Artilheiro da Copa Kaiser ainda busca chance, após problemas no Nordeste
UOL Esporte
Bill tem 18 anos, 1,93m e faro de gol. É mais um dos milhares de garotos que sonham, por aqui, em vencer com a bola nos pés. Predicados para isso ele tem. Sua equipe foi eliminada da Copa Kaiser, mas sua média de gols á altíssima: quando o Inter, do Jaraguá, foi eliminado do torneio, após seis partidas, o centroavante somava oito gols. Marca invejável para veteranos da várzea. Para um garoto, então…
Mas qual a dificuldade para ele? Ele até já tentou. Foi levado por um empresário para o Olímpico, do Sergipe. “Passei meses treinando por lá. Mas nunca tive chance. Acabou o período de testes, não fui aprovado e voltei para São Paulo”, conta o garoto.
Quem o viu em campo avisa: além de grande, ele é um jogador técnico, que se posiciona bem na área. E ainda chuta bem. Falta, no entanto, alguém que o ajude. “Hoje, estou sem empresário, sem ninguém para ajudar. Assim, é quase impossível encontrar um clube”, conta.
Enquanto nada surge para Bill, ele segue jogando na várzea. Com os bichos e ajudas de custo, sobrevive do futebol mesmo sem um contrato profissional. E, o melhor, no time do coração. Ele foi criado no Jaraguá e, desde cedo, queria defender a equipe. Quando completou 18 anos, finalmente foi autorizado a jogar a Copa Kaiser.
A história é comum na várzea. Há alguns dias, publicamos, aqui mesmo, no Papo de Várzea, duas histórias parecidas. Rafinha, meia do Inter, do Moinho Velho, tem 28 anos e ainda sonha com o profissional, mesmo após ter sido enganado em sua primeira experiência do gênero. Já Ramires, campeão pelo Ajax, da Vila Rica, está tendo sua primeira chance em um time profissional no Taboão da Serra, que disputa a quarta divisão em São Paulo.
Em tempo: no último domingo, mais dois jogadores chegaram a oito gols na Copa Kaiser, Jonathan Alves Cavalcante, do Inajar de Souza, da Vila Nova Cahoeirinha, e Julio Cesar da Silva Ribeiro, do Mãe Sara, da Vila Santa Catarina.