Papo de Varzea

Arquivo : agosto 2013

Goleiro sofre: veja os frangos mais inacreditáveis da várzea
Comentários 2

UOL Esporte

Sabe quando alguém diz que “esse lance é digno da várzea”? Estava pensando em lances assim…

Para comemorar que a Copa Kaiser, o principal torneio de futebol amador da cidade, está chegando em suas fases decisivas, o Papo de Várzea separou alguns dos melhores momentos do torneio até agora. Vamos ver os golaços, aqueles belos chutes de longe, os gols perdidos, as grandes defesas.

Para começar, pedimos licença aos goleiros, uma das funções mais ingratas do futebol (principalmente na várzea), e vamos mostrar os frangos mais inacreditáveis do ano. Aproveite:

 


Santa vaga: São Carlos engrena, vence o Noroeste e segue na luta por título
Comentários Comente

UOL Esporte

Muita emoção na última rodada da Etapa 5 da Copa Kaiser. No domingo, no CDM Flor da Mocidade do Burgo Paulista, na Ponte Rasa, o Jardim São Carlos, de Guaianases, fez 1 a 0 no Noroeste, da Vila Formosa. O campo estava lotado, o calor era escaldante e a poeira corria solta!

Na entrada das equipes, a festa foi grande. As duas comunidades estavam presentes, além de muitos amantes do bom futebol que foram ao campo prestigiar o grande duelo. As equipes já tinham se encontrado no torneio, com empate de  1 a 1 no campo do Nacional, na Barra Funda. Mesmo sem um dos seus principais jogadores, o meia-atacante Marcinho, o São Carlos entrou com uma escalação forte, apostando em Uóchiton Baraúna, Luizinho & Cia. Após chegar à semifinal no ano passado, o Noroeste manteve a base, apostando na força de sua defesa. Mesmo assim, não conseguiu segurar o ataque sãocarlense.

Os primeiros minutos foram de muita correria e marcação. O primeiro lance de perigo foi da equipe do São Carlos, aos 10 minutos. O atacante Luizinho recebeu bom lançamento na esquerda e chutou cruzado. A bola pingou e explodiu no rosto do goleiro Gambelli. No rebote, a zaga, atenta, deu um bico para fora, afastando o perigo.

No ataque seguinte, falta frontal, no risco da meia lua, para a equipe do São Carlos. Uóchiton ajeitou com carinho e bateu. Ele colocou uma curva na bola, que foi saindo do alcance do goleiro Gambelli. Entrou no fundo do gol, fazendo 1 a 0 para o São Carlos.

A resposta do Noroeste veio rápida. Aos 14 minutos, Fabinho bateu falta do meio da rua. A bola desviou na barreira e ia na gaveta do goleiro Marins. Ágil, ele conseguiu se recuperar e foi buscar. Colocou a bola para escanteio, evitando o empate.

O Noroeste queria, a todo custo, empatar a partida ainda no primeiro tempo. Aos 18 minutos, Mauricio fez boa jogada pela esquerda e cruzou. A zaga do São Carlos afastou mal e, no rebote, Didi arriscou o chute longo, que saiu fortíssimo. Marins teve trabalho quando a bola pingou, mas  conseguiu espalmar para escanteio.

Após o gol, o São Carlos se fechou na defesa, atacando apenas nos contra-ataques. Em um dado momento, Henrique roubou a bola no meio campo e tocou para Rinaldo, que lançou rapidamente para Baraúna. O baiano passou pela zaga e bateu firme. A bola passou raspando a trave de Gambelli e saiu em tiro de meta.

Ao começar, o segundo tempo prometia ainda mais emoção. O Noroeste perdia e teria que sair para o ataque – o time precisava vencer para seguir na competição. Já o São Carlos estava “de boa”. Como podia até mesmo empatar, o placar a seu favor dava muita tranquilidade. Logo aos dois minutos, Fabinho, o camisa 10 do Noroeste, bateu falta e obrigou o goleiro Marins a fazer mais uma boa defesa, pegando firme, sem rebote.

O Noroeste chegou novamente ao ataque com bola parada, aos quatro minutos. Nenê bateu, tirando tinta do travessão. O São Carlos só chegou com perigo ao ataque aos 10 minutos. O menino do nome especial (entenda a história aqui), Uochiton Baraúna, foi lançado na grande área, dominou no peito e bateu. Mas pegou mal e mandou longe do gol. Com o tempo passando, os jogadores do Noroeste foram ficando nervosos em campo. Nada dava certo e os chutes paravam longe da meta do goleiro Marins.

O São Carlos jogava, então, com experiência. Tocava a bola de lado e deixava o tempo passar. Arriscava poucas vezes, mas quando chegava ao ataque, levava perigo. Aos 30 minutos, Rinaldo roubou a bola no meio-campo e lançou Baraúna, que dominou e não foi fominha: tocou para o centroavante Luizinho, livre dentro da grande área. Ele soltou a bomba e o goleiro Gambelli, bem colocado, fez grande defesa. No rebote, Rinaldo chutou e quase marcou.

Com a vitória, o São Carlos se classificou para as oitavas de final. Vai jogar grupo OF-3, ao lado de Madrid/Móoca, Leões da Geolândia/Vila Medeiros e Vila Izabel/Osasco. O próximo confronto do São Jardim São Carlos será contra o bom Vila Izabel, do técnico bicampeão Tião.

O texto foi feito pelo parceiro do blog Eduardo Lima. Segurança, ele faz questão de correr pelos campos aos fins de semana atrás das melhores partidas. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Este é o “Voz do Terrão”. É o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Bafômetro empata com Milianos e “se embriaga” com a classificação
Comentários Comente

UOL Esporte

No campo do Anhanguera, o Bafômetro, de Heliópolis, conseguiu a classificação para as oitavas de final da Copa Kaiser empatando em 1 a 1 com o Milianos, do Jardim Rosana. A partida fechava a Etapa 5 e, na Zona Sul, os quatro times participantes entraram em campo empatados. O Bafômetro conseguiu a vaga nos critérios de desempate: tomou um cartão amarelo a menos do que o Milianos, 5 a 6.

As equipes já tinham “se trombado” na Etapa 3, com vantagem para o Milianos, que venceu por 1 a 0. A situação daquela partida, porém, era outra: as duas equipes estavam classificadas e não havia a tensão de uma eliminação. Antes do apito inicial, muita tensão e concentração dos times. O jogo que estava marcado para 12h00, mas começou com 27 minutos de atraso.

Logo no início, o Bafômetro dominou as ações e manteve a posse de bola no campo de ataque. Com isso, aos oito minutos teve uma grande chance para abrir o placar: um pênalti. Lipe recebeu lançamento de Juninho e, na disputa dentro da área, caiu. O árbitro Magno de Souza estava bem colocado e marcou um empurrão. O banco de reservas do Milianos reclamou muito, mas a irregularidade já estava assinalada. Camisa 11 do Bafômetro, Lipe cobrou e jogou a bola muito longe do gol.

O rival aproveitou o desânimo do gol perdido para mostrar seu repertório em duas jogadas seguidas. Aos 13 minutos, Jô dominou pela direita e chutou cruzado. A bola ia entrar, mas o goleiro Júlio pulou no segundo andar para agarrar. Aos 16, Peba foi parado com falta na entrada da área. Fafi bateu com capricho e a bola passou beirando a trave esquerda.

A defesa do Milianos seguia bem, sem dar trégua. Lipe, destaque do Bafômetro, era praticamente caçado em campo pelo seu marcador, William. Aos 26 minutos, o Milianos abriu a contagem. O centroavante Peba entrou na grande área pela direita, trombou com a zaga e foi ao chão. Ainda se levantou, mas foi tocado novamente, agora no calcanhar, por Maurinho. O árbitro Magno de Souza apontou a marca da cal. O atacante Jô bateu como manda o figurino:  goleiro para um lado e bola para o outro.

Quem pensou que o Bafômetro estava cambaleando com o placar adverso estava enganado. Bastaram quatro minutos para o empate. Lipe recebeu de Goiaba  na esquerda da grande área, dominou e, de canhota, tirou do goleiro Aranha. No último lance do primeiro tempo, o Milianos ainda teve a oportunidade de ampliar. Jô recebeu na meia lua e, mesmo marcado por dois jogadores, girou e bateu. No centro do gol, Julio encaixou.

Com direito até a pênalti perdido, o primeiro tempo foi equilibrado e isso se refletiu no placar. A defesa do Milianos era mais pesada e usava melhor sua força física. A defesa do Bafômetro era mais leve e rápida.

No segundo tempo, o técnico do Bafômetro, Nego Di, aumentou seu poder ofensivo tirando o volante Will e colocando o meia Luciano Rosa. A primeira chance concreta veio logo aos dois minutos. O zagueiro Anderson bateu falta próxima à trave direita do goleiro. A resposta veio em um escanteio batido por Fafi. Bola fechada e peçonhenta, forçando o goleiro Júlio a se virar, tirando a bola com um soco.

O Bafômetro chegou em seguida, com um chute de longa distância do lateral Leandro. Da ponta direita, ele atirou e a bola passou raspando o travessão. Aos 13, o Milianos voltou a incomodar. O goleiro Júlio tentou encaixar um chute de Robinho, mas bateu-roupa e mandou para escanteio. Na cobrança, Fafi colocou na área e o zagueirão William deu de cabeça. A bola foi fora.

A partir dos 15 minutos, o jogo ganhou emoção, com o time do Jardim Rosana melhor. Daniel tocou para Flavio aos 21 minutos. Ele fez o corta luz para Rodrigo encher o pé. A bola tocou na mão de Júlio e beliscou o travessão antes de sair. Quatro minutos depois, o Milianos respondeu. Daniel cobrou falta da lateral esquerda, a bola quicou dentro da área e passou perto de Claudião, esquecido pela marcação. Ele pulou, mas não alcançou e perdeu uma chance clara de gol.

Com o fim se aproximando, o jogo ficou dramático. Aos 28, chegou a informação de que o Pioneer tinha aberto o placar contra a Turma do Baffô, em jogo na Arena Kaiser. O Pioneer era um adversários diretos na luta pela vaga e o placar da partida alterava a classificação. O resultado era péssimo para o Milianos, que agora precisava ganhar de qualquer jeito. Para piorar, aos 30 minutos, o técnico Delei acabou expulso e saiu falando pelos cotovelos contra o juiz.

Aos 34 minutos, o Bafômetro voltou a atacar. Luciano Bebê achou Lipe na linha da grande área. Ele deu um toquinho de lado, tirou do zagueiro e bateu de curva, buscando o ângulo. A redonda foi para fora. O árbitro deu cinco minutos de descontos. Para o Milianos, o tempo passou voando. Para o Bafômetro, esse período pareceu interminável.

Já nos acréscimos, Daniel bateu a falta na área do Bafômetro. William subiu e cabeceou por cima. Todo o banco do time de Heliópolis, principalmente o técnico Nego Di, pediam o final do jogo. Mas ainda deu tempo para um último ataque do adversário. Daniel armou para Robinho, de fora da área, arriscar. O chute saiu forte, mas Julio pegou no meio do gol e não largou.

Foi a senha para o final de jogo. Bafômetro classificado para as oitavas de final da competição pela primeira vez na sua história. O outro jogo do Grupo S-20 terminou na eliminação da Turma do Baffô, do Jardim Clímax, que perdeu para o Pioneer, da Vila Guacuri, por 2 a 0.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Marcelo Costa. Jornalista e funcionário público, ele está sempre atrás da melhor história nos campos da cidade. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Pioneer passa pelo Baffô no grande clássico da zona sul na Arena Kaiser
Comentários Comente

UOL Esporte

No domingo, Pioneer e Baffó fizeram um jogo eletrizante pela Copa Kaiser. Invicto e dono do melhor ataque da competição, o time da Vila Guacuri levou a melhor. Venceu por 2 a0, ficou com a vaga e eliminou o rival do Jardim Clímax, que tinha chegado à final nos últimos dois anos.

A vitória, porém, poderia, muito bem, ter ido para o lado do Baffô, que perdeu muitas oportunidades claras de gol. Principalmente na primeira etapa, em que dominou o jogo, faltou sorte para o atual vice-campeão. Aos 15 minutos, por exemplo, Pica Pau roubou a bola na intermediaria e chutou no ângulo esquerdo. O goleiro Celso voou no segundo andar para evitar o gol. Aos 20 minutos, o habilidoso Tiaguinho rolou para Muca, que cruzou na frente do gol. A bola raspou a cabeça de Délcio e de Pica Pau, que lamentaram a chance perdida.

A partir dos 25 minutos, o jogo mudou. O Pioneer equilíbrio as forças e passou a pressionar.  Aos 29, Rodrigo, que já havia incomodado o goleiro duas vezes, arriscou uma bicicleta. A bola beijou a trave, mas não entrou. O bombardeio continuou e, aos 32, Vagnão recebeu passe de Ricardo e mandou uma bomba. A bola desviou na defesa e acabou na trave.

Na segunda etapa, as duas equipes já sabiam que, se o placar continuasse zerado, morreriam abraçadas. Ambos, então, se lançaram ao ataque. O Baffó arriscou primeiro: aos sete minutos, Renato avançou pela linha de fundo e cruzou. Muca não alcançou.

A partir dos 10 minutos, a maior velocidade do Pioneer fez diferença. A rede balançou aos 17 minutos. Após cruzamento, a bola sobrou para Rodrigo, que driblou um rival na matada de bola e chutou no canto esquerdo do goleiro Leandro Bilica. Ele ainda tocou na bola, mas não conseguiu salvar.

O Baffó sentiu o gol sofrido e, na sequência, ainda teve um jogador expulso. Jé, em uma jogada infeliz, usou o braço em uma disputa de bola. Levou o vermelho, após muita discussão.

Com o resultado nas mãos, o Pioneer se segurou, botou a bola no chão e esperou  para dar o bote e matar o jogo. O volante Wellington, no meio-campo deu um chutão e a bola caiu na frente de Júnior Rosa. Ele partiu livre, mas deu um toque a mais e o goleiro Leandro Bilica acabou desviando. Quando o lance parecia definido, Bilica trombou com o lateral Muca e a bola escapou. Júnior, que ainda acompanhava a jogada, roubou a bola e marcou o segundo do Pioneer.

Rodrigo, autor do primeiro gol, levou a camiseta de melhor do jogo. O outro classificado da Zona Sul foi o Bafômetro, que empatou em 1 a 1 com Milianos e se classificou nos critérios disciplinares.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Sebastião Vieira. Formado em jornalismo, ele aproveita os fins de semana para retratar o cenário do futebol de várzea de São Paulo. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


No clássico da Cidade Tiradentes, MEC-Maranhão vence SDX de virada
Comentários Comente

UOL Esporte

No domingo, o estádio Nicolau Alayon recebeu um grande jogo pela Copa Kaiser. Em duelo que decidiu o grupo L-46 da Copa Kaiser, o MEC-Maranhão venceu o SDX por 2 a 1 em clássico da Cidade Tiradentes. Foi um jogo movimentado, com as equipes sonhando com a classificação.

Uma vaga nas oitavas de final, porém, era difícil: os dois time precisavam vencer, construir um placar de muitos gols e ainda dependiam de outros resultados.

A equipe do SDX começou melhor. Henrique, que já havia perdido uma oportunidade de gol aos 10 minutos, colocou Juquinha livre, dentro da área, no mano a mano com o goleiro. O atacante tocou de chapa, no fundo gol, para abrir o marcador: SDX 1 a 0.

Depois do gol, o SDX continuou atacando, sem dar espaço para o adversário. Teve três chances para  ampliar o placar. A primeira aos 20 minutos, com Gil. Ele cobrou falta frontal e colocou a bola no cantinho, mas o goleiro Adriano defendeu.

Sem encontrar equilíbrio, o MEC não fez um bom primeiro tempo. Tanto que a única jogada de perigo saiu já no final, aos 27 minutos. Bruno cobrou falta, a bola desviou na barreira e, no rebote, Fábio chutou para fora.

Na segunda etapa, o SDX voltou pressionando. Até os 12 minutos, voltou a perder ótimas oportunidades de ampliar o placar, mas não foi feliz nas finalizações. Aos seis minutos, Jaílson Chocolate fez uma assistência genial. Ele encontrou, livre, Enrique “Mala”, que fuzilou por cima do travessão.

O ponto que marcou a reviravolta no jogo aconteceu aos 14 minutos, quando o MEC, finalmente, se ajeitou se em campo e partiu para o tudo ou nada. A chave foi a entrada do camisa 19, Tamara, que  estava no banco cumprindo punição por ter faltado na partida anterior. Ele botou fogo no jogo e, no terceiro lance em que tocou na bola, balançou as redes: Jhol fez um belo passe, Tamara driblou o goleiro e empatou o jogo.

Com o 1 a 1, o MEC não deu mais espaço para o adversário. Conseguiu a virada no ultimo minuto. Denílson tocou para Bruno, que deixou Tamara na cara do goleiro. O craque do jogo o pé e colocou no no fundo do gol. Virada do MEC: 2 x 1 SDX.

O resultado, porém, não foi suficiente e as duas equipes acabaram eliminadas. As duas vagas na chave ficaram com 1º de Maio/Tatuapé e Madrid/Móoca.

O texto foi feito pelo parceiro do Papo de Várzea Sebastião Vieira. Formado em jornalismo, ele aproveita os fins de semana para retratar o cenário do futebol de várzea de São Paulo. Escreve, também, para o Jornal É Nosso.

Voz do Terrão é o espaço que o Papo de Várzea oferece para que você conte a história do jogo que assistiu no fim de se semana. Você quer participar? Mande o relato pelo e-mail papodevarzea@gmail.com


Após três meses sem andar e uma parada cardíaca, jogador volta a brilhar na várzea
Comentários 2

UOL Esporte

Sabe a frase que “só competir já é uma vitória”? Em poucos casos ela faz mais sentido do que na história do volante Fábio Vieira, o Mentirinha, do Pioneer, da Vila Guacuri. Ele perdeu o movimento nos membros inferiores, passou uma semana na UTI entre a vida e a morte e resistiu a uma parada cardíaca, Voltar a andar já seria um feito e tanto. Mas hoje, dois anos depois de passar um mês internado, ele atua em alto nível no principal torneio de futebol amador de São Paulo.

A história dramática começou em 23 de janeiro de 2011. Então com 30 anos, Fábio percebeu formigamento nos pés. Pouco depois, perdeu completamente a força nas pernas. Foi levado às pressas para o hospital. Quando saiu o diagnóstico, o choque: ele tinha contraído a síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune que causa inflamação no sistema nervoso e tem como sintoma principal a perda de força muscular.

Foram 28 dias internado. Na pior fase da doença, ficou por sete dias em uma UTI. Nesse período, sofreu uma parada cardíaca. “Foi um medo gigante. Quando fui internado, só pensava na minha mulher e no meu filho, que tinha só sete meses”, lembra.

Quando o quadro permitiu que ele ficasse em um quarto comum, ele recebeu uma visita que pautou a recuperação. “Uma pessoa veio de Manaus para conversar. Ele estava recuperado e disse que eu devia me dedicar à fisioterapia, que só com ela eu conseguiria voltar a andar”.

Nessa hora, a experiência como ex-jogador profissional fez a diferença. Fábio começou nas divisões de base do Corinthians, passou pelo São Caetano e virou jogador profissional no Paraná Clube. Encerrou a carreira aos 25 anos, quando defendia o time da Força Sindical, em São Paulo. Nessa época, ficou muito próximo do presidente da entidade, Paulinho da Força, e passou a trabalhar por lá. Virou assessor da secretaria de esportes, função que exerce até hoje.

“A carreira como jogador não deu certo, mas eu sabia do esforço que era necessário. Então, comecei a me dedicar à recuperação. Por um ano, fiz fisioterapia todos os dias. E quando a fisioterapeuta virava as costas para ir embora, eu começava de novo a fazer, por conta própria”.

Ouvindo Fábio contar a história, tudo parece normal. Fácil, até. Mas não foi. Ele precisou de três meses para voltar a andar. Chegou a usar fraldas e sonda. Para se mover, precisava ser empurrado em uma cadeira de rodas. “Nesse período, só o apoio da minha esposa, Tayla, e a alegria do meu filho, Gabriel, me faziam continuar”.

A volta ao futebol amador foi quase natural. Mesmo na UTI, Fábio conversava com os amigos e perguntava placares das partidas. Ouvia, semanalmente, perguntas sobre quando (e nunca se) iria voltar aos campos. A resposta veio menos de um ano depois. E o responsável foi o técnico Vilmar Pereira, o Babão.

Em uma partida de seu time na época, o Água Santa, contra o Casa Grande, Babão resolveu apostar no meio-campista. Era uma decisão de risco. “Fisicamente, ele ainda não estava pronto. Mas eu acompanhei o quanto ele estava se esforçando. O quanto ele queria voltar. Se fosse outra pessoa, talvez nem mesmo tivesse voltado a andar. Mas o Mentira voltou a jogar bola. Ele é um vencedor”, elogia o técnico.

Quando Fábio entrou em campo, os torcedores começaram a gritar seu nome. O desempenho não foi dos melhores. O jogo terminou 0 a 0. Mas foi a maior vitória que ele já conquistou. “Aquele jogo mostrou que era possível voltar. Abracei a fisioterapia com mais força ainda. E hoje estou zerado”.

A prova disso é que o Mentirinha voltou a ser um jogador requisitado na várzea paulistana. Se antes da doença, ele tinha sido bicampeão da Copa Kaiser (Vida Loka/Brasilândia em 2009 e Pioneer/V. Guacuri em 2010), agora ele busca mais um título, novamente pelo Pioneer. E é uma pessoa completamente difrente.

“Jogador, principalmente os de várzea, é egoísta. Quer jogar em Diadema, em Santo André, na Copa Kaiser. Joga três vezes no mesmo dia. Eu era assim. Jogava até quatro vezes no mesmo dia, para ganhar um dinheirinho. Mas isso cobra um preço. Hoje, sei que preciso me cuidar, comer bem, treinar durante a semana. E não posso fazer como fazia antes”.

Quem quiser conferir a recuperação do jogador tem uma grande chance: no próximo domingo, às 13h, ele vai jogar pelo Pioneer contra o Nápoli, da Vila Industrial – o meio-campista está de volta ao time após duas semanas afastado por problemas físicos. O duelo será no estádio Nicolau Alayon, o campo do Nacional, na Barra Funda.

 


Atacante exagera e levanta juíza na comemoração, mas gol é anulado
Comentários Comente

UOL Esporte

Um lance inusitado marcou a rodada da Copa Kaiser, o principal torneio do futebol amador de São Paulo, no último domingo. No segundo tempo da vitória do Nápoli/Vila Industrial sobre o Coroado/Guaianases por 2 a 0, a árbitra Regildenia Holanda de Moura foi abraçada e levantada pelo atacante Digão, do Nápoli, durante a comemoração de gol.

A juíza, que faz parte do quadro feminino da Fifa, não se impressionou com a festa: anulou o lance, marcando falta no goleiro Caveira.

 

O jogo terminou, mesmo, 2 a 0 para o time da Vila Industrial – se quiser ver os gols da partida, você pode assistir aqui: Nápoli mostra força e bate Coroado (com lance inusitado)


Nápoli mostra força e bate Coroado (com lance inusitado)
Comentários Comente

UOL Esporte

O Nápoli, da Vila Industrial, tinha a melhor campanha da Copa Kaiser, mas, ainda assim, precisava da vitória por uma boa margem de gols para se classificar para as oitavas de final. O Coroado conseguiu engrossar o jogo, mas não resistiu. O 2 a 0 para o time da Vila Industrial valeu a vaga. Um lance, porém, marcou o jogo: no fim, a árbitra Regildenia Holanda de Moura anulou um gol do Nápoli. Antes de saber que o gol tinha sido anulado, porém, o atacante Digão levantou a juíza, para comemorar.