Papo de Varzea

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Dono de uma das melhores campanhas da Kaiser, Inter é comandado por um motoboy
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Motoboy. Quem anda de carro morre de medo. Eles aparecem do nada, no meio dos carros, buzinando para avisar aos motoristas que estão na área. Aos fins de semana, porém, um desses profissionais que costuram as faixas de trânsito adota uma personalidade bem diferente.

Com toque refinado e grande visão de jogo (fruto, talvez, da agilidade nas ruas da cidade), o motoboy Rafael da Silva Nascimento assume o papel de maestro. Rafinha é o camisa 10 do Internacional do Moinho Velho, time que, até a semana passada, tinha uma das melhores campanhas da Copa Kaiser.

Sob a batuta do jogador, venceu quatro partidas seguidas e só empatou a última, 1 a 1 com o Real Madri, de Paraisópolis. E o pontinho, com gol no último minuto, só veio graças à atuação do craque-motoboy, eleito o melhor da partida. Aos 27 anos, ele ainda espera conquistar algumas pessoas com o que mostra dentro de campo.

O sonho é trocar a moto pela bola e fazer sucesso no futebol profissional. Ele já tentou uma vez. E não gosta muito de lembrar. Tinha 23 anos, assinou um contrato com o CATS, o Taboão da Serra (o mesmo em que Ramires, campeão da Kaiser pelo Ajax, defende neste ano), e nada deu certo.

“Infelizmente, não pude trabalhar com pessoas sérias. Foram muitas promessas e pouca coisa foi cumprida. Fiquei sem receber e tive de desistir. Precisa pagar as contas. Virei motoboy, mas ainda sonho em viver do futebol. Se Deus quiser, ainda dá tempo”, fala o jogador.

Quem quiser conferir se Rafinha ainda pode brilhar no futebol profissional, tem a chance no domingo. O Inter encara o Renascente, do Jardim Umuarama, às 11h30, no campo do Anhanguera. Para se classificar, só precisa empatar.


Em jogo de gols perdidos, Madrid vira sobre o Raça Ruim
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No último domingo, o Madrid, da Moóca (da torcida acima, em foto de Rodrigo Campos, do site da Copa Kaiser), venceu o Raça Ruim, da Vila Matilde, por 2 a 1. O jogo foi um exemplo clássico da máxima “Quem não faz, toma”. No início, quando o Madrid estava melhor, quem marcou foi o Raça Ruim (com o meia Diego).

A virada do Madrid veio quando o Raça Ruim perdia chances no ataque. Maradona empatou em cobrança de pênalti e Felipe virou o jogo, em lance polêmico. O resultado classificou o Madrid e eliminou o Raça Ruim da Copa Kaiser.

 


Amigos da Várzea e solidariedade: repórter do Voz do Terrão ganha câmera nova
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Vai parecer clichê, o texto vai ser meloso, mas existem ações que merecem essa carga extra de emoção…

Conhece o Eduardo Lima? Se você costuma ler nosso blog às quartas-feiras, certamente já bateu o olho no nome. Ele é um dos principais parceiros do Papo de Várzea no Voz do Terrão, o espaço dedicado para que os internautas contem como foi o jogo do fim de semana. So na semana passada, foram cinco textos…

Segurança, ele trabalha de madrugada. Mesmo assim, faz questão de ir aos campos, aos fins de semana, sem dormir, acompanhar o futebol de várzea. O amor ao esporte nasceu dos tempos em que ainda era um atleta sonhando em viver da bola.

Era jogador de várzea, chegou até a fazer testes no Palmeiras. Uma lesão, no entanto, frustrou os planos. Ele fez o teste em uma sexta-feira, foi convidado a voltar na semana seguinte. Mas, como muitos garotos de periferia, já tinha família para sustentar e acabou não indo ao treino da sexta seguinte. Não podia faltar uma segunda vez no trabalho.

No sábado, um dia depois de abrir mão da chance de ser jogador profissional, foi jogar bola no time do bairro, como sempre fazia. Machucou seriamente o joelho e nunca mais foi o mesmo. O futebol perdeu um craque (segundo dizem os amigos…), mas ganhou um cronista. E foi justamente essa nova função no universo da várzea que trata esse post.

Edu escreve e ainda tira fotos dos jogos que acompanha. Há algumas semanas, quando acompanhava a partida entre Água Santa e Portuguesa Santista, pela quarta divisão do Paulistão (chamado de Série B), foi tentar usar o zoom de sua câmera fotográfica e ela não funcionou. O equipamento já tinha sido fruto de suas andanças: ganhou a máquina de Bodão, do R-2 Debony. Ao tentar consertar, a notícia que não queria ouvir. O aparelho não tinha peças de reposição. E, mesmo que encontrasse, não valeria a pena pelo preço do reparo.

Foi então que os Amigos da Várzea, um grupo de jogadores e cartolas que sempre se reúne para um pelada bem humorada, surgiu para ajudar. Fizeram uma vaquinha (em que participaram Adilson Bispo, Carlinhos Brasa, Rafael Silva, Joás Ferreira, Thiaguinho Santos, Diego Viñas, Carlão Carbone, Bruno Doro, Marcelo Nunes, Henrique Nove de Julho, Mário Júnior e André Thiago), compraram uma nova máquina e entregaram para o Edu.

Os Amigos, aliás, estão preparando uma ação social ampla: o grupo criou uma campanha do agasalho e, no encontro marcado para o dia 12 de julho, no CDC Ermelino Matarazzo, vão receber agasalhos usados. Além disso, estão aceitando contribuições para fazer uma grande doação de cobertores para comunidades carentes. Quem quiser contribuir, mande um e-mail para o papodevarzea@gmail.com.


Na rodada do empate, Paraná Clube fecha segunda fase com campanha perfeita na Kaiser
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A rodada era decisiva. E os técnicos exageraram na dose de cautela. O resultado? Uma rodada de empates marcou o domingo da Copa Kaiser, o principal torneio de futebol amador da cidade de São Paulo. Em 29 partidas, foram 12 igualdades. Melhor para o Paraná Clube, da Vila Nhocuné. Com a vitória por 1 a 0 sobre o Carrão, o time chegou aos nove pontos na Etapa 2. É a melhor campanha da fase até agora.

Veja quem está classificado e os destaques da rodada aqui: Na rodada do empate, Paraná Clube fecha segunda fase com campanha perfeita na Kaiser


Futebol não vive sem gandula: conheça Marcelo, um futuro craque
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O time da casa está atacando. O camisa 10 lança o centroavante, mas quem chega primeiro na jogada é o zagueirão rival. Que dá de bico, pro alto. Se fosse na sua pelada de fim de semana, já sabe: alguém vai ter de ir atrás da redonda, pular muro, correr de cachorro…

Qquando o assunto é futebol de várzea, existem alternativas das mais criativas. Em um campo da zona leste, com um córrego por perto, por exemplo, os garotos da vizinhança têm um uma cestinha, parecida com aquela usadas nas piscinas, para pegar a bola que cai na água.

Depois de dois parágrafos de introdução, esses garotos são os personagens principais do nosso texto: o gandula. Um em especial. Na semana passada, o Papo de Várzea foi até o CDC Parque Dorotéia, na Zona Sul. Reconhecido, foi abordado por um garoto falante. Foi tão gente boa que conquistou esse espaço.

Seu nome é Marcelo Cardoso Machado. Aos 14 anos, ele é um candidato a craque de futebol. Joga na escolinha do Pioneer, um dos times mais fortes da zona sul na Copa Kaiser. E sonha alto: “Quero ser igual ao Lucas, do São Paulo, que hoje foi para o PSG. Acho que jogo como ele. Driblo muito. E apanho muito também”, contou.

Marcelo é um dos garotos que vão buscar quando a bola cai atrás do alambrado ou no colégio vizinho. Para cumprir a função, representantes do campo foram até a casa dos garotos pedir autorização dos pais. Os gandulas trabalham em dupla a cada fim de semana. E tratam, sim, como trabalho. Inclusive recebem uma ajuda de custos dos times que entram em campo. “É melhor pagar para os meninos correrem atrás do que perder a bola”, ensina o parceiro Eduardo Lima.

No fim das contas, futebol é sempre mais legal com gandula (mais, ágil, pelo menos). O blog torce para que Marcelo, e todos os outros que fazem parte do universo do futebol de várzea paulista, realizem seus sonhos. Que essa tenha sido a primeira de muitas entrevistas de um craque. No futebol e na vida.


Jogando em casa, Falcão Dourado empata com Amigos do Jardim São Francisco
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De um lado, o Falcão. Do outro, Pica-Pau, o mascote dos Amigos do Jardim São Francisco. No clássico dos pássaros da zona sul, deu empate em 0 a 0. O jogo, disputado no último domingo no CDC Parque Dorotéia, valeu pela segunda rodada do grupo S-5 da Série B da Copa Kaiser.

A partida começou com o domínio da equipe do Amigos. O primeiro ataque com perigo surgiu aos sete minutos. Índio tocou para Roney, que bateu forte. O goleiro Baiano teve trabalho, mas fez a defesa, espalmando para escanteio. Outro ataque do Amigos foi aos 12 minutos, com Índio. Ele arriscou de fora da área e a bola desviou em Roney, obrigando o goleiro Baiano a se esticar e fazer nova defesa.

Só dava a equipe visitante, que fez pressão na saída de bola e conseguiu roubar.  Hudson chutou de fora da área, forte e rasteiro, e novamente o goleiro Baiano, bem na partida, fez a defesa. Quase gol da equipe do Amigos aos 25 minutos. César recebeu bom lançamento na ponta esquerda e cruzou. Índio chegou batendo de primeira e Cabelo, em cima da linha, tirou a bola, evitando o gol.

A equipe do Falcão Dourado só chegou ao ataque em jogadas de bola parada, com faltas no meio campo. O goleiro do Jardim São Francisco quase não teve trabalho nesse primeiro tempo. Uma das poucas chances do Falcão aconteceu numa cobrança de falta perto da bandeirinha de escanteio. Aos 28 minutos, o bom atacante Luba cobrou e Marquinho subiu, sozinho, e cabeceou como manda a cartilha dos craques: para o chão. O goleiro Alex fez grande defesa, no puro reflexo, segurando firme e evitando o gol.

O segundo tempo começou do mesmo jeito, com o Amigos indo para o ataque e o Falcão Dourado dependendo dos contra-ataques. Com o Amigos bem postada atrás, os defensores se destacaram. Aos três minutos, César, do Amigos, recebeu na esquerda e, quase sem ângulo, bateu no gol. O chute saiu violento e o goleiro Baiano fez a defesa parcial para, em seguida, a zaga afastar o perigo pra longe.

No ataque seguinte, o Amigos quase abriu o placar. Sérgio fez boa jogada pela direita, cruzou e a zaga afastou mal. No rebote, Roney bateu, obrigando o goleiro Baiano a fazer outra boa defesa, espalmando pela linha de fundo.

Aos 15min, falta perigosa para o Falcão. Ceará chutou rasteiro, passando perto do poste do goleiro Alex, que fez golpe de vista e torceu para ir para fora. Outro bom ataque da equipe do Falcão Dourado foi aos 27 minutos, com Aquiles. Ele recebeu na intermediaria e arriscou o chute, mas Alex fez a defesa sem dificuldades. No último lance da partida, o Falcão Dourado teve a chance de marcar de bola parada. A falta foi na entrada da área e Ceará cobrou. Abola explodiu na barreira e a zaga afastou o perigo.

Com o empate em 0 a 0 entre Amigos e Falcão Dourado, a vaga para a próxima fase vai ser decidida na última rodada. O Falcão Dourado enfrentará o Jardim das Palmas/Campo Limpo (que foi rebaixado no ano passado depois de suspeita de combinação de resultados com o time do Beira Rio). O outro embate é entre Amigos e Real Atlético/Parque Santo Antonio, com datas e horários a confirmar.

O texto foi feito pelo parceiro do blog Eduardo Lima. Segurança, ele faz questão de correr pelos campos aos fins de semana atrás das melhores partidas.

Este é o “Voz do Terrão”. É o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com