Fragmentos da Várzea – Aquecimento para entrar ligado
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Técnico do Comercial explica que aquecimento não é importante só para evitar lesões: ''É para entrar ligado e aumentar a chance de vencer o adversário''.
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Técnico do Comercial explica que aquecimento não é importante só para evitar lesões: ''É para entrar ligado e aumentar a chance de vencer o adversário''.
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Alexandre Pivoto trabalhou por anos na Federação Paulista como árbitro. Aos domingos, estava sempre nos campos de várzea, controlando os ânimos dentro de campo. Chegou até mesmo a apitar jogos da elite do futebol no estado – foi, inclusive, quarto árbitro em clássicos. Quando se aposentou, porém, encontrou um novo amor no futebol: a Turma do Baffô, do Jardim Clímax, que acompanha com a mesma intensidade.
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Durante o duelo entre Danúbio, da Freguesia do Ó, e Comercial, de Pirituba, a torcida do time da Freguesia fez uma apresentação especial para o Papo de Várzea mostrando uma de suas músicas. Confira:
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Grande jogo de futebol na tarde de domingo. O Madrid, da Móoca, surpreendeu o Noroeste/Vila Formosa, no campo do Americano. O jogo era válido pela primeira rodada do Grupo L-43 da Etapa 4 da Copa Kaiser.
O Noroeste se sentiu à vontade jogando no seu território. Como não podia ser diferente, pressionou o tempo todo, mas esbarrou na retranca adversária. Nem as bolas paradas do bom camisa 10 Fabinho resultaram em gols e o time da Vila Formosa acabou derrotado.
O Madrid, que também é um time de tradição, soube jogar fora de casa. Fechou sua linha defensiva e usou os contra-ataques para, nos cinco minutos finais, construir a vitória.
A arbitragem controlou a partida em um jogo tenso, típico de decisão. A torcida do Noroeste lotou as arquibancadas. O time tem uma das mais fieis legião de seguidores do futebol de várzea. Paulo, zelador do campo do Americano há 23 anos, a torcida alvirrubra sempre enche as arquibancadas, passando emoção, alegria e energia. Como, aliás, merece o futebol varzeano.
Melhores lances
Aos 14 minutos, o Noroeste teve uma grande chance, usando seu ponto forte: a bola aérea. Mauricio, cobrou falta da linha de fundo e Emerson escorou de cabeça, por cima do travessão. Aos 20 minutos, Ricardo fez um belo cruzamento, a meia altura. Thiago tentou de bicicleta, mas não alcançou. Jogada sensacional. Se tivesse dado certo, seria um lindo gol.
A equipe do Madrid se segurou, sem encontrar espaços no campo adversário – que também estava bem distribuído no setor defensivo. Aos 30 minutos, Caio recebeu da intermediária e mandou uma bomba. A bola passou perto do canto esquerdo do goleiro do Noroeste.
Veio o segundo tempo e o Noroeste continuou procurando espaços no campo adversário. Mas, com a boa marcação, o tempo foi passando, a pressão e a ansiedade aumentaram e o time acabou sendo surpreendido. Aos 19 minutos, o Noroeste ainda quase chegou, novamente com Fabinho, que cobrou falta da intermediária na cabeça de Emerson, que mandou por cima do travessão.
Aos 33 minutos, o Madrid contou com a eficiência de Felipe Souza. Ele roubou a bola, escapou do adversário e viu o goleiro um pouco adiantado. Chutou direto, no ângulo. A bola encobriu o goleiro e morreu no fundo da rede. Madrid 1 a 0.
Não deu tempo para o Noroeste reagir. No último minuto, Felipe, novamente, chutou de fora da área. A bola foi na trave e, na sobra, Danilo escorou de cabeça.
O Madrid executou seu plano com perfeição e venceu por 2 a 0 – e ainda teve o melhor jogador em campo: Felipe. No outro jogo do grupo, no campo vizinho do Flor da Vila formosa, o Jardim São Carlos/Guaianases venceu por 1 a 0 o América/Vila Iolanda.
O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Sebastião Vieira. Formado em jornalismo, ele aproveita os fins de semana para retratar o cenário do futebol de várzea de São Paulo. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.
Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com
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Neste domingo, foi realizado um grande jogo de futebol pela Série B da Copa Kaiser. O Paraíba, de Heliópolis, aplicou 3 a 0 no Vamp/Jardim Dafer no campo do Americano, da Vila Formosa. O jogo foi válido pela primeira rodada da segunda fase do torneio.
O Paraíba retrata o estado Nordestino, uma homenagem ao grande número de imigrantes que vivem na capital paulista. Logicamente, alguns paraibanos defendem a equipe, a começar pelo treinador.
O Vamp começou melhor e chutou algumas vezes ao gol, mas esbarrou sempre no goleiro Paraibano, que estava num bom dia. Aos 16 minutos, Silas tocou para Rodrigo, que dominou e, na hora de chutar, foi desarmado pela defesa.
O Paraíba marcou o primeiro aos oito minutos. Francisco Deyvide recebeu na grande área e mandou uma bomba. A bola explodiu no peito do goleiro. No rebote, Osmar tocou para o fundo da rede.
O Vamp ainda correu atrás do placar no primeiro tempo, mas não conseguir empatar. Teve uma bela chance aos 31 minutos, com Rodrigo em cobrança de falta. Ele chutou forte, mas a bola explodiu na defesa. Na segunda etapa, o jogo começou truncado, embolado no meio-campo.
O Vamp chegou pela primeira vez aos 17 minutos: Anderson, da linha de fundo, chutou cruzado. A bola foi em direção ao gol. O goleiro, atento, foi lá no alto e tirou de ponta de dedos.
Logo depois, o Paraíba se ajeitou e encaixou os contra-ataques, mostrando entrosamento da sua tropa de ataque, organizada por Francisco Deyvide, que, com habilidade, deixou seus companheiros na cara do gol várias vezes. Foi assim aos 20 minutos. Ele cortou pra cá, cortou pra lá, e tocou para Rodolpho. Ele chutou, o goleiro espalmou e, no rebote, o mesmo Rodolpho chutou no alto, no canto esquerdo. Bola no fundo da rede.
O Paraíba ainda teve tempo para mais um: aos 30, em contra-ataque, Osmar avançou e tocou para Rodolpho, que só teve o trabalho de tocar no fundo da rede, selando o placar. Rodolpho terminou o jogo com chave de ouro e foi eleito o melhor jogador da partida.
O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Sebastião Vieira. Formado em jornalismo, ele aproveita os fins de semana para retratar o cenário do futebol de várzea de São Paulo. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.
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No domingo, o Vila Izabel venceu o Unidos/Jardim Brasília por 1 a 0, pelo grupo O-19 da quarta fase da Copa Kaiser. O clima estava tenso: era o segundo encontro das equipes nesse ano, após o empate na fase anterior, no Estádio Nicolau Alayon, que acabou empatado em 2 a 2.
As duas equipes entraram em campo com muita festa. As torcidas deram show nas arquibancadas com as tradicionais batucadas. A organizada Tanque de Guerra, do Vila Izabel, trouxe um colorido azul e branco. A Alvirrubra do Brasília trazia na bandeira os personagens Irmãos Metralha, dos gibis do Mickey, e uma faixa com o lema “Lutar sempre, vencer talvez, desistir jamais”.
A primeira etapa começou bem truncada, com as equipes se respeitando. O Unidos levou perigo com jogada de bola parada aos 17 minutos. O zagueiro Guto bateu a falta com endereço certo. Mas o goleiro Hebert, do Vila Izabel, se esticou todo e fez a defesa, espalmando para escanteio. O Vila Izabel quase fez aos 20 minutos, também de falta. Pita cobrou e o goleiro Ticão, do Unidos, bateu roupa. No rebote, Alan perdeu o gol. Aos 30 minutos, o Unidos ainda levou perigo. Peu fez boa jogada individual pela esquerda e arriscou. Hebert, atento, fez a defesa.
Na primeira etapa, foram poucas as chances claras. Os atacantes chutaram sem direção. O Unidos teve uma leve vantagem e jogou melhor.
No segundo tempo, o Vila Izabel foi pra cima, buscando o resultado. Criou uma boa oportunidade aos 10 minutos, com Duzinho. Ele cobrou a falta, da lateral direita, e o goleiro Ticão foi ao segundo andar para tirar.
O Vila Izabel era só ataque e, aos 23 minutos, Maurinho recebeu bom lançamento na ponta esquerda. Ele dominou em cima da linha e cruzou. A bola foi com muito efeito e quase entrou. O goleiro Ticão fez a defesa. Outra boa oportunidade para o Vila foi com a bola parada, aos 25 minutos. Em falta próxima do meio campo, Fá bateu forte, no centro do gol. Novamente, o goleiro Ticão, bem colocado, fez a defesa sem rebote.
A equipe do Unidos não criou muitas oportunidades no segundo tempo. Tentou sair nos contra-ataques que não davam certo. A equipe do Vila estava bem postada atrás e tirou todas. A melhor chance veio aos 30 minutos. O zagueiro Dande se arriscou no ataque, fez boa jogada e tocou para Neno. Ele dominou, saiu da marcação e bateu para o gol. A bola passou dando um susto no goleiro Hebert.
Nos minutos finais, quando todos pensavam que a partida ia terminar empatada, veio o gol do Vila, aos 34 minutos. Alan fez boa jogada pela ponta esquerda e tocou para Robson, que tinha entrado no segundo tempo. Ele pensou rápido e, com o bico da chuteira, achou o matador e artilheiro da equipe, Maurinho. Dentro da área, Maurinho fez o giro em cima da zaga e bateu forte, no canto. Fez o único gol da partida, decretando a vitória do Vila Izabel em cima do Unidos.
O fato lamentável aconteceu no final da partida. Com o sangue quente, uma confusão generalizada ocorreu entre os jogadores das duas equipes. Pontapés, socos e empurrões distribuídos para todos os lados. A briga deverá ser analisado pelo comitê disciplinar da competição e as providências cabíveis deverão ser tomadas. Os times podem sofrer de advertências a suspensão. Nós, amantes da várzea, queremos ver sempre a disputa sadia dentro e fora de campo, torcendo sempre pela paz.
O texto foi feito pelo parceiro do blog Eduardo Lima. Segurança, ele faz questão de correr pelos campos aos fins de semana atrás das melhores partidas. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.
Este é o “Voz do Terrão”. É o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com
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Em uma semana, o meia-atacante Paulinho passou de um desconhecido do elenco do Flamengo a herói da maior torcida do país. Para isso, precisou de um só gol. Mas esse gol foi em um clássico, valeu a vitória e, ainda por cima, aconteceu contra o Vasco. Porque o rival é importante? Dificilmente você vai encontrar um jogador com a história tão ligada ao clássico carioca quanto ele – mesmo tendo chegado ao Rio de Janeiro apenas em 2013. Paulinho deu seus primeiros chutes no Vasco. Mas não o de São Januário. O cruz-maltino em questão é da Vila Galvão, de Guarulhos.
Além disso, o futebol amador teve outro papel decisivo na vida do craque: em 2008, o então aspirante a jogador viveu a fase mais obscura da carreira. Enquanto defendeu o Flamenguinho, de Guarulhos, recebeu uma proposta do São Paulo. Os responsáveis pela carreira do jogador consideraram o valor baixo e o negócio não saiu. Paulinho se viu preso ao time, sem a sonhada transferência para uma equipe grande, com salário baixo e, o pior, atrasado.
''Era a minha grande chance. Mas o empresário falou para não ir. Em seguida, tudo ficou ruim. Salário atrasava, não tínhamos condições… Eu fiquei muito mal mesmo. Achei que tinha perdido a única chance da minha vida'', relembra, emocionado, o atleta.
A situação era tão ruim que Paulinho resolveu desistir do futebol. Foi a um jogo do Vasco contra o Apache, da Vila Maria. E procurou Genival Elias de Araújo, o Val, vice-presidente e técnico do Vasco da Vila Galvão, que o conhecia desde garoto. “Virei para ele e falei que queria largar tudo. Não dava mais. E eu tinha contas para pagar. Era melhor ter um emprego do que pagar para jogar futebol. Não queria mais'', desabafa o meia-atacante.
“Ele falou isso do alambrado. Me pediu para que eu arranjasse um emprego para ele. Falei que não iria arrumar emprego nenhum. Que ele seria jogador de futebol. Eu não deixaria que ele desperdiçasse esse talento”, fala Val. Foi nesse momento que a amizade dos dois chegou a um nível muito mais pessoal. O técnico do Vasco da várzea passou a ajudar, financeiramente, o pupilo, para que ele não deixasse o futebol.
Paulinho continuou no Flamenguinho até 2010, quando foi para o XV de Piracicaba. Lá, se tornou ídolo e, neste ano, foi contratado pelo Flamengo – agora, o do Rio de Janeiro. Quer conhecer a história inteira? Leia aqui: Herói do Fla no clássico, Paulinho começou no futebol no Vasco (da várzea)
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Em um domingo de muito sol, o campo do Nacional, na Barra Funda, recebeu um bom público para um duelo de pesos pesados da Zona Oeste. Melhor para o Danúbio, da Freguesia do Ó, que venceu o Comercial, de Pirituba, por 2 a 1. Veja como foi o jogo na crônica de Carlão Carbone:
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Quando o jogo começou, o favorito era o Noroeste, da Vila Formosa. O time estava invicto na Copa Kaiser e vinha do terceiro lugar no torneio no ano passado. Mas nada disso importou para o meia Felipe Souza e para o Madrid, da Móoca.
Com dois gols criados pelos pés do meia, o Madrid venceu por 2 a 0 e deu um belo passo para a classificação para a próxima fase da Kaiser. “Cheguei ao time no ano passado e é uma equipe muito forte. Podemos ir longe”, diz o jogador.
Aos 22 anos, ele está jogando na várzea desde 2010. “Quando fiz 17 anos, passei em uma peneira no São Bernardo. Quando chegou a hora de virar profissional, fui para o Maringá, no Paraná. Mas chegou o momento em que minha família precisava de alguém trabalhando. Lá, eu jogava, mas não recebia. Deixei o futebol profissional”, diz o atleta, que virou atendente de telemarketing.
Se depender do desempenho nesta partida, o futebol ainda pode ser uma alternativa para o jogador.
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Luizinho tem 29 anos e poderia estar defendendo um time profissional. Mas está jogando no futebol de várzea de São Paulo. Decisão errada? Você diz isso porque só olha para o sucesso das estrelas dos times da primeira divisão. Amplie um pouco o foco de visão.
Pergunte para quem já passou por times de divisões menores. Fale com quem já jogou em times do interior do país. Você vai descobrir que o cenário amplo do futebol não é milionário como aquele da TV. “Rodei muito pelo interior. E é sempre a mesma coisa. Você joga três meses. Recebe só um. E o dinheiro não cai mais”, conta Luizinho.
Na várzea, não. O dinheiro é menor, o jogador não tem vínculo empregatício, mas depois de todos os jogos o envelope com o bicho está lá. É sagrado. “Você não recebe tão bem. Os valores são menores. Mas recebe sempre. Estou há três anos na várzea. E sempre recebi em dia”, conta o atacante.
Calote na Polônia
E não ache que isso só acontece no Brasil. Luizinho defendeu um time polonês por seis meses. Disputou a primeira divisão local. Sua equipe acabou rebaixada e o prometido pela transferência nunca caiu na conta. “Foi uma experiência boa, de vida. Passei muito frio, conheci outra cultura, aprendi como é viver em outro país. Mas não recebi”, lembra.
Voltou para o Brasil Teve propostas para rodar pelo Brasil. Poderia ter jogado no Centro Oeste, no Nordeste. Preferiu ficar em São Paulo. “É claro que não é fácil. Você tem de jogar por mais de um time, cuidar do físico. Alguns times até ajudam se você se machuca, mas nunca é bom estar parado. Mas consigo sobreviver do futebol, mesmo sem ser profissional”, conta o jogador.
A aposentadoria dos campos acabou sendo benéfica. Ele é o atual artilheiro da Copa Kaiser, o principal torneio amador da cidade de São Paulo. É, também, um dos destaques do Jardim São Carlos, de Guaianases, um dos melhores times do torneio.
Quer ler a matéria inteira, com mais exemplos de problemas? Leia o texto completo: Calotes, mentiras e atrasos: profissionais preferem a várzea para receber em dia