Lendas da Várzea: Quando um pitbull entra em campo
UOL Esporte
Essa Lendas da Várzea vai ser um pouco diferente. Normalmente, neste espaço o Papo de Várzea deixa o próprio personagem contar a sua história. Dessa vez, nós mesmo vamos contar a história de como um jogador transformou um mascote em símbolo da união entre time e comunidade.
Quem já passou pela Casa Verde para ver uma partida de futebol de várzea sabe que o mascote do Nove de Julho, um dos times mais populares da região, é o Pitbull. Mas sabe como foi que a torcida abraçou o símbolo? Foi graças a um atacante, o Fernando.
Nascido e criado na Casa Verde, ele começou sua carreira de varzeano em um rival do Nove. Era jogador do Mangaba e, ainda hoje, guarda com carinho os duelos contra o time rubro-negro. Com o tempo, sempre se destacando, ele acabou recrutado para o time. Irreverente como só ele, resolveu procurar uma maneira de homenagear o time.
“Logo lembrei das máscaras. Paulo Nunes e o porco, sabe como é. Resolvi procurar uma de pitbull”. Mas como fazer para achar uma máscara de cachorro, ainda mais de um pitbull. Na época, a raça estava em alta, mas pela violência – fazendo com que o cachorrão não fosse dos mais populares. “Fui procurar a máscara. Rodei o bairro inteiro. Só achei na 25 de março”.
Restava, então, esperar o momento para a estreia. No primeiro jogo em que colocou a máscara no calção, marcou. Virou Fernando Pitbull. “O pessoal adorou. Fui até em programas de televisão com a máscara”, lembra. O apelido pegou mesmo alguns anos depois, quando ele marcou o gol do título do Nove de Julho nos Jogos da Cidade.
Passou um período longe do time e voltou neste ano, para se aposentar do gramado. “Já tenho 36 anos. Ainda dava para continuar jogando, mas estou cansado. Resolvi parar e nada melhor do que parar na Copa Kaiser. Mas quase não fui inscrito”, conta. “Falaram que iam me inscrever, mas quando vi a lista, não estava meu nome. Sorte que o pessoal do time ligou e conseguiu me colocar de última hora”.