Papo de Varzea

Vaga conquistada no terrão: Pioneer vence o 1º de Maio

UOL Esporte

O Pioneer, da Vila Guacuri, conseguiu a vitória e a classificação suada depois de vencer o 1º de Maio, do Tatuapé, por 2 a 1. O jogo foi no campo do Flor de Vila Formosa, na zona Leste de São Paulo. Valia pelas oitavas de final da série A da Copa Kaiser 2013.

O time do Tatuapé tinha três desfalques no time. Além dos jogadores Uhemisson e Aldiney, o técnico Donizete estava suspenso e “ausente”. Na verdade, ele estava no alambrado e, às vezes, dava um jeito de palpitar – mas é bom ressaltar: não rolou comunicação via celular ou rádio. Colado ao alambrado mesmo, o técnico conversou e orientou seus auxiliares.

O Pioneer seguia com a desconfiança de ter empatado com a surpresa da Copa, o Família 100 Valor, do Jaraguá. Já o 1º de Maio entrava, teoricamente, favorito, já que havia derrotado o forte Nápoli, que vencera na primeira rodada o Pioneer por 1 a 0.

 

O jogo foi bom. Para quem pensou que o Pioneer não iria resistir ao terrão, acostumado aos sintéticos da Zona Sul, se enganou. Mostrou a técnica e a pegada de sempre. O 1º de Maio teve um dia ruim e estava feito um tatu a pé no asfalto. Não conseguiu se encaixar no jogo e acabou sendo envolvido pelo adversário.

Aos quatro minutos, o Pioneer abriu o placar com Magrão. Ele estava há sete jogos sem marcar, mas desencantou no terrão. Dominou a cinco passos da meia lua, deu um giro sobre o zagueiro Di e chutou rasteiro, no cantinho direito.

O 1º de Maio, cinco minutos depois, teve um bom lance com Carlão. Ele recebeu o lançamento na esquerda e chutou cruzado, mas foi para fora. A partir daí, o jogo perdeu ritmo e, até os 20 minutos, poucos lances foram efetivos. O sol até dava alguma trégua, mas voltava quente.

Aos 22 minutos, ataque do time do Tatuapé. Pela esquerda, Léo chutou e o goleiro Celso mandou para escanteio. Depois, foi a vez do povo do Guacuri vibrar. Aos 29, Magrão, em lance quase igual ao do gol, do mesmo lugar, bateu no canto e o goleiro Jesiel mergulhou. Desviou só o suficiente para que a bola batesse na trave e saísse. No último lance de perigo do primeiro tempo, Gigante e Mentirinha disputaram a bola, que acabou saindo para escanteio. Na cobrança, Joedson mandou fechado e Celso tirou com a ponta dos dedos.

No segundo tempo, o Pioneer voltou sufocando o rival. O time chegava ao ataque em bloco e ainda aproveitava as opções nas pontas, com os laterais Gilmar e Wagnão. O 1º de Maio estava muito dependente do seu centroavante, o Gigante, com dez gols no campeonato. O artilheiro, porém, jogou no sacrifício e, às vezes, mostrava sofrer com um problema na virilha. A outra opção de jogo era com o bom camisa 10 Carlão, mas a marcação que sofria de Fábio Mentirinha estava impecável.

O 1º de Maio teve poucas chances boas no segundo tempo. Uma delas foi aos nove minutos: Carlão recebeu na esquerda e tocou para Rafael, que chegava em velocidade. Ele chutou bem, mas no meio do gol. Celso, bem posicionado, se agachou e fez a defesa.

Depois, foi um bombardeio dos “pioneiros”. Aos 10 minutos, Gilmar arriscou e a bola passou perto do ângulo. Dois minutos depois, Rodnei resolveu chutar de longe, da lateral esquerda. A galera gritou “UH!” quando a bola passou perigando. Em seguida, Wagnão cruzou e Magrão cabeceou. A bola saiu ao lado da trave.

O 1º de Maio tentava achar espaços nos contra-ataques, mas sempre encontrava uma defesa sólida pela frente. Aos 20, Rodnei cedeu o escanteio, Kanu cobrou e, por ironia, Gigante subiu e não alcançou. O técnico Madureira, do 1º de Maio, pediu para Carlão trocar de posição com Gigante, para ver se o centroavante saia da marcação de Mentirinha. Foi justamente nesse momento que saiu o segundo gol, aos 25 minutos.

Falta na esquerda, Rodnei foi para a cobrança. Pegou com veneno, a bola morreu no canto esquerdo do goleiro Jesiel. O time do Tatuapé ainda fez pressão no final, aproveitando que o Pioneer estava relaxado, mesmo com o time da Vila Guacuri reforçando o meio campo, com a entrada de Silas no lugar de Rodrigo Piu.

Foram dois lances finais que poderiam mudar os rumos da classificação. Aos 34, o zagueiro Renato cobrou falta no meio da área. Buião, que tinha acabado de entrar, cabeceou para trás, já dentro da área. Celso usou o reflexo e segurou. E aos 35 cravados, Elinaldo Tiririca cobrou falta da intermediária e lançou na área. O zagueiro Diego parou, pedindo o impedimento, e Alexandre dominou e chutou, a bola passou por baixo do goleiro Celso, marcando o gol de honra do time do Tatuapé.

No mesmo Grupo OF-2, o Nápoli empatou com o Família 100 Valor, em 0 a 0. Com isso, ficou uma tensão no ar, já que o Pioneer ainda tinha de esperar outros resultados para saber o seu destino. O time estava em terceiro do grupo até então, mas poderia ficar com a vaga do índice técnico. Os jogadores se reuniram e ficaram em campo esperando uma informação sobre o jogo chave, entre Bafômetro, de Heliópolis, e Coroado, de Guaianases. E chegou a informação positiva: “No campo do Nacional, acabou! Bafômetro 1 a 0 diante do Coroado”. Alegria geral dos torcedores do Pioneer, uns gritando e outros chorando. E os grupos da próxima fase (quartas de final) já estão formados. O Pioneer caiu no Grupo QF-1, com Danúbio/Freguesia do Ó, Jd. São Carlos, de Guaianases, e novamente o Família 100 Valor. No domingo (22/09), tem a abertura. Na Zona Sul, no campo do Anhanguera, às 13h, tem jogão de bola entre Pioneer e Danúbio.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Marcelo Costa. Jornalista e funcionário público, ele está sempre atrás da melhor história nos campos da cidade. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

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