Fragmentos da Várzea: Como é a vida de juiz?
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Todo domingo, eles saem de casa, vão para um campo na periferia e ouvem xingamentos no alambrado. Vida de árbitro não é fácil…
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Todo domingo, eles saem de casa, vão para um campo na periferia e ouvem xingamentos no alambrado. Vida de árbitro não é fácil…
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Aproveitando que hoje é dia do Voz do Terrão, temos uma estreia. É o Salve, Papo de Várzea!, em que a galera que encontramos pelos campos mandam um recado para a comunidade.
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No domingo, o Benfica, da Vila Maria, venceu o Gesan, do Jardim Peri, por 1 a 0. O gol da partida foi uma pintura: após boa jogada do meia Leandro, o defensor Chicão acertou um belo chute de fora da área que entrou rente ao travessão, sem chance para o goleiro. Confira:
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No último domingo, o Noroeste, da Vila Formosa, e o Vila Reis, de São Miguel, empataram em 1 a 1. A torcida do primeiro saiu comemorando pelo gol do meia-atacante Fabinho, de falta, nos acréscimos. Quem estava apoiando o segundo saiu bravo, falando em roubo para o time “da casa” – já que o Noroeste considera o campo do Americano, local do duelo, sua “sede”.
O Papo de Várzea resolveu, então, ouvir uma pessoa de cada lado para saber como foi o jogo. E cabe a você imaginar como foi a partida.
Noroeste: “Com muita torcida, às vezes o jogo não flui. Mas empatamos” | Vila Reis: “Juiz deu quatro minutos de acréscimo. Gol saiu no sétimo” |
Nos dez primeiros minutos do jogo, o Vila Reis pressionou. Ele tiveram duas chances de gol. Não foram chances muito claras, mas eles conseguiram finalizar na direção do gol. Depois dos 15 minutos, nosso time se encontrou e só deu Noroeste. Acertamos bola na trave. O goleiro pegou uma cara a cara. Quase marcamos em uma cabeçada. Pressionamos no primeiro tempo, mas não conseguimos abrir o placar. No segundo, o time foi para cima, mas quem marcou foram eles. Foi um erro do nosso goleiro. Ele tentou sair socando, mas a bola foi para trás. Sobrou para ataque, livre. Em seguida, começamos a ir para cima de novo. O gol saiu em uma falta do Fabinho. Ele bateu de longe, no canto, a bola quicou na frente do goleiro antes de entrar. Foi um bom jogo. Conversei com alguns jogadores do Vila Reis, que admitiram que eles jogaram na retranca. Um deles disse que não dava para jogar de igual para igual com o Noroeste. Tomariam dois ou três. No fim das contas, foi um jogo atípico. Quando você jogar em casa, com muita torcida, às vezes você tenta tanto que nada dá muito certo. Mas empatamos. Nas próximas partidas, o nosso time vai crescer. | O jogo foi emocionante para os dois lados. Nós começamos com a marcação muito forte no meio de campo, para anular a maior força do Noroeste. Com isso, conseguimos dominar a partida no início. Começamos apertando e saímos três vezes na cara do gol. Infelizmente, nosso jogador acabou virando. O placar na virada do segundo tempo estava empatado em 0 a 0. Eu estava confiante que podíamos vencer e coloquei mais um atacante em campo. Deu certo. Em um ataque, abrimos 1 a 0 e conseguimos segurar o Noroeste. Nos minutos finais, o juiz anunciou os acréscimos. Falou que ia dar quatro minutos. Mas já passavam mais de sete minutos do tempo regulamentar quando saiu a falta que deu origem ao gol de empate. Eles marcaram, acabou o jogo. Vamos agora para o segundo jogo e ver o que acontece. Por ser dentro da casa do adversário e pelas circunstâncias da partida, foi um bom resultado. Agora, podemos sair da casa do adversário e jogar em campo neutro. Vai ser mais fácil. |
Lincoln Carvalho, diretor do Noroeste | Valtenis Santos, o Val, técnico do Vila Reis |
E ai, parecem a mesma partida? Quem chegou mais perto do que realmente aconteceu?
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O domingo foi bom para os favoritos na Copa Kaiser. Todos os times que chegaram com 100% de aproveitamento à rodada, venceram seus jogos. Com isso, o número de participantes com campanha perfeita no torneio até agora aumentou para cinco. Além do Leões da Geolândia, da Vila Medeiros, já somam quatro vitórias Ajax/Vila Rica, Internacional/Moinho Velho, Praça/Pirituba e Jardim São Carlos/Guaianases. Confira os destaques do jogos do dia: Rodada da Copa Kaiser tem encontro de torcidas, cinco times 100% e um “pitbull”
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Desde que comecei a cobrir o futebol amador pelo UOL, uma pergunta nunca foi realmente respondida. Como se monta um time vencedor? Cada pessoa tem uma teoria. Tem gente que vai para o lado da raça. Outro vai atrás dos mais experientes. Tem técnico que tem seus jogadores de confiança e os carrega sempre que troca de time.
O melhor resumo dessa história, porém, quem deu foi o goleiro reserva do Nove de Julho, Fernando (que foi um dos personagens do post de sábado, sobre o amor dos jogadores pela várzea): “Time forte não é aquele com as maiores estrelas. Mas aquele que se encontrou no meio da competição. Na Copa Kaiser o campeão nunca entra em campo com o mesmo time que mandou para o campo em sua estreia. Você precisa de um ou dois meses para avaliar a equipe, conhecer o nível físico e perceber quem está melhor naquele momento. Por isso, a Etapa 1 não vale nada. É a partir da segunda fase que o torneio começa de verdade”.
Acompanhei a campanha do Ajax, da Vila Rica, no ano passado, e vejo que essa visão da formação da equipe faz muito sentido. Mas vamos tentar explicar um pouco melhor o que ele está querendo dizer. No ano passado, o Ajax tinha recrutado o volante Gilmar Fubá, campeão mundial pelo Corinthians. Nas primeiras rodadas, ele era o dono do meio campo. Todas as bolas passavam por ele. Mas o time não encantava. Cheguei a ouvir comentários como “Não sei porque dão tanta atenção para ele. Bom mesmo é o XXXX”.
O nome de quem era melhor não importa. Torcedor é assim, cada um tem sua opinião. Mas eles estavam certos. Com Gilmar, o time era previsível – o jogador, brucutu entre os profissionais, se destacava na várzea, mas, exatamente por isso, era muito bem marcado. Na Etapa 2 (justamente a que começa neste domingo para o time da Vila Rica), o Lobão passou por dificuldades. Perdeu na estreia e, já sem Gilmar, as mudanças vieram. Time novo, alguns reforços e, ao fim do torneio, o título inédito.
Quer outro exemplo? Também no ano passado, o Adega, de AE Carvalho, montou um super-time. Trouxe uma série de destaques de outras equipes e um técnico de renome. Tinha até mesmo um atacante, Adauto, com experiência na Liga dos Campeões e campeão brasileiro, com o Atlético-PR. E foi eliminado precocemente.
Essas duas histórias mostram que, na várzea, é difícil prever como um time vai se sair. Sabe a química que os comentaristas tanto procuram nos times profissionais? Na várzea ela é ainda mais importante. Por duas razões principais: a origem do futebol amador é dos times de amigos, da galera da rua que se junta para desafiar bairros rivais. A mais importante, porém, é a falta de vínculo com a camisa que o atleta defende.
Hoje em dia, jogador troca de time com uma frequência muito alta. A cada ano, o técnico precisa olhar para seu elenco e descobrir quem são seus melhores jogadores, quem atua melhor em qual posição e que combinação é a mais adequada para o torneio. Além disso, existe a questão do entrosamento e o lado físico – não são atletas profissionais, nem todos tem o preparo físico necessário e o técnico só descobre isso colocando-os em campo.
No fim das contas, o time se encontra no meio da competição. Esse texto, aliás, não está aqui por acaso. Neste domingo, metade dos participantes da Copa Kaiser estreia na Etapa 2 da competição. Quem for a um dos campos, terá a chance de ver se o seu time já encontrou essa química. Se o grupo de atletas que começou a disputar no torneio já se tornou uma equipe.
Por Bruno Doro, repórter do UOL e responsável pelo Papo de Várzea
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Futebol de várzea é quase um vício. Quando você começa no terrão, dificilmente consegue ficar muito tempo longe. E os exemplos disso são muitos. Neste fim de semana, dois times de torcidas enormes jogam pela Copa Kaiser e tem dois jogadores que se encaixam nesse perfil.
Maurício: da Europa para a Vila Formosa
Na Zona Leste, no campo do Americano, atrás do cemitério da Vila Formosa, o Noroeste vai jogar novamente. O time tem uma das maiores torcida da região e, nos três jogos da primeira fase, lotou as arquibancadas com muita festa. Um dos responsáveis pela alegria da torcida é o meio-campista Maurício.
Já trintão, ele é uma das caras do time. Começou a jogar futebol no interior de São Paulo, jogou em Portugal e na Turquia e encerrou a carreira no XV de Jaú precocemente, aos 29 anos. Hoje é dono de um posto de gasolina, mas não consegue ficar longe dos campos.
“Quem diz que gosta do futebol e não está jogando futebol amador está mentindo. Você vê pela televisão um jogo do profissional que não leva duas mil pessoas ao estádio. Nos jogos do Noroeste, tem sempre mais gente do que isso. No Pacaembu (na final da Copa Kaiser, com cerca de 30 mil pessoas) tinha muita gente. Futebol amador é festa”, diz o volante.
Fernando: prata da casa do Nove de Julho
A opinião é parecida com a do goleiro Fernando Pendloski. Ex-profssional que rodou por São Paulo, ele começou a carreira no Nove de Julho e hoje está de volta ao clube. Morador da Casa Verde, ele lembra da época em que ia aos jogos de caminhão. “Outro dia eu estava assistindo um jogo na TV que tinha 35 pessoas. Uma partida do Nove de Julho tem pelo menos 500 torcedores. A comunidade acompanha, se dedica e o jogador sente isso. Vem te abraçar na vitória e te apoia nas derrotas”, conta o jogador.
Para ele, o crescimento do futebol amador faz com que seja muito mais gratificante para o atleta jogar pelo time do bairro do que rodar por times de divisões menores. “O negócio na várzea foi crescendo e começou a ser respeitada. Os comerciantes locais começaram a dar mais apoio e hoje é um mercado. Você pega times que já foram campeões da Kaiser e percebe que eles têm vários patrocinadores. O comércio local vê que existe uma oportunidade de ser visto”, fala. “Com tudo isso, é mais gostoso jogar no amador do que em um time da A3, da B1”, completa.
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Nós, do Papo de Várzea, sabemos que faz tempo. Mas chegou a hora de mais uma edição do Norte, Sul, Leste e Oeste, em que falamos quais são os jogos mais quentes do fim de semana da Copa Kaiser. Neste domingo, a palavra de ordem é perfeição. Ajax/Vila Rica, Inter/Moinho Velho, Praça/Pirituba e Jardim São Carlos/Guaianases entram na rodada para defender os 100% de aproveitamento da primeira fase. Confira:
Zona Leste: Ajax/Vila Rica x Central Leste/Itaquera
13h, no campo do Flor da Vila Formosa
Atual campeão, o Ajax, da Vila Rica, joga para evitar o que aconteceu contra o outro finalista de 2012. No último domingo de futebol da Copa Kaiser, a Turma do Baffô, do Jardim Clímax, só empatou (0 a 0 com o Milianos, do Jardim Rosana), após três vitórias na Etapa 1. O time entra em campo empolgado com o sucesso do técnico. No fim de semana do dia das mães, o comandante Robson Melo colocou sua equipe (o Grêmio Eldorado), pelo segundo ano seguido, na final da Divisão Especial de Diadema.
De quebra, se você for ao jogo do Ajax, poderá ver também outra grande torcida. Rival do Lobão da Vila Rica, o Noroeste, da Vila Formosa (semifinalista de 2012), joga no campo do Americano, que fica logo ao lado do Flor, contra o Vila Reis, de São Miguel.
Zona Leste: Jardim São Carlos/Guaianases x Bento Gonçalves/Tatuapé
13h, no Campo do Jardim São Carlos
Aproveitando que estamos falando da Especial de Diadema, outro finalista (também pelo Grêmio) do torneio é uma das atrações do Jardim São Carlos. Uochiton Baraúna, campeão no ano passado com o Ajax e artilheiro de 2010 com o SDX, foi a grande novidade para 2013 da equipe de Guaianases e já marcou duas vezes na competição – ele, porém, não é o artilheiro do time: Luiz Carlos tem três gols. O rival, o Bento Gonçalves, passou pela primeira fase raspando: em seu grupo, três times ficaram empatados com seis pontos e o Bento só se classificou no terceiro critério de desempate.
Zona Sul: Internacional/Moinho Velho x Mãe Sara/Vila Santa Catarina
13h, no campo do Anhanguera
O Inter estreia na Etapa 2 com uma honra duvidosa: entre os nove times que terminaram a primeira fase com nove pontos, a equipe do Moinho Velho tem a pior defesa: foram três gols sofridos nos primeiros jogos. Em compensação, o time tem o melhor ataque (oito gols) e também chega como um dos mais disciplinados, com apenas dois cartões amarelos recebidos. O rival, o Mãe Sara, chegou à segunda fase após passar por um grupo forte, que tinha Festpan, Cantareira e Unidos (que acabou eliminado).
Zona Oeste: Praça/Pirituba x Novo Roma/Jaraguá
13h, no campo do Caju
Pirituba é uma das regiões com mais times da cidade. E, hoje, o melhor deles é o Praça. O time passou com facilidade pela primeira fase, contra Amigos/Residencial Sol Nascente, Caju e Associação São Marcos, graças aos gols do atacante Raphael, que marcou quatro dos seis gols da equipe nos primeiros três jogos. Agora, o desafio será o Novo Roma, do Jaraguá, que teve dificuldades para se classificar. Perdeu dois jogos e a vaga veio só na última rodada, com vitória sobre o XI Garotos do Piqueri.
Zona Norte: Nove de Julho/Casa Verde x União do Peri
13h, na Arena Kaiser (campo do Nacional)
Até agora, o destaque da Zona Norte é o Leões da Geolândia, da Vila Medeiros, único da Copa Kaiser que já tem 12 pontos em 2013. O Nove de Julho não pode chegar a essa pontuação, mas pouca gente vai se importar com o detalhe. Dono de uma das maiores torcidas da região, o Nove de Julho foi escolhido para a estreia da ZN na Arena Kaiser – o nome que recebe o estádio do Nacional na competição. O rival, União do Peri, aliás, foi um dos três derrotados pelo Leões na Etapa 1 (mas é bom lembrar, venceu o Só Embaça em um belo jogo, que você pode conferir aqui).
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O Desafio UOL – Papo de Várzea/Amigos da Várzea já tem um vencedor. Torcedor do Internacional do Moinho Velho, Helder Rizzi acertou a pergunta: Qual novela atrapalhou o encontro dos Amigos? O correto era Avenida Brasil.
Obrigado a todos que participaram!
Assim que a camisa for entregue ao Helder, vamos avisar por aqui.
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O Desafio UOL – Papo de Várzea/Amigos da Várzea, que vale uma camiseta GG como essa ao lado, está no ar. Você só precisa entrar neste link http://uol.com/bcc2yG e responder à pergunta.
Fique atento às regras:
– Para vencer o Desafio UOL de hoje você deve ser o primeiro a responder corretamente à pergunta que aparece no endereço http://uol.com/bcc2yG
– Faça login nos comentários com seu perfil do Facebook
– Você pode tentar quantas vezes quiser, mas apenas o primeiro usuário a dar a resposta correta será o vencedor
– Não serão aceitas respostas nos comentários deste post ou na Fanpage do Papo de Várzea
– Serão aceitas apenas respostas corretas postadas no campo de comentário do endereço http://uol.com/bcc2yG a partir de 13h de 16/05/2013
– Ao participar, você já estará automaticamente de acordo com o regulamento do desafio: http://uolesporte.blogosfera.uol.com.br/regulamento/