A Várzea Azul (contra o câncer de próstata) e o Botafogo que dá orgulho
Papo de Várzea
Enquanto o Botafogo do Rio de Janeiro está uma vergonha para o futebol profissional, sua filial da várzea só dá alegria. Neste domingo, o Botafogo de Guaianases, tradicional equipe varzeana de 1955, recebeu centenas de pessoas para o encerramento do Várzea Azul, que homenageou jogadores veteranos e proporcionou uma palestra com médico para falar sobre combate ao câncer de próstata. O projeto foi organizado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida.
Lá eu conheci Edmilson Goncalves (à dir. na foto) e Adonias Azevedo (à esquerda). Em comum, os dois fazem parte da história do Botafogo de Guaianases, têm mais de 50 anos e já fizeram exames para saber se está tudo bem com a próstata. ''Uma vez, tive um sangramento e fiz meu primeiro exame de toque aos 40 anos. Meu pai tem câncer de próstata, então quero me cuidar'', contou Edmílson, 50 anos, conhecido como Índio e jogador da categoria de veterano.
Já Adonias, aposentado, tem 57 anos e é vice-presidente do time de Guaianases e fez exame de toque há uns 4 anos. ''Sentia muita dor e dificuldade de urinar. Depois de fazer os exames, soube que tinha alguma alteração na próstata''. Mas não deu nada, ainda bem. ''Eu nunca tive preconceito. Tem que se cuidar mesmo. Tem gente muito besta. O varzeano machão de verdade é aquele que faz exame de toque. E nunca será menos varzeano por isso'', diz.
Por mais anos de futebol
O último dia do Várzea Azul foi marcado pela vitória do Rachão do XV de Novembro sobre o Botafogo de Guaianases por 3 a 1. De quebra, venceu o Torneio da Amizade. Em seguida, o Botafogo venceu por 1 a 0 o Sem Compromisso Água em amistoso. Depois, foi a vez de o doutor Ricardo Caponero (ao centro) conversar com os varzeanos. ''São oito casos de câncer de próstata por hora'', alertou. Para o presidente do Botafogo, Itamar de Jesus, 56, o varzeano tem que se cuidar. ''Quem não se cuida, está deixando de viver mais na várzea'', falou… e disse.
Por Diego Viñas, do Varzeapédia