Fragmentos da Varzea – Batida de falta
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Goleirão conversa até com o torcedor para se preparar para a cobrança de falta. E, se você perceber, a bola parece atraída pela câmera…
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Goleirão conversa até com o torcedor para se preparar para a cobrança de falta. E, se você perceber, a bola parece atraída pela câmera…
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No último domingo, Mãe Sara e Castelo Santo Amaro fizeram o ultimo jogo da terceira fase da Copa Kaiser Série A. O Castelo venceu por 1 a 0, mas o resultado acabou não sendo suficiente. Os dois times, tradicionais na Zona Sul, acabaram eliminados do torneio.
A bola rolou às 13h20, numa tarde quente para um jogo tenso, típico de jogo de decisão – ainda mais em um clássico de times fortes da mesma região. A partida teve jogadas fortes, faltas e muita pegada. Dificultou bastante para a arbitragem, que teve trabalho para controlar a partida.
Experiente, o Castelo usou seu bom toque bola, fruto de um meio-campo fortíssimo, para controlar a bola até os 12 minutos do primeiro tempo. E só isso foi suficiente para construir a vitória por 1 a 0.
A partir desse momento, fez o que ainda não tinha feito nessa fase: se fechou, montou um paredão. Atrás desse paredão, estava uma muralha: o grande goleiro Jesse, que defendeu de todas as maneiras e não deixou passar nem o vento – e ainda foi o melhor jogador em campo.
O Mãe Sara, que tem um time bom e equilibrado, dono de ataque veloz e decisivo, não esteve em um dia bom. Nada deu certo: pressionou o tempo todo e, mesmo enfrentando o bloqueio adversário, bombardeou o goleiro do Castelo. O bom meia Júlio chutou muitas vezes, assim como o lateral Douglas. Mas o goleiro Jesse estava inspirado.
A partida começou a todo vapor, com o Castelo seguro. Aos três minutos, Diogo Cavalcante avançou e tocou para Thomas, que chutou forte. Parou nas mãos do goleiro do Mãe Sara. A resposta veio aos seis minutos, com o meia Júlio. Ele ajeitou uma bola açucarada para Everton, que não deixou a bola cair e mandou uma bomba de primeira, direto na defesa.
Aos dez, o Castelo balançou a rede em um contra-ataque. Em decida pelo lado direito, Marcos Antônio escapou da defesa e tocou por cima, para Robson Rocha. Ele mandou de cabeça no contrapé do goleiro.
O Mãe Sara foi pra cima. Primeiro tentou as pelas laterais. Encontrando resistência, passou a tentar usar a habilidade em jogadas individuais do seu ataque. A forte marcação adversária, porém, forçou a criação de outra alternativa. A escolhida foram os chutes de longa distância. Foi assim aos 15 minutos, com o bom lateral Douglas, que, da intermediária, mandou uma pedrada e goleiro espalmou para linha de fundo.
Na segunda etapa, o Mãe Sara continuou na mesma pegada. Aos 13 minutos, o camisa 10, Júlio Cesar, numa cobrança de falta da intermediária, mandou uma bomba à meia altura. O iluminado Jesse, do Castelo, tirou de soco, para fora. Outra boa jogada foi aos 24 minutos. Ewerson cobrou falta na linha que divide o gramado, mandou na área, típico chuveirinho. Marcus Vinicius, na frente do gol, tentou chutar, mas foi travado e se chocou com o goleiro.
Com o resultado nas mãos, o Castelo se defendeu e procurou os contra-ataques. Quase ampliou aos 20 minutos, com o centroavante Marcos Antônio, que invadiu a área e foi tocado pelo zagueiro. Reclamações à parte, o lance foi interpretado como normal pelo árbitro da partida, Bruno Soto.
Com o resultado, o grupo S-15 terminou assim: Ponte Preta/Jd. Leme, com 7 pontos, e Ouro Preto/Jd. Iporanga, com 6, se classificaram. Castelo/Santo Amaro (3 pontos) e Mãe Sara/Vila Santa Catarina (1) estão fora da próxima fase.
O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Sebastião Vieira. Formado em jornalismo, ele aproveita os fins de semana para retratar o cenário do futebol de várzea de São Paulo.
Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com
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Amigos varzeanos, já somos 1000 em nossa página no Facebook (https://www.facebook.com/PapoDeVarzea). Para comemorar, vamos fazer, na próxima segunda-feira, uma pergunta sobre um dos posts publicados nesta semana. O primeiro que acertar, leva a camiseta do Carrão (tamanho M, cortesia do parceiro Marcelo Nunes).
Lembrando: se você ainda não curte, curta nossa fanpage:
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No último sábado, Anderson Silva chocou muita gente com sua derrota para o norte-americano Chris Weidman. Até mesmo na várzea. O resultado surpreendente foi usado na preleção da Turma do Baffô, do Jardim Clímax, em sua última partida da terceira fase da Copa Kaiser – contra o novato Festpan, de Heliópolis, em sua primeira temporada na primeira divisão.
Se você ficou curioso, a menção é rápida, no começo do vídeo: ''Todo mundo viu a luta ontem do Anderson Silva, certo? Só isso. Coloca isso na cabeça''.
Tudo bem, estamos exagerando um pouco, mas… o paralelo entre Anderson e o Baffô ainda assim é válido. Nos últimos dois anos, nenhuma equipe foi tão consistente no principal torneio amador de São Paulo. Foi vice-campeão duas vezes seguidas. A eliminação precoce seria, sim, uma zebra gigante (para o universo do futebol amador, pelo menos…).
Você acha que funcionou? Bem, como o vídeo acima mostra, o favorito saiu atrás e todo mundo achou que as coisas tinham azedado. Mas o Baffô mostrou força e virou o jogo para 3 a 1. Uma bela vitória – e, para deixar os puristas do MMA ainda mais bravos com as comparações, vamos a uma outra: lembrou um pouco a primeira vitória sobre Chael Sonnen, não?
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Quando a Copa Kaiser começou, em março, e o Napoli, da Vila Industrial, tropeçou na estreia (derrota por 2 a 1 para o Estrela Azul, do Parque Boa Esperança, muita gente pensou que a história seria a mesma: time investe muito e, logo no início, não consegue render.
Um detalhe levantava, pelo menos neste blogueiro, uma lembrança incômoda: o técnico, Lombardi Júnior, era o mesmo que, no ano passado, estava à frente do Adega, da Cidade de AE Carvalho, que também investiu pesado e acabou eliminado precocemente.
Neste caso, é bom perceber que você está errado. No último domingo, o time, que foi campeão do torneio em 2002, venceu o Meninos Unidos do Laranjeiras por 3 a 1. Fechou a terceira etapa em primeiro lugar de sua chave e está entre os melhores do torneio – em nove jogos, venceu sete. A defesa é sólida e, em nove partidas, levou apenas três gols – a melhor marca entre todos os times do torneio. O ataque marcou 14 vezes.
Mais do que isso, o domínio que o Napoli mostrou contra o Meminos Unidos, mesmo com seis desfalques (o time tem uma parceria com o Sacadura, que disputa o Campeonato Amador de Santo André e o elenco teve de ser dividido com partidas em horários conflitantes), impressionou. O meio-campo, liderado pelo polivalente Sarrafo, criou bastante – o atacante França poderia ter saído com três gols da partida, como você pode ver no vídeo acima, se tivesse um pouco mais de sorte.
Parabéns, então, para Lombardinho, que conseguiu superar os problemas da primeira fase para mostrar um trabalho bem feito. E para o presidente do clube, Pelé, que resistiu à pressão para trocar o treinador.
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Quer entender o que os times de várzea representam para as comunidades em que estão inseridas? Assista a esse depoimento. Não é preciso explicar nada depois…
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O Estrela da Saúde tem 96 anos. E muita história para contar, como mostra o seu Roberto. Confira na videorreportagem de Carlão Carbone.
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A terceira fase da Copa Kaiser terminou no domingo. Para quem não acompanhou muito atentamente o torneio até agora, segue um resumo geral (e por zona) dos classificados. Os números levam em conta; todos os jogos que as equipes disputaram até agora – não entra na lista, por exemplo, o fato de o Milianos, do Jardim Rosana, ter vencido os três jogos que disputou na Etapa 3, que o Leões da Geolândia, da Vila Medeiros, teve o melhor ataque nos últimos três jogos ou que só três times, Jardim Peri-Gesan, Madrid/Mooca e Danúbio/Freguesia do Ó, não sofreram gols para passar de fase.
Resumo geral
Melhor time: Ajax/Vila Rica, com 25 pontos
Pior entre os classificados: Unidos do Largo 13/Perus, com só 9 pontos
Melhor ataque: Pioneer/Vila Guacuri, 26 gols
Melhor defesa: Napoli/Vila Industrial, Noroeste/Vila Formosa, Vasco da Gama/Vila Galvão e Madrid/Móoca, com 3 gols sofridos
Pior Disciplina: MEC-Maranhão, com 30 cartões amarelos e 6 vermelhos
Artilheiros: Luiz Carlos, do Jardim São Carlos/Guaianases, e Julio Cesar Ribeiro, do Mãe Sara/Vila Santa Catarina, com 9 gols
Zona Norte
Melhor time: Leões da Geolândia, com 21 pontos
Pior entre os classificados: Apache/Vila Maria, com 14 pontos
Melhor ataque: Leões da Geolândia, com 19 gols
Melhor defesa: Vasco da Gama/Vila Galvão, com 3 gols sofridos
Pior disciplina: Jaçanã, com 30 cartões amarelos e 4 vermelhos
Artilheiro: Jonathan Cavalcante, do Inajar de Souza/Jardim Cachoeirinha, com 8 gols
Zona Sul
Melhor time: Pioneer/Vila Guacuri e Ponte Preta/Jardim Leme, com 21 pontos
Pior entre os classificados: Cantareira/Heliópolis, com 14 pontos
Melhor ataque: Pioneer/Vila Guacuri, 26 gols
Melhor defesa: Ponte Preta/Jardim Leme e Turma do Baffô/Jardim Clímax, com 5 gols
Pior disciplina: Cantareira/Heliópolis, com 29 cartões amarelos e 3 vermelhos
Artilheiro: Julio Cesar Ribeiro, do Mãe Sara/Vila Santa Catarina, com 9 gols
Zona Leste
Melhor time: Ajax/Vila Rica, com 25 pontos
Pior entre os classificados: Tamo Junto/Jardim Independência, com 15 pontos
Melhor ataque: Ajax/Vila Rica, com 20 gols
Melhor defesa: Napoli/Vila Industrial, Noroeste/Vila Formosa e Madrid/Móoca, com 3 gols sofridos
Pior disciplina: MEC-Maranhão, com 30 cartões amarelos e 6 vermelhos
Artilheiro: Luiz Carlos Junior, do Jardim São Carlos/Guaianases, com 9 gols
Zona Oeste
Melhor time: Praça/Pirituba, com 23 pontos
Pior entre os classificados: Unidos do Largo 13/Perus, com só 9 pontos
Melhor ataque: Família 100 Valor/Jardim Panamericano e Vila Izabel, com 16 gols
Melhor defesa: Praça/Pirituba, com 4 gols sofridos
Pior disciplina: Catumbi/San Remo e Vila Izabel, com 22 cartões amarelos e 2 vermelhos
Artilheiro: Eduardo Gomes Junior, do Inter/Jaraguá, com 8 gols
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A última rodada da terceira fase da Copa Kaiser tinha alguns times em situação delicada. Vice-campeão nas duas últimas edições do torneio, a Turma do Baffô, do Jardim Clímax, por exemplo, entrou em campo neste domingo com apenas um ponto e com a corda no pescoço, correndo risco de eliminação. O time, porém, venceu: os 3 a 1 no Festpan, de Heliópolis, valeram passagem para a quarta fase do torneio.
Por lá, terá companhia de outros grandes do futebol de várzea que passaram raspando pela Etapa 3. É o caso do Cantareira, de Heliópolis. Oitavo colocado do ano passado, a equipe venceu o Tutu, do Jardim Iporanga, por 2 a 1 e ficou com uma das duas vagas por índice técnico da Zona Sul – a outra foi para o Renascente, do Jardim Umuarama, que perdeu por 4 a 2 para o Pioneer, da Vila Guacuri.
O mesmo aconteceu com o Napoli, da Vila Industrial. Campeão de 2002, o time entrou na rodada precisando do empate para se classificar, mas fez mais do que isso: venceu o Meninos Unidos do Laranjeira por 3 a 1, apesar do defalque de alguns atletas. O Napoli tem uma parceria com o Sacadura, que disputa a liga amadora de Santo André e parte dos atletas foi liberado para defender o time do ABC neste domingo.
Confira todos os classificados (e o relato completo da rodada) aqui: Favoritos mostram força e atual vice-campeão se salva na Copa Kaiser
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O técnico não vai aparecer. Quem você convoca para comandar seu time no próximo jogo, que vale classificação? Aposto que a resposta que o pessoal do Inter Biricutico, do Jardim São Luiz, é bem diferente daquela que muita gente poderia dar.
Na semana passada, na hora do jogo, o responsável pela equipe, Lauri Afonso, estava nos Estados Unidos. A viagem era a trabalho e não poderia ser cancelada. A equipe não tinha um treinador para enfrentar a Mocidade Cabuçu, do Jardim Maria Elisa. E o jogo era importante: uma vitória daria ao time a vaga na próxima fase da Copa Kaiser, o torneio mais importante do Inter no ano.
Foi então que o atacante Tom, que já teve uma passagem pelo futebol profissional, resolveu fazer uma aposta: colocou a irmã como técnica. A garota em questão era Bruna Luize Monteiro, que sempre acompanha o irmão nos campos, mas nunca tinha ficado no banco de reservas. Deu certo: o 1 a 0 (com gol de Tom) valeu a vaga. E uma história para contar.
“O técnico iria faltar ao jogo. Na partida passada, meu irmão tinha ficado como técnico, mas como ele é um dos jogadores, não poderia fazer novamente. Então, acabei sendo a escolhida”, diz a técnica – que mandou só fotos do time para ilustrar esse post: ''Sou tímida. Nem na foto do time eu apareci''. “Eu já conhecia os jogadores, são todos amigos. Então, todos respeitaram e atenderam todos os pedidos que fiz em campo. Foi uma pena ter chovido. Mas quem foi ao Magnólia viu um bom jogo”.
Bruna, porém, não teve carta branca durante os 70 minutos (na Copa Kaiser, as partidas têm dois tempos de 35 minutos). Ela e o irmão conversaram muito antes do jogo e programaram substituições e mudanças táticas que poderiam ser feitas. Nada que diminuísse, porém, a autoridade.
O caso do Inter não é único na Copa Kaiser. O Botafogo do Jaçanã, que foi eliminado na segunda fase, também apostou no poder feminino no torneio: a técnica é Eloá, a Nega, assumiu a função quando seu pai, Miltinho, morreu. ''Ela entende bastante de futebol e todos a respeitam por isso. Ela sabe mostrar quem manda. Ter mulheres no comando é normal para a gente. Só sentimos diferença mesmo na hora de se trocar no vestiário. E quando ficamos bravos. Por educação, às vezes temos que maneirar nos palavrões e na agressividade ao reclamar'', diz Vitor, zagueiro e capitão do time.