Pichão do Alvim, um dos melhores zagueiros de sua época. Convocado no céu
Papo de Várzea
Eu conheci o Pichão – uns escrevem Pixão – em 2012 durante um trabalho de pesquisa que realizei pelo Museu do Futebol, em São Paulo. Na ocasião, ele era conselheiro fiscal da Associação Atlética Arthur Alvim. Era um feriado de 7 de setembro que comemorava o aniversário do Arthur Alvim, time de várzea da Zona Leste fundado em 8 de setembro de 1937. Cinco anos antes, em agosto de 1932, nascia Carmino Sinibardi.
Boleiro de nascença, Pichão me contou sua relação com a várzea. ''O futebol entrou na minha vida pelo Alvim (como é carinhosamente chamado o time). Meu pai tinha olaria, de fazer tijolos. Eu ajudava quando morei na Vila Ré'', contou o velho Pichão, vestindo uma antiga e caprichosa camisa do Arthur Alvim, daquelas que chamaríamos de uma valiosa ''retrô''. Camisa verde que ele vestiu ainda no juvenil, antes de ir para o Extra, categoria já extinta.
Quando falei com Pichão, ele era um taxista ativo aos 80 anos. No momento de lazer, ele contou orgulhoso quando subiu de categoria no futebol de várzea. ''Comecei a jogar no Extra de manhã. Não demorou muito me levaram pro Esporte (categoria principal). E eu nem tinha chuteira''. Na madrugada desta sexta para sábado, recebi a notícia que Pichão faleceu. Para mim, resta esta homenagem a um dos melhores zagueiros de sua época. Convocado no céu.
#proPixao
No dia em que conheci Pichão (à esquerda na foto), tive a honra de conhecer o seu filho, Jorge Luis Sinibardi, conhecido como Kuka (ao centro) e José Csispae, conhecido como Boca (à direita). Kuka jogou pelo Arthur Alvim durante quase 30 anos. ''Comecei aqui com 15 anos''. Mas neste final de semana, a atenção à família ficou em primeiro lugar. Enquanto isso, neste domingo, o time de veterano do Alvim vencia o campeonato da categoria. No Facebook do time, o título foi dedicado ao velho Pichão, com a hashtag #proPixao. É isso!
Por Diego Viñas, do Varzeapédia