Papo de Varzea

Sucesso de Damião força várzea a se movimentar para aproveitar dinheiro de formação
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Você sabia que os clubes de futebol de várzea estão deixando de ganhar muito dinheiro com os jogadores que revelam? Pelas regras da Fifa, os clubes que participaram na formação dos jogadores entre 12 e 23 anos têm direito a 5% das transações internacionais. Para aproveitar essa regra, porém, é necessário que o clube comprove sua ligação com o jogador. E é este ponto que está fazendo com que os clubes amadores comecem a se mexer para ter acesso a esse dinheiro.

O caso Damião

O caso de Leandro Damião é o grande catalisador desse processo. Desde que chegou à seleção brasileira, o atacante virou alvo de clubes europeus. Nas últimas semanas, o valor de uma possível transferência chegou ao patamar de R$ 66,3 milhões. O último rumor, por exemplo, dava conta de que o Nápoli ofereceria 22 milhões de euros pelo atacante. A oferta não foi concretizada, mas os valores chamaram atenção: R$ 1,6 milhão desse total ficaria no limbo caso o jogador fosse, realmente, vendido.

O número corresponde a 2,5% do total da transferência, destinado aos clubes formadores que trabalharam com Damião dos 12 aos 18 anos. O problema é que, nesse período, Damião não teve vínculos com clubes profissionais. O atacante participava de escolinhas de futebol do Jardim Ângela e defendia clubes de várzea até receber uma chance no futebol profissional de Santa Catarina – de onde ele foi para o Internacional.

“Para fazer uso do mecanismo, você tem que provar a inscrição em uma equipe filiada à federação local. Normalmente, você usa uma certidão da Federação Paulista, mas também são aceitos outros meios de prova. Para o período em que o atleta não tem registro, o valor vai para a CBF aplicar na formação de atletas”, explica o advogado especialista em direito esportivo Fernando Ezabella.

Em outras palavras, caso os clubes que trabalharam com Damião não consigam provar o vínculo, os quase R$ 1,5 milhão acabariam no boldo da CBF. E a chave para o processo é o passaporte esportivo do jogador. O documento é emitido pela CBF e serve como guia para o clube comprador saber para quem pagar os valores do mecanismo de solidariedade.

“Os clubes que constam nesse documento vão receber o dinheiro. O problema é que, para ser reconhecido, é preciso ter o vínculo com a federação. No sul, por exemplo, é só ter o número de registro. O caso do Fernando, volante do Grêmio que foi vendido recentemente para o futebol europeu, é exemplar. Uma escolinha do interior do estado, que tem esse registro com a federação, está no passaporte, mesmo sem disputar competições oficiais”, explica o também advogado Pedro Alfonsim, que trabalha com casos semelhantes no Rio Grande do Sul.

ALGUNS CASOS DO MECANISMO DE SOLIDARIEDADE

Veja Álbum de fotos

Exemplos em São Paulo

Na várzea, um clube já está avançado nesse processo. O Benfica, da Vila Maria, trabalhou com o zagueiro David Braz dos 12 aos 15 anos. O clube, inclusive, foi o responsável por levar o atleta para o Palmeiras, onde ele se profissionalizou. De lá, o atleta foi para a Grécia e voltou para o Brasil, para jogar no Flamengo. A primeira transferência foi litigiosa e o Palmeiras ainda luta, na Fifa, para receber. A segunda, no entanto, foi normal. “Nós fizemos o cálculo e temos o direito de receber 1,5% da transferência. Contratamos um advogado e estamos aguardando”, fala Américo Marques, diretor do Benfica.

O processo ainda está em litígio justamente pela ligação do clube com a Federação Paulista. David jogou pelo clube em campeonatos da Associação Paulista de Futebol. Segundo Américo, esse torneio seria reconhecido pela Federação Paulista.

Em outro caso, no entanto, o torneio foi ignorado. Na transferência de Lucas do São Paulo para o PSG, da França, o Corinthians tentou comprovar sua ligação com o atleta entre 12 e 14 anos com a inscrição em torneios da entidade. Mas não obteve sucesso.

Clubes interessados já procuram assessoria

Atualmente, dois clubes procurados pela reportagem admitiram que já estão buscando assessoria jurídica para não perder o dinheiro a que teriam direito. O Estrela da Saúde, do Jardim Aracati, por exemplo, é parte interessada na transferência de Leandro Damião.

O clube, tradicional em São Paulo e com 96 anos de história, já foi profissional, nos anos 50. Hoje, mantém escolinhas de futebol na região da represa de Guarapiranga e tem parceria com o São Paulo, para onde manda atletas que se destacam. “O Damião participou de nossas escolinhas. Chegamos a levá-lo para peneiras, mas ele não foi aproveitado. Ele, inclusive, chegou a jogar a Copa Kaiser com a gente”, lembra o vice-presidente do clube, Renato Correntino.

Já o Vasco, da Vila Galvão, está de olho no sucesso do meio-campista Paulinho, que fez parte das escolinhas do clube dos 9 aos 18 anos. O jogador surgiu no clube, foi para o Flamengo, de Guarulhos, e para o XV de Piracicaba. Atualmente, está emprestado no Flamengo. “Já estamos procurando advogados para buscar isso. Estamos torcendo pelo sucesso do Paulinho por ele. Mas se tudo der certo, também temos direito”, diz Genival Elias de Araújo, o Val, vice-presidente e técnico do Vasco.

A transferência de Paulinho, porém, seria nacional, e sujeita a regras diferentes. “No mecanismo da CBF, os clubes precisam comprovar que são formadores. Ter um registro de formador. É uma regra mais rígida que a da Fifa. Basicamente, a regra da CBF é excludente. A Fifa é mais abrangente”, explica Afonsim.


Voz do Terrão: Milianos empata com o Ouro Preto e consegue a vaga
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Nesse fim de semana, Milianos, do Jardim Rosana, e Ouro Preto, do Jardim Iporanga, jogaram no CDC Doroteia pela última rodada da Etapa 4 da Copa Kaiser 2013. O time do Jardim Rosana segurou o empate sem gols e garantiu a classificação para a próxima fase. As equipes já tinham se enfrentado em 2011 pela Kaiser, no Caldeirão do Iporanga, coincidentemente, com o mesmo placar de 0 a 0.

O Ouro Preto vinha esperançoso para a partida, depois de uma vitória convincente em cima do Renascente, por 2 a 1, mas tinha de lidar com alguns problemas: além de não contar com um de seus titulares, Bruno, a equipe ainda foi penalizada com a perda de um ponto na classificação geral. Segundo o site da competição, a punição foi causada pelo comportamento antidesportivo de diretores e de um torcedor. O técnico do Ouro Preto, Gilson, considerou o critério desigual pois “já viu coisa pior em beira de campo acontecendo”. Acrescentou também que o torcedor “apenas foi cobrar do juiz o fato de o time vir tomando muitos gols de pênalti ao longo da competição”.

O Milianos veio embalado depois de uma goleada sobre o atual vice-campeão, a Turma do Baffô. A equipe jogava por um simples empate para se classificar e repetiu praticamente a mesma escalação da goleada, com os artilheiros Fafi e Peba no time titular.

O dia estava ameno e os torcedores compareceram num bom número para prestigiar o duelo. Em campo, o jogo começou afobado, com as duas equipes indo ao ataque, mas errando nas finalizações. O Milianos pressionava com chutes de longa distância. O Ouro, com jogadas pelas pontas, com a dupla de baixinhos rápidos Fá e Jow Jow.  Mesmo assim, chances claras foram poucas no primeiro tempo. Aos 22 minutos, Peba, do Miliano, entrou pedalando na defesa adversária. Quando clareou, chutou rasteiro. A bola passou perigosamente próxima à trave.  Aos 35, novamente Peba escorou lançamento. O lateral Rodrigo ainda desviou, mas não o bastante para fazer a bola entrar.

O segundo tempo começou tímido, mas aos poucos foi esquentando. Logo aos sete minutos, Fá levou uma entrada dura de Robinho, que tomou um amarelo. O jovem juiz, Caio Cesar da Costa Mello, conduziu bem a partida do início ao fim. O Milianos tentava, na base do toque de bola, achar algum espaço. Em uma tabela, Daniel tocou na frente para Rodrigo, que entrou na grande área e chutou. O goleiro Ronaldo mandou para escanteio.

Aos 12 minutos, o Ouro Preto teve uma cobrança de escanteio. O atacante Fá recebeu um passe curto e chutou. A bola bateu na defesa e sobrou para o zagueiro Jonas, sozinho, fazer o gol. Ele marcou, mas o lance acabou anulado por impedimento. Outra boa chance, só que para o Milianos, foi em uma falta rente à linha da grande área, de frente para a meta. O camisa 8, Wanderson Carioca, bateu, mas jogou por cima.

O jogo poderia ser decidido num detalhe. Aos 30 minutos da segunda etapa, o time do Jardim Iporanga teve uma boa oportunidade. Lançamento na área de Guega para Tanque, que se jogou na bola, mas não alcançou. Em seguida, o jogo ficou parado. O goleiro Aranha, do Milianos, reclamou que os torcedores que ficam atrás do gol, no alambrado, jogaram água em sua direção.  Nos cinco minutos finais, aconteceram mais três ataques , sem perigo.

Final de jogo, um empate sem gols, mas com gostinho de vitória para o Milianos, que emplacou o melhor jogador em campo, Mauricio Bozó.

No outro jogo do Grupo, a Turma do Baffô/Jardim Clímax descontou sua raiva no Renascente/Jardim Umuarama e aplicou uma goleada de 4 a 0.

No Grupo S-19, ficaram de fora Ouro Preto e Renascente, ambos com 3 pontos. O Baffô, com 6 pontos, e o Milianos, com 4, estão classificados e farão parte do grupo único da Zona Sul na Etapa 5, ao lado de Pioneer/Vila Guacuri e Bafômetro/Heliópolis.

 

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Marcelo Costa. Jornalista e funcionário público, ele está sempre atrás da melhor história nos campos da cidade. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Voz do Terrão: Pioneer vence tabu contra a Ponte Preta e segue invicto
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A última rodada da Etapa 4 da Copa Kaiser terminou e 20 times estão garantidos na próxima fase. Pelo Grupo S-18, o Pioneer, da Vila Guacuri, fez prevalecer sua invencibilidade e ganhou da Ponte Preta, do Jardim Leme, por 3 a 1, no CDC Parque Doroteia.

Em seu último jogo, o Pioneer empatou sem gols com o Cantareira, de Heliópolis e criou um clima de desconfiança no ar. Já a Ponte vinha bem no campeonato, mas acabou desestabilizada após perder na rodada passada, para o Bafômetro, por 2 a 1.

As equipes já se enfrentaram em duas oportunidades pela competição, em 2010, com dois empates, 1 a 1 e 0 a 0. Naquele ano, a Ponte terminou em 11º lugar em 2010. Já o Pioneer terminou com o título.

No domingo, o Pioneer veio completo, mas seu preparador físico, Léo, não foi autorizado a ficar no banco de reservas por problemas burocráticos com seu Cref (o registro dos profissionais de educação física) – irritado, ele saiu reclamando muito. A Ponte teve uma ausência ainda maior: o técnico Elvis Ricardo não pode ir ao jogo.

A partida começou com o Pioneer ligado e impondo seu jogo. A Ponte fazia frente e enfrentava o rival de igual para igual. Mesmo assim, não demorou muito para o time da Vila Guacuri abrir o placar. Aos 11 minutos, o camisa 8, Mentirinha, arriscou da intermediária e o goleiro Diogo aceitou. A bola não foi forte, mas acabou no cantinho, certeiro.

A torcida da Ponte não desanimou: continuou incentivando e batucando. Em campo, porém, seus jogadores só atacaram com perigo aos 17 minutos. Nandinho tocou da lateral-direita para o meio e Fabio chegou chutando para fora.

Em campo, o Pioneer é uma mistura de nomes experientes da várzea, como o zagueiro Beto e o lateral Wagnão, com alguns valores jovens. A Ponte, por outro lado, apostava na juventude. Prevaleceu a experiência e, aos 23, Rodnei bateu a falta e botou no canto esquerdo, para aumentar a vantagem do Pioneer.

A Macaca não conseguia arrumar espaços para as suas jogadas ofensivas e só arriscava mais pelas pontas ou com bolas alçadas na área. Aos 25 do primeiro tempo, o centroavante Anderson Magrão, do Pioneer, perdeu um gol incrível. Gilmar cruzou, na medida para o  atacante cabecear. O goleiro rebateu a bola e soltou na frente do artilheiro. Mesmo assim, ele conseguiu chutar por cima.

Em seguida, no entando, Magrão fez por merecer seu gol. Em um cruzamento de Wiliam, o centroavante fez como Dada Maravilha: parou no ar e cabeceou para o fundo das redes. A Ponte ainda pressionou nos minutos finais. Aos 32, Cris Roberto chutou de longe e deu trabalho para o goleirão Celso, que conseguiu tirar com as pontas dos dedos para escanteio.

No segundo tempo o Pioneer voltou para cadenciar o jogo, diminuindo seu ímpeto ofensivo. A Ponte aproveitou e tomou a iniciativa. Nos primeiros 15 minutos, a torcida viu alguns chutes sem direção, que não representavam perigo aos goleiros. Somente aos 16 minutos a Ponte ganhou fôlego, em uma batida de falta. Cris Roberto executou uma cobrança perfeita e colocou no barbante para diminuir o placar.

O jogo ganhou um pouco mais de emoção, mas o meio campo e a defesa do Pioneer estavam em um ótimo dia. Restou para a Macaca apostar na vontade contra um adversário que valorizava, e muito, a posse de bola. Somente nos acréscimos do juiz Demetrius Pinto Candançan, que conduziu bem partida, um fato levantou a torcida.

Foi uma entrada mais forte, com uma mão sobrando, de Vinicius, do Pioneer, para cima do zagueiro Marcelo Biliquinha. Um empurra-empurra surgiu e o técnico interino da Ponte, Jackson, invadiu o campo e acabou expulso. O placar, porém, não foi alterado: 3 a 1 para o time da Vila Guacuri, classificado para a Etapa 5.

O melhor em campo foi o volante Wellington, de 28 anos, nascido na Bahia e que, além do Pioneer, joga também pelo Grêmio Eldorado, de Didema.

No outro jogo do Grupo S-18, o clássico de Heliópolis entre Cantareira e Bafômetro terminou em 0 a 0. O Grupo S-18 terminou assim: Pioneer, com 7 pontos, e Bafômetro, com 4, passaram de fase. Ponte Preta, com 3, e Cantareira, com 2, estão fora da disputa.

Na Etapa 5, o grupo da região sul terá Pioneer, Bafômetro, Turma do Baffô, do Jardim Clímax, e Milianos, do Jardim Rosana.

 

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Marcelo Costa. Jornalista e funcionário público, ele está sempre atrás da melhor história nos campos da cidade. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Coroado segura empate e elimina o Ajax da Copa Kaiser
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O Coroado, de Guaianases, entrou fechadinho. Teve boas chances de marcar, incluindo uma bola na trave. Mas o Ajax, da Vila Rica, era o favorito. Pressionou bastante. Tanto que o goleiro Caveira acabou como o melhor do jogo (a imagem acima não está muito nítida, mas é o lance da partida, uma defesa de falta no ângulo). Confira os melhores momentos:

 

 


Com 86% de aproveitamento, Napoli é o melhor da Kaiser até agora (mas só Pioneer e Catumbi seguem invictos)
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Quando o primeiro jogo do Nápoli, da Vila Industrial, terminou, muita gente achou que a raposa da zona leste era carta fora do baralho. A derrota por 2 a 1 para o Estrela Azul, do Parque Boa Esperança, criou uma crise instantânea e o time ficou ameaçado de rebaixamento.

Desde então, porém, já são dez vitórias e um empate. É o único time da competição com dois dígitos na coluna de vitórias. E o aproveitamento impressiona, com 86%. É a melhor campanha de toda a Copa Kaiser.

E sabe o que é mais impressionante? Dois times dividem a segunda melhor campanha do torneio. E um deles foi eliminado! O Ajax, da Vila Rica, empatou os três jogos que disputou na Etapa 4 e acabou eliminado, apesar do aproveitamento de 77% e nenhuma derrota. Também invicto, o Pioneer, da Vila Guacuri, tem os mesmos 77% – e ainda é dono do melhor ataque da competição com 31 gols marcados (e apenas 11 gols sofridos). Só o Catumbi/San Remo, entre os classificados, também está invicto (mas a equipe empatou metade dos jogos que disputou…)

Os destaques

O melhor: Nápoli, da Vila Industrial, que somou 31 pontos em 36 possíveis.

Melhor ataque: Pioneer, da Vila Guacuri, com 31 gols em 12 jogos.

Melhor defesa: Nápoli, que só sofreu 4 gols em 12 jogos

Mais violento: MEC-Maranhão, da Cidade Tiradentes, que levou 41 cartões amarelos e 6 vermelhos em 12 jogos. A média é superior a 3 amarelos por partida.

Troféu Fair Play (até agora): Pioneer, que levou 19 cartões amarelos (mas teve um vermelho) e os quatro times que ainda não tiveram jogadores expulsos (Vasco/Vila Galvão, Milianos/Jardim Rosana, 1º de Maio/Tatuapé e Coroado/Guaianases).

Zona Norte

– O Vasco da Gama, da Vila Galvão, somou 26 pontos nos 36 possíveis, e é o melhor da Zona Norte, superando o Leões da Geolândia, da Vila Medeiros (com um pontos a menos).

– Na disputa dos melhores ataques e defesas, Vasco e Leões também aparecem na frente. O primeiro é dono da melhor defesa da região, com sete gols sofridos, e o segundo é o que mais balança as redes, com 24 gols feitos.

– Um dos times que mais levaram cartões no torneio também é da Zona Norte: o Inajar de Souza, do Jardim Cachoeirinha, foi advertido 40 vezes no torneio (37 amarelos e 3 vermelhos).

Zona Sul

– Além do Pioneer, dono da melhor campanha (77% de aproveitamento) e do melhor ataque da competição (31 gols marcados), outro destaque da Zona Sul é o vice-campeão dos dois últimos anos, Turma do Baffô, do Jardim Clímax, dono da terceira melhor campanha entre os classificados, com 26 pontos conquistados em 36 possíveis – além disso, o Baffô tem também a melhor defesa da região (com 9 gols sofridos).

Bafômetro, de Heliópolis, está entre os times que mais levaram cartões no torneio. Foram 36 amarelos e um vermelho em 12 jogos.

Zona Oeste

– O melhor aproveitamento da Zona Oeste é do Vila Izabel, de Osasco, com 25 pontos (em 36 possíveis), mas a região tem um dos dois times que seguem invictos (o Catumbi) e um dos mais disciplinados (o Danúbio, da Freguesia do Ó, que só levou 19 amarelose dois vermelhos).

– O melhor ataque é do Danúbio (com 22 gols) e a defesa, como não poderia deixar de ser, do Catumbi, com 10 gols sofridos – posto, aliás, dividido com o Vila Izabel.

– Um dos artilheiros do torneio também é do Danúbio: Edimilton Macedo dos Santos, o Baixinho, com dez gols. Ele divide a ponta da lista com Luizinho, do Jardim São Carlos.

Zona Leste

– Região com mais times no torneio, tem a melhor campanha, com o Nápoli, e também o time mais violento até agora, o MEC-Maranhão.

– Os quatro primeiros lugares na lista de melhores defesas, aliás, é da região: Nápoli lidera (com só 4 gols sofridos), logo à frente de Noroeste/Vila Formosa e Madrid/Móoca (com seis gols) e Jardim São Carlos/Guaianases (com 7 gols, ao lado do Vasco).

– A região tem, também, o artilheiro do torneio: Luizinho, o centroavante do São Carlos, com dez gols. Ele divide a ponta da lista com Edimilton Macedo dos Santos, o Baixinho, do Danúbio.


Vendedor de canoli do Juventus começou na várzea há 53 anos
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“Vamos adoçar a boca?”

A frase, dita com uma simpatia ímpar, é tradicional em um dos espaços mais tradicionais do futebol paulistano. Antônio Pereira Garcia é o vendedor de canolis mais famoso da capital graças ao local em que trabalha: há 43 anos ele bate ponto no estádio do Juventus, na Rua Javari, para vender as iguarias.

O que poucos sabem, porém, é que seu Antonio é um varzeano nato. Ele chegou ao clube da Móoca aos 20 anos. Nos campos de várzea, ele vende seus doces desde os 10. “eu tinha dez anos quando comecei a trabalhar com doces. E sempre os canolis. Foi uma receita que aprendi com meus pais. E mantenho desde então”, conta.

Então um garoto de dez anos, ele cresceu andando pelos campos de várzea com o tabuleiro de canolis a tiracolo. “Eu sempre morei em Itaquera. Eu pegava o ônibus Carrãozinho-Parque São Jorge de descia na Rua Vilela, próximo ao Parque São Jorge. Passava pelo campo do Corinthians e por uma série de campos de várzea. Começava pela manhã e só parava perto das seis da tarde”.

Seu Antonio andava por campos tradicionais da várzea paulistana. Alguns ainda existem. Outros foram acabando, superados pela especulação imobiliária. “Naquela época, na marginal Tietê, era um campo atrás do outro. Trave com trave. Eu começava atrás do campo do Corinthians e vinha subindo. Tinha o Primavera, o Nova Neuza, o Benfica e o Flamengo, na Vila Maria. Do outro lado tinha o União dos Operários, o Ginástico Paulista. Todos à beira do rio, onde a várzea surgiu. Quando eram cinco, seis da tarde, chegava ao Anhembi, onde tinham mais de 40 campos de várzea”.

Em um dia, ele andava mais de dez quilômetros. Atualmente, ele está sempre nos jogos do Juventus, quando o Moleque Travesso joga na Javari. Além disso, segue rodando pelos campos de várzea, como o Americano, na Vila Formosa, ou o Lagoinha, na Vila Maria. Nos dias de semana, você pode encontrá-lo, todas as tardes em um atacadista na Vila Carrão, onde tem um ponto de venda.

A confecção dos doces é igual há 50 anos. “A receita é da minha mãe. E sempre vendi canolis. Nunca quis mudar. É uma massa a base de farinha, que é frita. E o creme pode ser feito com baunilha ou chocolate”, explica.

Ele também nunca fez outra coisa na vida. “Antigamente, eu vendia no Pacaembu, no Morumbi. Era só comprar o ingresso e vender nos estádios. Hoje, as coisas mudaram. As regras são outras e temos de respeitar. Além disso, a saúde não é a mesma, não dá para ficar subindo e descendo escadas” – no ano passado, seu Antonio ficou alguns meses afastados do campo. Ele teve sérios problemas cardíacos e acabou internado na UTI.

Mesmo assim, voltou a rodas atrás dos torcedores de futebol. A cada jogo do Juventus, cujos torcedores são sua principal clientela, vende 500 unidades do doce napolitano. Nos campos de várzea, a venda é menor, de 150 a 250 canolis por dia. “Minha mulher e minha nora ficam cozinhando o dia anterior inteiro antes dos jogos. Às vezes, eu saio para vender e elas seguem cozinhando, preparando o dia seguinte”.

Com tanto esforço, ele comprou casa, carro e ainda deu um bom futuro aos cinco filhos e 13 netos. “Mamãe e papai ensinaram que todo mundo tem talento para alguma coisa. Alguns são bons médicos, outros, engenheiros. Eu encontrei isso nos canolis”.

CONHEÇA OUTRAS LENDAS DA VÁRZEA


Atual campeão, Ajax é eliminado da Copa Kaiser sem perder nenhum jogo
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O Ajax, da Vila Rica, não perdeu nenhuma partida na Copa Kaiser 2013. Em 12 jogos, teve aproveitamento de quase 80%. E mesmo assim, o atual campeão do mais importante torneio de futebol amador da cidade de São Paulo está eliminado.

Neste domingo, a equipe amarela e preta empatou em 0 a 0 com o Coroado, de Guaianases. Foi o terceiro empate do time em três jogos na quarta etapa. O resultado, somado à vitória do SDX, da Cidade Tiradentes, sobre o 1º de Maio, do Tatuapé, por 1 a 0, deixou a equipe da Vila Rica em quarto lugar na chave L-45. O SDX, terceiro colocado, se classificou no índice técnico.

Quer saber quem mais está classificado? Leia no resumo da rodada: Atual campeão, Ajax é eliminado da Copa Kaiser sem perder nenhum jogo