Papo de Varzea

Arquivo : julho 2013

Agenda da várzea: feijoada, quermesse e clássicos nos terrões
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UOL Esporte

A partir desta sexta, vamos mudar um pouco o esquema do que indicamos para o fim de semana. Muitos times programam festas, amistosos e jogos por festivais ou campeonatos menores. Esse espaço vai servir para divulgar esses eventos. Vale feijoada, quermesse, festa do chopp…

Quem tiver algum evento, ligado ao universo do futebol de várzea, pode mandar um e-mail para o blog: papodevarzea@gmail.com

– Feijoada do Carrão

Esse é um daqueles eventos tradicionais com boa comida, cerveja gelada e barato. No sábado (20/7), entre 12h e 17h, rola a Feijoada do Carrão – um dos times mais antigos da várzea paulistana, com 85 anos de história. O evento será na sede do clube (Avenida Conselheiro Carrão, número 1898). O ingresso custa R$ 15,00 – com direito a pagode e samba.

– Quermesse do Armação do Parque São Lucas

O evento está marcado para o próximo sábado (27/7), apesar de alguns cartazes que circularam com a data errada. Vale a pena ir tomar um quentão e um vinho quente com a galera do Armação. Começa às 18h, na Rua Antônio Fontoura Xavier.

– Encontro Craques para Sempre

União entre comida e futebol: vai rolar uma exibição da equipes dos Craques, com nomes como Basílio, Ademir da Guia, Badeco, Gilberto Sorriso, Zé Maria, Serginho Chulapa, Edu Bala, Dudu, Nelsinho e Wilsinho. Quem for, além de ver futebol de qualidade, poderá participar da resenha pós-jogo, com direito a churrasco e chopp. Será no Campo do Garotos da Vila Guarani (Rodovia dos Imigrantes, km 11,5km – ao lado do 97º DP), neste sábado (20/7), a partir de 8 horas. O ingresso custa R$ 50,00.

– Rodada dupla de clássicos na Copa Kaiser

Quem quiser ver dois jogões da elite do futebol de várzea deve ir ao estádio do Nacional, na Barra Funda (Avenida Marquês de São Vicente, 2477). No domingo (21/7), às 12h30, será realizado o duelo entre Jardim São Carlos, de Guaianases, e Noroeste, da Vila Formosa – dois times que estão entre os melhores desta edição do torneio. Às 14h, uma partida que envolve mais duas grandes torcidas: Ajax, da Vila Rica, contra SDX, da Cidade Tiradentes.


Fragmentos da Várzea – Ex-árbitro adota time ao se aposentar
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Alexandre Pivoto trabalhou por anos na Federação Paulista como árbitro. Aos domingos, estava sempre nos campos de várzea, controlando os ânimos dentro de campo. Chegou até mesmo a apitar jogos da elite do futebol no estado – foi, inclusive, quarto árbitro em clássicos. Quando se aposentou, porém, encontrou um novo amor no futebol: a Turma do Baffô, do Jardim Clímax, que acompanha com a mesma intensidade.

 


Voz do Terrão: Madrid, da Móoca, começa bem e arranca três pontos diante do Noroeste
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Grande jogo de futebol na tarde de domingo. O Madrid, da Móoca, surpreendeu o Noroeste/Vila Formosa, no campo do Americano. O jogo era válido pela primeira rodada do Grupo L-43 da Etapa 4 da Copa Kaiser.

O Noroeste se sentiu à vontade jogando no seu território. Como não podia ser diferente, pressionou o tempo todo, mas esbarrou na retranca adversária. Nem as bolas paradas do bom camisa 10 Fabinho resultaram em gols e o time da Vila Formosa acabou derrotado.

O Madrid, que também é um time de tradição, soube jogar fora de casa. Fechou sua linha defensiva e usou os contra-ataques para, nos cinco minutos finais, construir a vitória.

A arbitragem controlou a partida em um jogo tenso, típico de decisão. A torcida do Noroeste lotou as arquibancadas. O time tem uma das mais fieis legião de seguidores do futebol de várzea. Paulo, zelador do campo do Americano há 23 anos, a torcida alvirrubra sempre enche as arquibancadas, passando emoção, alegria e energia. Como, aliás, merece o futebol varzeano.

Melhores lances

Aos 14 minutos, o Noroeste teve uma grande chance, usando seu ponto forte: a bola aérea. Mauricio, cobrou falta da linha de fundo e Emerson escorou de cabeça, por cima do travessão. Aos 20 minutos, Ricardo fez um belo cruzamento, a meia altura. Thiago tentou de bicicleta, mas não alcançou. Jogada sensacional. Se tivesse dado certo, seria um lindo gol.

A equipe do Madrid se segurou, sem encontrar espaços no campo adversário – que também estava bem distribuído no setor defensivo. Aos 30 minutos, Caio recebeu da intermediária e mandou uma bomba. A bola passou perto do canto esquerdo do goleiro do Noroeste.

Veio o segundo tempo e o Noroeste continuou procurando espaços no campo adversário. Mas, com a boa marcação, o tempo foi passando, a pressão e a ansiedade aumentaram e o time acabou sendo surpreendido. Aos 19 minutos, o Noroeste ainda quase chegou, novamente com Fabinho, que cobrou falta da intermediária na cabeça de Emerson, que mandou por cima do travessão.

Aos 33 minutos, o Madrid contou com a eficiência de Felipe Souza. Ele roubou a bola, escapou do adversário e viu o goleiro um pouco adiantado. Chutou direto, no ângulo. A bola encobriu o goleiro e morreu no fundo da rede. Madrid 1 a 0.

Não deu tempo para o Noroeste reagir. No último minuto, Felipe, novamente, chutou de fora da área. A bola foi na trave e, na sobra, Danilo escorou de cabeça.

O Madrid executou seu plano com perfeição e venceu por 2 a 0 – e ainda teve o melhor jogador em campo: Felipe. No outro jogo do grupo, no campo vizinho do Flor da Vila formosa, o Jardim São Carlos/Guaianases venceu por 1 a 0 o América/Vila Iolanda.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Sebastião Vieira. Formado em jornalismo, ele aproveita os fins de semana para retratar o cenário do futebol de várzea de São Paulo. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Voz do Terrão: Paraíba, de Heliópolis, vence o Vamp por 3 a 0 pela Série B da Kaiser
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Neste domingo, foi realizado um grande jogo de futebol pela Série B da Copa Kaiser. O Paraíba, de Heliópolis, aplicou 3 a 0 no Vamp/Jardim Dafer no campo do Americano, da Vila Formosa. O jogo foi válido pela primeira rodada da segunda fase do torneio.

O Paraíba retrata o estado Nordestino, uma homenagem ao grande número de imigrantes que vivem na capital paulista. Logicamente, alguns paraibanos defendem a equipe, a começar pelo treinador.

O Vamp começou melhor e chutou algumas vezes ao gol, mas esbarrou sempre no goleiro Paraibano, que estava num bom dia. Aos 16 minutos, Silas tocou para Rodrigo, que dominou e, na hora de chutar, foi desarmado pela defesa.

O Paraíba marcou o primeiro aos oito minutos. Francisco Deyvide recebeu na grande área e mandou uma bomba. A bola explodiu no peito do goleiro. No rebote, Osmar tocou para o fundo da rede.

O Vamp ainda correu atrás do placar no primeiro tempo, mas não conseguir empatar. Teve uma bela chance aos 31 minutos, com Rodrigo em cobrança de falta. Ele chutou forte, mas a bola explodiu na defesa. Na segunda etapa, o jogo começou truncado, embolado no meio-campo.

O Vamp chegou pela primeira vez aos 17 minutos: Anderson, da linha de fundo, chutou cruzado. A bola foi em direção ao gol. O goleiro, atento, foi lá no alto e  tirou de ponta de dedos.

Logo depois, o Paraíba se ajeitou e encaixou os contra-ataques, mostrando entrosamento da sua tropa de ataque, organizada por Francisco Deyvide, que, com habilidade, deixou seus companheiros na cara do gol várias vezes. Foi assim aos 20 minutos. Ele cortou pra cá, cortou pra lá, e tocou para Rodolpho. Ele chutou, o goleiro espalmou e, no rebote, o mesmo Rodolpho chutou no alto, no canto esquerdo. Bola no fundo da rede.

O Paraíba ainda teve tempo para mais um: aos 30, em contra-ataque, Osmar avançou e tocou para Rodolpho, que só teve o trabalho de tocar no fundo da rede, selando o placar. Rodolpho terminou o jogo com chave de ouro e foi eleito o melhor jogador da partida.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Sebastião Vieira. Formado em jornalismo, ele aproveita os fins de semana para retratar o cenário do futebol de várzea de São Paulo. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

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Voz do Terrão: Vitória e nervos à flor da pele marca vitória do Vila Izabel sobre Unidos/Jd. Brasília
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No domingo, o Vila Izabel venceu o Unidos/Jardim Brasília por 1 a 0, pelo grupo O-19 da quarta fase da Copa Kaiser. O clima estava tenso: era o segundo encontro das equipes nesse ano, após o empate na fase anterior, no Estádio Nicolau Alayon, que acabou empatado em 2 a 2.

As duas equipes entraram em campo com muita festa. As torcidas deram show nas arquibancadas com as tradicionais batucadas. A organizada Tanque de Guerra, do Vila Izabel, trouxe um colorido azul e branco. A Alvirrubra do Brasília trazia na bandeira os personagens Irmãos Metralha, dos gibis do Mickey, e uma faixa com o lema “Lutar sempre, vencer talvez, desistir jamais”.

A primeira etapa começou bem truncada, com as equipes se respeitando. O Unidos levou perigo com jogada de bola parada aos 17 minutos. O zagueiro Guto bateu a falta com endereço certo. Mas o goleiro Hebert, do Vila Izabel, se esticou todo e fez a defesa, espalmando para escanteio. O Vila Izabel quase fez aos 20 minutos, também de falta. Pita cobrou e o goleiro Ticão, do Unidos, bateu roupa. No rebote, Alan perdeu o gol. Aos 30 minutos, o Unidos ainda levou perigo. Peu fez boa jogada individual pela esquerda e arriscou. Hebert, atento, fez a defesa.

Na primeira etapa, foram poucas as chances claras. Os atacantes chutaram sem direção. O Unidos teve uma leve vantagem e jogou melhor.

No segundo tempo, o Vila Izabel foi pra cima, buscando o resultado. Criou uma boa oportunidade aos 10 minutos, com Duzinho. Ele cobrou a falta, da lateral direita, e o goleiro Ticão foi ao segundo andar para tirar.

O Vila Izabel era só ataque e, aos 23 minutos, Maurinho recebeu bom lançamento na ponta esquerda. Ele dominou em cima da linha e cruzou. A bola foi com muito efeito e quase entrou. O goleiro Ticão fez a defesa. Outra boa oportunidade para o Vila foi com a bola parada, aos 25 minutos. Em falta próxima do meio campo, Fá bateu forte, no centro do gol. Novamente, o goleiro Ticão, bem colocado, fez a defesa sem rebote.

A equipe do Unidos não criou muitas oportunidades no segundo tempo. Tentou sair nos contra-ataques que não davam certo. A equipe do Vila estava bem postada atrás e tirou todas. A melhor chance veio aos 30 minutos. O zagueiro Dande se arriscou no ataque, fez boa jogada e tocou para Neno. Ele dominou, saiu da marcação e bateu para o gol. A bola passou dando um susto no goleiro Hebert.

Nos minutos finais, quando todos pensavam que a partida ia terminar empatada, veio o gol do Vila, aos 34 minutos. Alan fez boa jogada pela ponta esquerda e tocou para Robson, que tinha entrado no segundo tempo. Ele pensou rápido e, com o bico da chuteira, achou o matador e artilheiro da equipe, Maurinho. Dentro da área, Maurinho fez o giro em cima da zaga e bateu forte, no canto. Fez o único gol da partida, decretando a vitória do Vila Izabel em cima do Unidos.

O fato lamentável aconteceu no final da partida. Com o sangue quente, uma confusão generalizada ocorreu entre os jogadores das duas equipes. Pontapés, socos e empurrões distribuídos para todos os lados. A briga deverá ser analisado pelo comitê disciplinar da competição e as providências cabíveis deverão ser tomadas. Os times podem sofrer de advertências a suspensão. Nós, amantes da várzea, queremos ver sempre a disputa sadia dentro e fora de campo, torcendo sempre pela paz.

O texto foi feito pelo parceiro do blog Eduardo Lima. Segurança, ele faz questão de correr pelos campos aos fins de semana atrás das melhores partidas. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Este é o “Voz do Terrão”. É o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Papo de alambrado na várzea salvou carreira de Paulinho, hoje craque do Flamengo
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Em uma semana, o meia-atacante Paulinho passou de um desconhecido do elenco do Flamengo a herói da maior torcida do país. Para isso, precisou de um só gol. Mas esse gol foi em um clássico, valeu a vitória e, ainda por cima, aconteceu contra o Vasco. Porque o rival é importante? Dificilmente você vai encontrar um jogador com a história tão ligada ao clássico carioca quanto ele – mesmo tendo chegado ao Rio de Janeiro apenas em 2013. Paulinho deu seus primeiros chutes no Vasco. Mas não o de São Januário. O cruz-maltino em questão é da Vila Galvão, de Guarulhos.

Além disso, o futebol amador teve outro papel decisivo na vida do craque: em 2008, o então aspirante a jogador viveu a fase mais obscura da carreira. Enquanto defendeu o Flamenguinho, de Guarulhos, recebeu uma proposta do São Paulo. Os responsáveis pela carreira do jogador consideraram o valor baixo e o negócio não saiu. Paulinho se viu preso ao time, sem a sonhada transferência para uma equipe grande, com salário baixo e, o pior, atrasado.

“Era a minha grande chance. Mas o empresário falou para não ir. Em seguida, tudo ficou ruim. Salário atrasava, não tínhamos condições… Eu fiquei muito mal mesmo. Achei que tinha perdido a única chance da minha vida”, relembra, emocionado, o atleta.

A situação era tão ruim que Paulinho resolveu desistir do futebol. Foi a um jogo do Vasco contra o Apache, da Vila Maria. E procurou Genival Elias de Araújo, o Val, vice-presidente e técnico do Vasco da Vila Galvão, que o conhecia desde garoto. “Virei para ele e falei que queria largar tudo. Não dava mais. E eu tinha contas para pagar. Era melhor ter um emprego do que pagar para jogar futebol. Não queria mais”, desabafa o meia-atacante.

“Ele falou isso do alambrado. Me pediu para que eu arranjasse um emprego para ele. Falei que não iria arrumar emprego nenhum. Que ele seria jogador de futebol. Eu não deixaria que ele desperdiçasse esse talento”, fala Val. Foi nesse momento que a amizade dos dois chegou a um nível muito mais pessoal. O técnico do Vasco da várzea passou a ajudar, financeiramente, o pupilo, para que ele não deixasse o futebol.

Paulinho continuou no Flamenguinho até 2010, quando foi para o XV de Piracicaba. Lá, se tornou ídolo e, neste ano, foi contratado pelo Flamengo – agora, o do Rio de Janeiro. Quer conhecer a história inteira? Leia aqui: Herói do Fla no clássico, Paulinho começou no futebol no Vasco (da várzea)