaro. Em campo, dois estreantes: Imperial/Jd. Iporanga e Unidos do Nízia/Cidade Dutra, que disputam o torneio pela primeira vez, empataram em 0 a 0 e mostraram que podem chegar longe.

O Imperial é mais uma representante do “bairro do futebol” da Zona Sul. O Iporanga tem mais de 12 times e, por isso, o Imperial já nasceu enfrentando grandes rivais. Já Unidos do Nizía, da Cidade Dutra, é respeitado na região graças ao seu futebol espetacular  – uma exigência do técnico Paulão.

Boas jogadas, não faltaram. Foram poucos erros de passe. O jogo foi pegado, com muitas faltas, mas sem  violência  – a arbitragem controlou o jogo só com cartões amarelos.

Até os cinco minutos, os dois times se estudaram, baseando as ações no meio-campo, procurando achar brechas para contra-atacar. A partir dos 10 minutos, os zagueiros passaram a ter mais trabalhos. Com o passar do tempo, eles foram cansando e deixando mais espaço para os atacantes mostrarem as pontarias.

Aos 13min, o Imperial teve uma chance clara de gol. Fábio Oliveira recebeu na intermediária e rolou para Cléber. De primeira, ele fuzilou por cima, longe da meta. Na sequencia, foi a vez do Unidos do Nízia: no minuto seguinte, Diogo Santos, de falta, cruzou na área. Cleber chutou em direção ao gol, a bola desviou na zaga e foi pra escanteio. Na cobrança, Diogo encontrou Carlos Antonio, que chutou de primeira, raspando o travessão.

Aos 19min, chance para o Imperial: Fábio ajeitou para Bruno, que girou, passou pelo marcador e chutou forte. Por cima do gol, mas assustou o goleiro. Na ultima oportunidade do primeiro tempo, Cleber cobrou na barreira, a bola sobrou para Michael, que chutou de primeira. A defesa bloqueou, mandando a bola para escanteio. Aos 30min, resposta do Unidos: em nova cobrança de escanteio, Diogo Santos cruzou, a bola foi rebatida pela defesa adversária e, no rebote, Osvaldo chutou forte, mas por cima do gol.

As duas equipes foram para a segunda etapa com a mesma determinação. Chutaram bastante, mas os goleiros estavam protegidos e não deixaram a bola passar. Aos 16min, o Imperial chegou ao ataque, em jogada pelo meio. Em cobrança de falta, Cleber bateu por cima da barreira e por cima do gol.

Aos 22min, o Unidos do Nizía chegou com perigo. Welington fez uma boa jogada e passou para Antônio, que chutou forte. A bola desviou na zaga e parou nas mãos do goleiro. A equipe da Cidade Dutra ainda teve outra boa chance aos 30min, quando Osvaldo tocou para Carlos Henrique, que, perto do gol, chutou em cima da defesa.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Sebastião Vieira. Formado em jornalismo, ele aproveita os fins de semana para retratar o cenário do futebol de várzea de São Paulo.

 

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pela nossa página no Facebook ou pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Efeito Zagallo: time coloca 13 em todas as camisas e segue 100%
Comentários 4

UOL Esporte

Quem assiste aos jogos do Leões da Geolândia na Copa Kaiser se assusta. O goleiro veste o 1313. A dupla de zaga pode ficar com 134 e 413. Achou estranho? É mesmo. Mas está dando certo!

Em um verdadeiro “efeito Zagallo”, para lembrar do tetracampeão do futebol brasileiro que é obcecado pelo número, o time da Vila Medeiros segue com 100% de aproveitamento na edição 2013 da Copa Kaiser com praticamente todos os seus jogadores ostentando o 13 nas camisas. Já são quatro partidas, com quatro vitórias.

A explicação para a numeração bizarra é simples. No início do ano, quando estavam fazendo o planejamento para a Copa Kaiser 2013, o time da Zona Norte pensou em uma maneira de se destacar. Resolveu adotar o 13. Todas as numerações têm pelo menos dois dígitos. A maioria, três. Alguns, até quatro.

“Foi uma ideia minha e do Nilton, que também é diretor. O ano é 2013 e resolvemos colocar um 13 nos números. Foi para ser diferente mesmo”, fala Lima, o presidente do time.

O problema é que a opção não é nem um pouco prática. Em uma das substituições, jogador, mesário e auxiliar tentaram chamar o atleta que iria sair pelo número. Não funcionou. Precisaram chamar pelo nome, já que o jogador não lembrava com qual número estava jogando.

“Pra falar a verdade, é meio embaçada (essa numeração). A diretoria resolveu fazer, é diferente, tudo bem”, diz o atacante Capetinha, que no dia em que conversou com o Papo de Várzea, precisou se virar para contar que estava usando o número 134.

Sem contar nos problemas quando o  juizão tem de advertir a equipe. “Complica bastante. Toda vez que eu tenho de apresentar um cartão, seja amarelo ou vermelho, tenho de parar para fazer a anotação. E com esses números, ainda preciso pedir pro jogador virar. E o jogador que esta sendo punido já está de saco cheio. Você precisa ser mais enérgico”, reclama o árbitro Francisco Carlos Ruffino, que trabalhou no segundo jogo da equipe na Kaiser.


Pioneer faz 5 a 0 no Nós Travamos em duelo de campeões da Kaiser
Comentários Comente

UOL Esporte

A primeira rodada da Etapa 2 da Copa Kaiser começou com dois duelos de peso – e com uma goleada que diz muito sobre a competição até aqui. No campo do Parque Dorotéia, o Pioneer, campeão de 2010, goleou o Nós Travamos, vencedor em 2008, por 5 a 0. Em outro confronto de campeões, o Boa Esperança, bicampeão em 1996 e 2000, encarou os vencedores de 2001, XI Garotos de Ermelino Matarazzo, e venceu por 1 a 0.

Confira o texto completo aqui: Pioneer faz 5 a 0 no Nós Travamos em duelo de campeões da Kaiser

A foto, do parceiro Milton Flores, é do empate em 0 a 0 entre 1º de Maio e Verona.


O que acontece no intervalo de um jogo de várzea?
Comentários Comente

UOL Esporte

Você já ficou curioso pra saber o que acontece no intervalo das partidas? O Papo de Várzea mostra um pouco dos bastidores de União do Pery 4 x 2 Só Embaça. Orientações, análise da arbitragem e até o que os atletas comem. E nada de vestiário! Confira:

Orientações do time que estava atrás: não pode desanimar!

 

Orientações de quem estava na frente: tem que continuar no ataque

 

Análise da arbitragem: como segurar o jogo?

 

Alimentação: o poder da laranja

 


Jogador Infiltrado: torcida faz festa, mas pode expulsar jogador antes de chegar ao vestiário
Comentários 1

UOL Esporte

Torcida faz festa, mas pode expulsar jogador antes de chegar ao vestiário

Futebol de várzea é parecido com futebol profissional também entre os torcedores. Eles vivem a realidade dos clubes. Algumas torcidas têm mais de 20 mil pessoas cadastradas. O torcedor bota jogador que não está bem para correr, faz concentração antes da partida e participa até da preleção.

Muita gente acha que é mentira, mas a pressão em alguns clubes de várzea pode, sim, ser comparada com a de grandes times do futebol profissional. Os atletas são mais do que jogadores. São os representantes e defensores do bairro, da comunidade. São guerreiros da quebrada lutando contra a outra. Quando ganha, está tudo lindo. Se pipocar, o bicho pega.

Torcedor não está nem ai se o jogador está machucado ou tem algum problema físico. Tem que entrar e representar. Dar a vida pela comunidade. É muito comum jogador amarelar em alguns jogos. E a torcida não alivia. Vira faixas de cabeça para baixo, monta cartazes de protesto. Chegam até a partir “pro pau” contra alguns. Já vi o nome do cara com uma caveira em uma faixa. Acredite, é uma ameaça séria…

A pressão é grande, mas o apoio também. Independentemente da função no clube, quando o juiz apita o início, todos se dividem em dois grupos. Torcedores e Jogadores. Diretor vira torcedor-surtado. Puxa os gritos. Dá palestra no vestiário e depois vai para a arquibancada fazer festa. É uma família. E, como em toda família, brigas podem acontecer.

Isso acontece quando alguém está dando migué ou pipocando. Ninguém admite isso: ou você representa ou está queimado. Um caso mostra bem isso: um jogador, que veio de fora da comunidade, não aguentou a pressão e, quando acabou o jogo, não passou pelo vestiário com medo de tomar porrada.

Mas nem tudo é ameaça. A torcida faz um espetáculo lindo, bem organizado, com faixas, cantos, chuva de papel picado. Às vezes, parece até jogo de Libertadores. Até autografo eu já dei! Quem está envolvido vive de corpo e alma o futebol de várzea. Na maioria das vezes, tiram dinheiro do próprio bolso para bancar festas e “resenhas” . Às vezes, cobram os atletas, mas a malandragem come solta. Por isso, dar a vida nos jogos é questão de honra. Quem sabe lidar com isso vira herói. Mas quem não segue essa linha, corre no asfalto de chuteira!

 


Quando o UOL Esporte mergulhou no futebol de várzea, viu que as pessoas eram atenciosas, mas evitavam alguns assuntos. Quanto os jogadores ganham? Como é a relação jogador/treinador? Torcida tem poder? Para responder a tudo isso, o Papo de Várzea encontrou um espião. Ele é um veterano do futebol amador que aceitou contar  os segredos do futebol amador. A cada mês, um tema novo!

Futebol de várzea foge do centro e encontra abrigo na periferia de SP
Comentários Comente

UOL Esporte

Nesta sexta, publicamos no UOL Esporte o levantamento dos campos de várzea de São Paulo. Usamos os campos de CDCs, Parques e Clubes Escolas para mostrar como o futebol de várzea encontra sua casa na periferia da cidade – onde os terrenos são mais baratos e as pessoas buscam o futebol como alternativa de diversão com mais frequência.

Para mais detalhes, você pode ler o texto aqui: Futebol de várzea foge do centro e encontra abrigo na periferia de SP.

O mais legal, porém, é o  infográfico, que mostra onde estão os campos. O campo do seu time aparece por aí?


Como manter um campo de várzea?
Comentários Comente

UOL Esporte

Representante do Vasco, da Vila Galvão, conta como mantém o campo, que foi reformado recentemente e conta com instalações boas quando comparadas a outros campos da várzea de São Paulo.