Casou, mas não levou: jogador adia lua de mel por jogo decisivo e acaba eliminado
UOL Esporte
Existem coisas que só o esporte pode fazer com uma pessoa. A história de hoje é uma dessas. O personagem é Fernando Lura, meio-campista da Turma do Baffô, do Jardim Clímax, na Copa Kaiser.
Ele namorava Cíntia há mais de dez anos. A proposta de casamento também é antiga. E a data tinha sido marcada com antecedência. O dia escolhido foi 24 de agosto de 2013, um sábado. Até aí, nada de especial. O problema é que a lua de mel foi adiada. Pelo futebol.
Um dia depois do casamento, o time de Fernando tinha partida decisiva pela Copa Kaiser. A Turma do Baffô, atual vice-campeã do torneio, tinha de vencer o Pioneer, da Vila Guacuri, para seguir na competição. Toda ajuda, ainda mais de um atleta com experiência no futebol profissional – ele passou cinco anos no Guarani, de Campinas, por exemplo.
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“Eu sabia que estaria em fase decisiva no fim de semana do casamento. Então, fui adiando para fechar a lua de mel. Quando soube que o jogo seria importante, marquei a viagem para segunda-feira. Vamos passar cinco dias na Argentina. Mas não podia faltar”, conta o jogador. Ele também não aproveitou a festa como todos imaginam que um noivo deva.
Não bebeu (muito) e foi para a cama cedo. Tudo para estar bem preparado para entrar em campo no dia seguinte. Ele até mesmo ignorou o churrasco que os amigos faziam para comemorar o casório. “Agora, a galera está na favela se divertindo”, conta.
Infelizmente, não deu muito certo… O Pioneer venceu por 2 a 0 e o Baffô foi eliminado. Como consolo, Fernando passou uma semana feliz, provavelmente uma das mais felizes de sua vida, em lua de mel, longe do futebol.
E antes que você faça as críticas rasteiras que costumam aparecer em casos como esse, Fernando está longe do perfil “jogador de futebol burro que não sabe o que faz”. Aos 28 anos, ele é formado em logística e está cursando o último semestre de comércio exterior. Trabalha em uma multinacional. O futebol, para ele, é mais do que um hobby: “É minha terapia. Meu trabalho é estressante. E o futebol ajuda a aguentar”.
E sobre a mulher? Acha que ela ficou brava com a decisão? “Que nada. Ela está comigo há dez anos. Me acompanhou durante toda a carreira como profissional. Está acostumada com o futebol ditando as regras”.