Papo de Varzea

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Quem vai se classificar na Copa Kaiser: Zona Leste (vale prêmio!)
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UOL Esporte

Você sabia que o Papo de Várzea vai dar uma camisa do Noroeste na segunda-feira? Os detalhes estão aqui. Basicamente, o vencedor vai ser quem acertar os 12 classificados para as oitavas de final da Copa Kaiser. É só entrar no endereço http://uol.com/bhdcLb, logar com sua conta no Facebook e dar seu palpite.

Para ajudar um pouco, a equipe do Papo vai analisar as quatro regiões da cidade. Dois times já estão classificados (Coroado/Guaianases e 1º de Maio/Tatuapé) e dez vagas estão abertas. São duas vagas diretas em cada grupo (uma em cada um dos grupos da Zona Leste) e duas de índice técnico. Para começar, vamos à Zona Leste:

Situação dos grupos

A Zona Leste é a única com dois grupos. No L-46, o 1º de Maio já está classificado (com seis pontos) e o Madrid está bem encaminhado. O time da Móoca tem quatro pontos. A dupla da Cidade Tiradentes, SDX e MEC-Maranhão, vem logo atrás. O SDX tem um ponto e o MEC está zerado.

No L-47, o Coroado, de Guaianases, ficará assistindo de camarote um duelo acirrado por vagas. O Jardim São Carlos/Guaianases tem três pontos, contra um de Nápoli/Vila Industrial e Noroeste/Vila Formosa.

Os duelos (sempre às 13h30)

L-46

SDX x MEC-Maranhão, no estádio Nicolau Alayon (Nacional da Barra Funda)

Madrid x 1º de Maio, no Flor de Vila Formosa

L-47

Nápoli x Coroado, no campo do Americano

Noroeste x São Carlos, no Burgo Paulista

A análise

No L-46, o Madrid tem grandes de acompanhar o 1º de Maio nas oitavas. Um empate basta – o time do Tatuapé joga já classificado e um empate o deixa, também, na liderança da chave. O SDX ainda tem chance, mas, para isso, precisa vencer um clássico. Se conseguir, marcando muitos gols, pode ficar com um dos índices técnicos.

Na outra chave, tudo está muito aberto. O Coroado já joga classificado, mas encara o Nápoli – especialistas sempre dizem que é bom acabar com um rival poderoso quando possível e essa é a chance do time de Guaianases, pela segunda vez, eliminar o dono da melhor campanha do torneio. O Nápoli, porém, é forte e tem totais condições de vencer – para garantir a vaga, porém, precisa de gols. No outro jogo, a situação é ainda pior: tanto São Carlos, quanto Noroeste precisam vencer para ficar com a vaga.

Lembrando que os critérios de desempate são esses: vitória, saldo de gols, gols marcados, gols sofridos, cartões vermelhos, cartões amarelos, cartões nas etapas anteriores, confronto direto (só em empate entre dois times) e sorteio.


Quem vai se classificar na Copa Kaiser: Zona Sul (vale prêmio!)
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Você sabia que o Papo de Várzea vai dar uma camisa do Noroeste na segunda-feira? Os detalhes estão aqui. Basicamente, o vencedor vai ser quem acertar os 12 classificados para as oitavas de final da Copa Kaiser. É só entrar no endereço http://uol.com/bhdcLb, logar com sua conta no Facebook e dar seu palpite.

Para ajudar um pouco, a equipe do Papo vai analisar as quatro regiões da cidade. Dois times já estão classificados (Coroado/Guaianases e 1º de Maio/Tatuapé) e dez vagas estão abertas. São duas vagas diretas em cada grupo (uma em cada um dos grupos da Zona Leste) e duas de índice técnico. Para começar, vamos à Zona Sul:

Situação do grupo

Bom, está tudo igual no grupo da Zona Sul. Os quatro jogos disputados até agora foram 0 a 0. Com isso, a liderança do grupo está sendo definida nos critérios disciplinares. Nos vermelhos, tudo empatado, com um cartão para cada time. Nos amarelos, vantagem para Turma do Baffô, do Jardim Clímax, com duas advertências. O segundo é o Bafômetro, com quatro. Milianos, do Jardim Rosana, tem seis e o Pioneer, da Vila Guacuri, sete. Mais detalhes aqui (http://uol.com/bsdcw8).

Os duelos (sempre às 12h)

Pioneer x Turma do Baffô, no estádio Nicolau Alayon (Nacional da Barra Funda)

Milianox x Bafômetro, no campo do Anhanguera

A análise

A situação dos cartões deixa o grupo completamente aberto. Os técnicos têm algumas dúvidas para definir as estratégias. Você ataca e se abre ao contra-ataque (e fica sujeito a cartões, mesmo se evitar os gols)? Ou se defende e, como está focado em parar os rivais, corre o ricos de levar cartões?

É muito provável que, dos dois grandes da Zona Sul, o campeão de 2010 Pioneer e duas vezes vice-campeão Baffô, só um continue no torneio. O Baffô se classifica com um empate simples (desde que faça isso sem expulsões – afinal, é improvável que o time leve cinco cartões amarelos a mais do que o rival no domingo). Na outra partida, as coisas são mais complicadas, afinal, o número de cartões de Bafômetro e Milianos é semelhante. E, claro: um gol muda tudo isso…

Lembrando que os critérios de desempate são esses: vitória, saldo de gols, gols marcados, gols sofridos, cartões vermelhos, cartões amarelos, cartões nas etapas anteriores, confronto direto (só em empate entre dois times) e sorteio.


Quem vai se classificar na Copa Kaiser: Zona Oeste (vale prêmio!)
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Você sabia que o Papo de Várzea vai dar uma camisa do Noroeste na segunda-feira? Os detalhes estão aqui. Basicamente, o vencedor vai ser quem acertar os 12 classificados para as oitavas de final da Copa Kaiser. É só entrar no endereçohttp://uol.com/bhdcLb, logar com sua conta no Facebook e dar seu palpite.

Para ajudar um pouco, a equipe do Papo vai analisar as quatro regiões da cidade. Dois times já estão classificados (Coroado/Guaianases e 1º de Maio/Tatuapé) e dez vagas estão abertas. São duas vagas diretas em cada grupo (uma em cada um dos grupos da Zona Leste) e duas de índice técnico. Para começar, vamos à Zona Oeste:

Situação do grupo

Danúbio, da Freguesia do Ó, e Vila Izabel, de Osasco, dividem a liderança, com quatro pontos. O Família 100 Valor, do Jardim Panamericano, uma das surpresas desse edição da Copa Kaiser, tem dois. O Catumbi/San Remo perdeu as duas partidas que fez até agora na Etapa 5 – você pode ver os detalhes aqui (http://uol.com/bwdcYH).

Os duelos (sempre às 13h)

Família 100 Valor x Catumbi, no campo do Jardim Regina

Danúbio x Vila Izabel, no campo do Caju

A análise

A situação da chave é confortável para Danúbio e Vila Izabel. Os dois times tem quatro pontos e se enfrentam. Um empate serve para levar a dupla para a próxima fase. O Família 100 Valor também tem boas chances de classificação, desde que vença: chegaria aos mesmos cinco pontos dos outros dois rivais e, mesmo que fique em terceiro lugar, conquista uma das duas vagas por índice técnico.

Para o Catumbi, a situação é complicada: zerado, mesmo se bater o 100 Valor, é praticamente impossível se classificar com três pontos no índice técnico.

Lembrando que os critérios de desempate são esses: vitória, saldo de gols, gols marcados, gols sofridos, cartões vermelhos, cartões amarelos, cartões nas etapas anteriores, confronto direto (só em empate entre dois times) e sorteio.


Quem vai se classificar na Copa Kaiser: Zona Norte (vale prêmio!)
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Você sabia que o Papo de Várzea vai dar uma camisa do Noroeste na segunda-feira? Os detalhes estão aqui. Basicamente, o vencedor vai ser quem acertar os 12 classificados para as oitavas de final da Copa Kaiser. É só entrar no endereço http://uol.com/bhdcLb, logar com sua conta no Facebook e dar seu palpite.

Para ajudar um pouco, a equipe do Papo vai analisar as quatro regiões da cidade. Dois times já estão classificados (Coroado/Guaianases e 1º de Maio/Tatuapé) e dez vagas estão abertas. São duas vagas diretas em cada grupo (uma em cada um dos grupos da Zona Leste) e duas de índice técnico. Para começar, vamos à Zona Norte:

Situação do grupo

O líder é o Gesan, do Jardim Peri, com quatro pontos. Logo atrás estão Inajar de Souza/Jardim Cachoeirinha e Leões da Geolândia da Vila Medeiros, ambos com três pontos. O Vasco, da Vila Galvão, é o quarto, com um ponto. Quer ver a classificação completa? Está aqui.

Os duelos (sempre às 13h)

Gesan x Leões da Geolândia, no Flamengo da Vila Maria

Inajar de Souza x Vasco, no Cecília Meireles

A análise

O Gesan joga pelo empate contra o Leões. E foi beneficiado pelo campo: o Flamengo da Vila Maria é um campo pequeno, de terra e que vai beneficiar quem está jogando para se defender. Má notícia para o rápido time do Leões – que depende, e muito, da inspiração de seus atacantes, principalmente o baiano Capetinha.

No Cecília Meireles, o ataque vai ser beneficiado. O campo é sintético, a grama está um pouco desgastada em alguns pontos, mas rola macia. O Vasco entrou nesta fase como uma das melhores defesas do torneio, mas a fase não é das melhores. Com uma derrota e um empate, só se classifica, diretamente e sem depender dos rivais, se vencer o Inajar por mais de dois gols de diferença (e não levar cartões). O problema é que o Inajar mostrou muita força ao bater o Leões.

Tudo aberto. A Zona Norte tem boas chances de emplacar, além dos dois classificados diretamente, um dos índices técnicos.

Lembrando que os critérios de desempate são esses: vitória, saldo de gols, gols marcados, gols sofridos, cartões vermelhos, cartões amarelos, cartões nas etapas anteriores, confronto direto (só em empate entre dois times) e sorteio.


Madrid mostra força e vence MEC-Maranhão por 2 a 1
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UOL Esporte

O Madrid/Móoca voltou a mostrar força na Copa Kaiser. Abriu 1 a 0 sobre o MEC-Maranhão, da Cidade Tiradentes, levou o empate de pênalti e buscou o segundo gol, em um gol de Bolinha. Com o resultado, o time ficou perto da classificação para as oitavas de final. Veja os melhores momentos:

 

Eleito o craque do jogo, o atacante Bolinha foi o nome da vitória. Ele marcou os dois gols de sua equipe. Confira a entrevista depois do jogo.

 


Quer ganhar a camisa do Noroeste? É só acertar quem se classifica na Copa Kaiser…
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UOL Esporte

Para comemorar as 2000 curtidas em nossa FanPage e a chegada da Copa Kaiser a sua reta final, o Papo de Várzea vai dar mais uma camisa, desta vez do Noroeste da Vila Formosa, terceiro colocado em 2012, para um de nossos amigos.

Agora, porém, será um esquema diferente: vence quem acertar quais serão os 12 times classificados para as oitavas de final da Copa Kaiser. Duas equipes já estão classificadas (Coroado/Guaianases e 1º de Maio/Tatuapé) e as outras dez serão conhecidas no próximo domingo.

Quem quiser participar pode dar seu palpite no seguinte endereço: http://uol.com/bhdcLb

As regras são essas:

– Só serão consideradas respostas entre 20/8 e 9h de 25/8. Então, se você postar depois que os jogos de domingo começarem, não vai valer…

– Você deve colocar o nome de 12 times na resposta. Respostas com menos do que 12 nomes não serão consideradas. Isso quer dizer que se você estiver em dúvida, chute um time. Afinal, você pode responder quantas vezes quiser.

– Quem acertar os 12 nomes corretos vence. Em caso de mais de uma resposta correta, o vencedor será quem tiver postado antes.

– Se ninguém acertar todos os classificados, o vencedor será quem tiver o maior número de classificados. E, novamente, se tivemos um empate, quem tiver postado antes leva a camisa.

– Só para lembrar: não vale responder na área de comentários desse post, nem nos comentários da nossa FanPage. Portanto, entre nesse endereço para participar: http://uol.com/bhdcLb

– E, claro, curta o Facebook do Papo de Várzea!

Boa Sorte!


Um jogo pode ser entendido por fotos?
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Uma partida de futebol pode ser traduzida em uma série de imagens? A gente acha que sim. Por isso, tentamos fazer isso com o jogo entre São Carlos e Nápoli. Quem fez as legendas só sabia o placar, 2 a 1 para o São Carlos. E conseguiu criar um panorama bem legal do jogo. O que vocês acham?


Coroado e 1º de Maio são os primeiros classificados para as oitavas da Copa Kaiser
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UOL Esporte

Você está acompanhando a Copa Kaiser? Se está, sabe que alguns times estão surpreendendo no torneio deste ano. Dois desses times são o Coroado, de Guaianases, e 1º de Maio, do Tatuapé, que superaram times favoritos, como o Nápoli, da Vila Industrial, ou o Noroeste, da Vila Formosa, e são os primeiros classificados para as oitavas de final da competição.

A rodada teve outros resultados surpreendentes também, como os 3 a 0 do Inajar de Souza sobre o Leões da Geolândia ou os 5 a 0 do Danúbio sobre o Catumbi – sem contar os empates em 0 a 0 da Zona Sul.

Quer o resumo completo? Leia aqui: Coroado e 1º de Maio são os primeiros classificados para as oitavas da Copa Kaiser

Copa Kaiser 2013

Copa Kaiser 2013

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Irmãos, sim! Futebol. . . à parte!
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UOL Esporte

O texto a seguir foi enviado ao blog pelo Waldir Capucci. Ele leu a história dos irmãos Rosa (Máquina niveladora, irmão marrento, caçula “traíra”: no Dia dos Pais, histórias de uma família de varzeanos) e se lembrou da história de seus tios, craques em Jacareí. A leitura vale a pena:

Irmãos, sim!  Futebol. . . à parte!

Não presenciei, mas ouvi muitos relatos de personagens e testemunhas e, também, li vários recortes de jornais da época atestando a veracidade dos fatos.

Na primeira metade do século XX, mais precisamente na década de quarenta, havia uma grande rivalidade entre duas equipes de futebol de Jacareí.

Quem não era torcedor do Esporte Clube Elvira, o famoso vermelhinho, certamente torcia pela Ponte Preta Futebol Clube, a esquadra alvinegra, já que não havia como ficar neutro; todos tinham uma preferência clubística.

As únicas e conhecidas exceções veremos mais adiante.

Quando as equipes se enfrentavam, a cidade toda acabava envolvida. Não existia outro assunto nas conversas ao longo da semana que antecedia o clássico municipal. No dia, então, o estádio ficava lotado e os torcedores incentivavam os jogadores desde antes do apito inicial, sem esmorecer.

Encerrado o jogo, a semana seguinte era consumida pelos comentários sobre a porfia futebolística, e heróis e vilões eram obrigados a conviver com as opiniões dos torcedores até um novo confronto.

Cada time tinha seus ídolos, aqueles que davam ao torcedor a confiança e segurança de que a equipe não seria derrotada. No Elvira, as atenções recaíam principalmente sobre o centroavante Raul, corpo esguio, driblador, muito rápido e exímio goleador. Já do lado da Ponte Preta, a idolatria maior era por Horácio, goleiro de boa estatura, excelente reflexo, narigudo em razão da descendência libanesa, preciso nos saltos e sempre fazendo defesas milagrosas que levavam os torcedores de sua agremiação ao delírio, e os da adversária, ao pânico.

A cidade parava a cada confronto, as paixões afloravam e discussões e apostas surgiam nas esquinas. Exceção apenas na casa dos imigrantes José e Irineia, pais de Raul e Horácio, que, junto com os demais sete filhos, torciam pelos gols do lépido centroavante e pelas defesas do intrépido arqueiro.

Sim, o artilheiro e o goleiro adversários no campo eram irmãos e, ainda solteiros, moravam sob o mesmo teto. Juntos, trabalhavam no armazém da família, ajudando o pai, que nunca permitiu que a rivalidade futebolística se estendesse ao lar, e, independente do resultado, a harmonia sempre fez parte da rotina daquela casa.

Fotos antigas registram a presença no estádio do pai, José Ale, trajando um sobretudo escuro, vistoso chapéu na cabeça e portando uma bengala, que girava ameaçadoramente para quem ousasse dirigir críticas ou palavrões para uma de suas crias em campo. Tinha como retaguarda a presença ao seu lado de outros três filhos, muito fortes e prontos a defender o pai e a honra da família em qualquer situação.

Já a mãe e suas quatro filhas ficavam limitadas a ouvir pelo rádio, já que não havia televisão na época. E, juntas, sofriam do mesmo modo. Quando do retorno dos homens ao lar, estes já encontravam o jantar pronto para as prazerosas noites em família, na qual era proibido falar do jogo.

Com o decorrer dos anos, muitos foram os embates entre as agremiações e não sei qual teve mais vitórias sobre o outro. Raul faleceu em 1982, com 57 anos, e Horácio, em 1996, com 69 anos. Ambos se vangloriavam de ter vencido mais vezes e, enquanto um enaltecia seus gols, o outro se gabava de suas defesas. Por amor a ambos, jamais pesquisei para saber a verdade, preferindo acatar o empate como resultado.

Ficaram as histórias, as boas recordações, os amigos. E também um acervo de troféus e o legado de vitórias e títulos para as agremiações que defenderam com aquela galhardia amadora de outrora, inexistente nos dias atuais.

E eu, muito privilegiado, tive nos animados encontros familiares a oportunidade de conviver com os dois craques, meus tios por parte materna, ouvindo deles deliciosas narrações e fatos pitorescos daquela época.

Registros que mantenho guardados no acervo pessoal do meu coração, onde sempre os rebusco através do pensamento, e inebriado pelas deliciosas lembranças, dou-me o direito de rir ou chorar, manifestações causadas pela emoção de recordações familiares tão marcantes na minha vida.

Gostou do texto? Tem uma história parecida? Mande para o nosso blog! O e-mail é esse: papodevarzea@gmail.com


Em Heliópolis, 190 mil pessoas e mais de 40 times dividem um só campo de futebol
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UOL Esporte

Na semana passada, recebi uma ligação que me deixou muito contente. O Fábio José da Silva, líder comunitário de Heliópolis, estava comemorando uma conquista grande do esporte naquela que já foi a maior favela da América Latina. Em dois meses, a escolinha de futebol que criou já está atendendo quase 200 crianças na quadra da Unas.

Lembrei, então, de uma das reportagens que o UOL Esporte fez no ano passado, em Heliópolis. Em uma tarde, vivemos um pouco a realidade de Heliópolis para constatar a importância do futebol na vida de quem vive por lá. Leia. Vale a pena:

Em Heliópolis, 190 mil pessoas e mais de 40 times dividem um só campo

Quem nunca andou pelas ruas da comunidade de Heliópolis se surpreende com a importância que o futebol exerce na comunidade. As ruas estreitas abrigam, a cada esquina, um time de futebol diferente. Os nomes vão desde homenagens a novelas, como o Cantareira, até a turma de amigos que se reuniam para tomar umas e outras, como o Bafômetro.

São mais de 40 equipes estruturadas dentro da comunidade, com sede própria e estatuto. Mas, apesar do tamanho de Heliópolis, na área da maior favela de São Paulo só existe um campo de futebol para atender às necessidades esportivas de mais de 190 mil moradores.

“Campo mesmo, só temos um. Temos algumas quadras, mas todas pequenas. O campo original era na área onde hoje ergueram o hospital. Fizemos um acordo para construir no terreno, mas até agora não temos oficializado que esse local é da comunidade. Por isso, consideramos o campo como área invadida”, explica Edson Arthur da Silva, diretor do Cantareira.

O terreno fica ao lado do Complexo Hospitalar de Heliópolis. É administrado pela Associação Heliópolis Social e Lazer, entidade que une alguns dos principais times da comunidade. A infraestrutura é doada pelo hospital: uma torneira para os atletas e ligações de eletricidade improvisadas nas salas de administração e zeladoria.

“O problema do campo é só um reflexo dos problemas gerais de Heliópolis. Hoje, nossa principal reivindicação é justamente a regularização fundiária. Você pode ter uma casa, mas não tem os papéis. Então, oficialmente, é uma invasão. Hoje, temos agências dos Correios, bancos, consórcios. Mas os terrenos e as casas ainda precisam de regulamentação”, fala Fabio José da Silva, líder comunitário e parte da diretoria do Festpan, um dos times da comunidade.

Apesar da estrutura precária, o campo de futebol invadido exerce duas funções primordiais: o lazer para as crianças e a união entre rivais históricos (e, consequentemente, dos moradores). “As crianças da comunidade não tem muitas opções de lazer. Hoje, temos um trabalho que atinge quase 1000 garotos. Eles estão aprendendo futebol em um momento em que poderiam estar na rua. Estão livres de influências que poderiam ser negativas. Além disso, o futebol é um espaço de união. Esse campo tem dois anos e ajudou muito a unir as pessoas. Antes, a rivalidade era enorme. Hoje, estamos juntos na administração desse espaço. É a prova de que dentro de campo, você luta pela vitória. Mas fora, pode estar junto com seu adversário, se divertindo e tomando uma cerveja como amigo”, explica Luciano Cirino, o Léo, da equipe do Bafômetro.

A rivalidade a que Léo se refere teve um episódio marcante há cerca de dois anos. Cantareira e Bafômetro são os dois times de maior sucesso na Copa Kaiser, o principal torneio do futebol amador de São Paulo – em 2012, o Cantareira ficou entre os dez melhores do torneio e, em 2013, o Bafômetro tem chance de igualar o feito. Atualmente, nove times de Heliópolis disputam o campeonato. A dupla teve a companhia, neste ano, de Festpan e Ressaca na Série A e de Metalúrgico, São Francisco, Galo de Ouro, Garotos da União e Paraíba na Série B. O Ratatá, uma das equipes mais conhecida da região, disputava o torneio, mas está suspenso por motivos disciplinares.

Nesse cenário, no programa “A Liga”, da Bandeirantes, ainda em 2011, Edson chamou o Bafômetro de “inimigos”. “Foi uma das maiores besteiras que fiz. Chamei os caras de inimigos e depois tive que consertar. No fim das contas, acabou sendo bom. Foi a oportunidade de sentar, aparar as arestas e garantir que a rivalidade ficasse só no campo. O futebol é um caminho muito bom para agregar as pessoas, para atrair incentivos para ajudar a comunidade. Hoje, o futebol de Heliópolis está fazendo isso”, fala Edson.

E o campo é uma das maiores provas de como o futebol está trabalhando ao lado das lideranças comunitárias para trazer benfeitorias para Heliópolis. Em 2012, aos fins de semana, foi realizada a Copa Heliópolis, com os 12 principais times da favela. E, graças à união entre as equipes, uma empresa de telefonia patrocinou o campeonato.

Os times, porém, não usam o terrão só para seus jogos. O Social, por exemplo, tinha, em 2012, um projeto para as crianças (parecido com aquele de Fábio, mas no lugar da quadra da Unas, o campo da comunidade). “Temos cerca de 50 alunos na nossa escolinha, com crianças de 7 a 16 anos. Nosso objetivo é trazer essa molecada para o esporte, tirar da rua. As crianças veem as camisas do time, perguntam. É uma forma de criar uma identidade dentro da comunidade”, afirma o diretor do Social, Natanael Costa, o Pistolinha.

Nesse cenário, não é de se espantar que boa parte das lideranças comunitárias estejam ligadas ao futebol. Edson, do Cantareira, por exemplo, era diretor da Biblioteca comunitária de Heliópolis, da Unas, parte do projeto “Identidade Cultural de Heliópolis”, que conta com o auxílio de Ruy Othake. O arquiteto, entre outras ações, desenhou os prédios redondos que fazem parte do plano de reurbanização da favela e os edifícios do Polo Cultural, que reúne cinema, teatro e oferece aulas esportivas e culturais para crianças. “Aos poucos, as pessoas estão percebendo a força que Heliópolis tem. E o futebol faz parte dessa força. Os times só recebem da comunidade. E estão percebendo que também podem fazer muito. No Cantareira, por exemplo, vamos fazer uma partida para arrecadar livros para a biblioteca. São ações simples, mas que ajudam. O futebol pode ajudar”, diz Edson.

Também do Cantareira, Emerson Santana, o Macarrão, trabalha no Conselho Tutelar, também é líder comunitário e resume o papel do futebol em Heliópolis. “É o local onde você se encontra com seus amigos. Onde as crianças ainda têm sonhos, ainda sonham em virar estrelas do futebol. Traz um elemento de autoestima que ajuda muito a quem mora aqui”.

Magrão: Craque de Heliópolis

O volante Magrão, revelado pelo São Caetano e com passagens por Palmeiras, Corinthians e Internacional, é um dos craques de Heliópolis. Ele deixou a comunidade pelo futebol profissional e até hoje, quando volta ao país, passa por Heliópolis para rever os amigos dos tempos de infância. Hoje no Al-Whada, o volante se identifica muito com o futebol de várzea da comunidade onde cresceu e se identifica com o Ratata, time que já jogou a Copa Kaiser, mas hoje está suspenso por problemas disciplinares.