Futebol não vive sem gandula: conheça Marcelo, um futuro craque
UOL Esporte
O time da casa está atacando. O camisa 10 lança o centroavante, mas quem chega primeiro na jogada é o zagueirão rival. Que dá de bico, pro alto. Se fosse na sua pelada de fim de semana, já sabe: alguém vai ter de ir atrás da redonda, pular muro, correr de cachorro…
Qquando o assunto é futebol de várzea, existem alternativas das mais criativas. Em um campo da zona leste, com um córrego por perto, por exemplo, os garotos da vizinhança têm um uma cestinha, parecida com aquela usadas nas piscinas, para pegar a bola que cai na água.
Depois de dois parágrafos de introdução, esses garotos são os personagens principais do nosso texto: o gandula. Um em especial. Na semana passada, o Papo de Várzea foi até o CDC Parque Dorotéia, na Zona Sul. Reconhecido, foi abordado por um garoto falante. Foi tão gente boa que conquistou esse espaço.
Seu nome é Marcelo Cardoso Machado. Aos 14 anos, ele é um candidato a craque de futebol. Joga na escolinha do Pioneer, um dos times mais fortes da zona sul na Copa Kaiser. E sonha alto: “Quero ser igual ao Lucas, do São Paulo, que hoje foi para o PSG. Acho que jogo como ele. Driblo muito. E apanho muito também”, contou.
Marcelo é um dos garotos que vão buscar quando a bola cai atrás do alambrado ou no colégio vizinho. Para cumprir a função, representantes do campo foram até a casa dos garotos pedir autorização dos pais. Os gandulas trabalham em dupla a cada fim de semana. E tratam, sim, como trabalho. Inclusive recebem uma ajuda de custos dos times que entram em campo. “É melhor pagar para os meninos correrem atrás do que perder a bola”, ensina o parceiro Eduardo Lima.
No fim das contas, futebol é sempre mais legal com gandula (mais, ágil, pelo menos). O blog torce para que Marcelo, e todos os outros que fazem parte do universo do futebol de várzea paulista, realizem seus sonhos. Que essa tenha sido a primeira de muitas entrevistas de um craque. No futebol e na vida.