Papo de Varzea

Seleção de amputados tenta ser pentacampeã mundial graças a apoio secreto

Papo de Várzea

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A partir das 15h30 de domingo, o Brasil inicia a disputa por mais um título mundial de futebol. E com grandes chances de vitória. A seleção brasileira de amputados é tetracampeã da Copa do Mundo da categoria e chega à edição de Culiacán, no México, como favorita.

Toda essa aventura, porém, só foi possível porque um benfeitor que preferiu o anonimato resolveu bancar a viagem para o time. Em setembro, os jogadores foram avisados que a seleção tinha perdido patrocinadores e não havia dinheiro para bancar a ida da delegação ao México.

Liderados por Rogerio Almeida, um dos destaques da geração vitoriosa, os atletas passaram a buscar doações. Um empresário gostou do projeto e resolveu apostar. “Fez isso para ajudar, não quer aparecer. Mas foi ele que garantiu nossa presença”, explica Rogerinho.

É uma conquista que deve ser comemorada. Um campeonato mundial forte é importante para o grande objetivo dos jogadores: o reconhecimento esportivo. O futebol de amputados não é uma modalidade paraolímpica e, por isso, não recebe verbas oficiais. A seleção não é apoiada pela CBF ou pelo CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro).

Além do benfeitor anônimo, outras duas empresas ajudaram a seleção: o material esportivo veio da Deka Sports e a APTO Esportes, empresa de eventos esportivos, também deu apoio. A partida para o México está marcada para esta sexta, dia 28. O Mundial começa no dia 30: o Brasil estreia contra a Irlanda, às 15,30 (de Brasília).


Sobre o futebol de amputados

O futebol de amputados foi criado em 1987, nos EUA. Em menos de 30 anos, tem campeonatos em todos os continentes e 25 países têm seleções disputando torneios. Os pré-requisitos para virar um esporte olímpicos já foram atingidos. Resta, apenas, esperar o reconhecimento dos órgãos competentes – para o Rio-2016, por exemplo, futebol só deve ser disputado entre cegos.

No Brasil, a modalidade surgiu dois anos depois. Ainda não é muito popular, são apenas 15 times disputando o Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, o time tem grandes resultados. Além dos quatro títulos mundiais, a seleção também é bicampeã da Copa América.

Além dos resultados, a seleção brasileira de amputados tem também muitas histórias para contar. Um dos jogadores mais atuantes, Rogerinho tem histórias muito engraçadas sobre como ele lida com a sua mobilidade reduzida – ele nasceu com uma má formação congênita e não tem a perna esquerda. Você pode ler um pouco sobre Rogerinho e William, que acabou fora da lista final do Mundial, aqui: Atleta da seleção tetracampeã de futebol só lembra que é amputado no ônibus.

Por Bruno Doro